Missionário aos antropófagos
(1824-1907)
Perto de Dalswinton, na Escócia, morava um casal conhecido em toda a região como os velhos Adão e Eva. A esse lar veio em visita uma sobrinha, Janete Rogerson. É de supor-se que não houvesse muita coisa na casa isolada dos velhos para distrair a jovem, sempre viva e alegre. Mas uma coisa atraiu-lhe o interesse: um rapaz chamado Tiago Paton, que entrava, dia após dia, no matagal perto da casa. Levava sempre um livro na mão, como se fosse ali para estudar e meditar. Certo dia, a moça, vencida pela curiosidade, entrou furtivamente por entre as árvores e espiou o rapaz recitando os Sonetos Evangélicos de Erskine. A sua curiosidade tornou-se em santa admiração quando o jovem, deixando o chapéu no chão, ajoelhou-se debaixo duma árvore para derramar a alma em oração perante Deus. Ela, espírito de brincalhona, avançou e pendurou o chapéu em um galho que estava próximo. Em seguida escondeu-se onde podia, sem ser vista, para presenciar o rapaz perplexo, a procurar o chapéu. No dia seguinte a cena se repetiu. Mas o coração da moça comoveu-se ao ver a perturbação do rapaz, imóvel por alguns minutos com o chapéu na mão. Foi assim que ele, ao voltar no dia seguinte ao lugar onde se ajoelhava diariamente, achou um cartão preso na árvore. No cartão leu: "A pessoa que escondeu seu chapéu confessa-se sinceramente arrependida de tê-lo feito e pede que ore, rogando a Deus que a torne crente tão sincera como o senhor".
O jovem fitou por algum tempo o cartão esquecendo-se completamente naquele dia dos sonetos. Por fim, tirou o cartão da árvore. Estava reprovando a si mesmo e à sua estupidez por não saber que fora um ser humano quem escondera o chapéu duas vezes, quando, por entre as árvores, uma moça, balde na mão e cantando um hino escocês, passou na frente da casa do velho Adão.
Naquele momento, o moço, por instinto divino e tão infalivelmente, como por qualquer voz que jamais falara a um profeta de Deus, sabia que a visita angélica que invadira seu retiro de oração fora a gentil e hábil sobrinha dos velhos Adão e Eva. Tiago Paton ainda não conhecia Janete Rogerson, mas ouvira falar nas suas extraordinárias qualificações intelectuais e espirituais.
E provável que Tiago Paton começasse a orar por ela -em um sentido diferente daquele que ela pedira. De qualquer forma, a moça furtara não somente o chapéu do rapaz, mas também, o seu leal coração - um furto que resultou, por fim, no casamento dos dois.
Tiago Paton, fabricante de meias no condado de Dunfries, e sua esposa Janete, andavam, como Zacarias e Isabel na Antiguidade, irrepreensíveis perante o Senhor. Ao nascer-lhes o primogênito, deram-lhe o nome de João, dedicando-o solenemente a Deus, com oração, para ser missionário ao povos que não tinham oportunidade de conhecer a Cristo.
Entre a casa própria, em que morava a família dos Patons, e a parte que servia de fábrica, havia um pequeno aposento. Acerca desse quarto, João Paton escreveu:
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Heroes da Fé
SpiritualBreve biografia de 20 vultos da igreja cristã, cuja comunhão com Deus pode ter sido fator importante de sucesso. Procura registrar as histórias de Martinho Lutero, Jonathan Edwards, Wesley, Finney, Hudson Taylor, Spurgeon, Moody e outros. Google Boo...