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a visão

Frustrado era a palavra certa para descrever o estado emocional de Min Yoongi. O garoto mexia incansavelmente nos cabelos castanhos, enquanto assoviava uma música qualquer, jogado no sofá procurando algo para fazer.

Não era questão de ser um vagabundo; pelo contrário, Min Yoongi trabalhava 24 horas, 7 dias por semana se fosse preciso. O problema era a falta de emprego e isso já se estendia a 5 meses.

Quando foi chamado para se tornar um jornalista investigativo, não imaginava que se tornaria um espião de vidas alheias. Literalmente. Quando se formou em jornalismo, sua ideia principal era se tornar um fotojornalista, mas logo depois descobriu que dar uma paparazzi dava mais dinheiro e foi quando se colocou na linha da frente e resolveu seguir personagens. 

Mas, durante uma perseguição, foi descoberto, preso por estar invadindo a privacidade alheia e levou um processo para a cadeia junto com ele. Por conta deste episódio, Yoongi estava naquela situação: graças ao acontecimento, nenhuma revista de celebridades queria contratá-lo; ele não teria capacidade de trazer informações, pois o perigo de ser pego era maior. E isso acaba com a moral do garoto. 

Para suprir a necessidade de pagar as contas, acabou se tornando um freelancer da grande mídia, uma das coisas que mais odiava no jornalismo. Mas pelo menos, trabalhava em casa, sem precisar conviver num ambiente chamado redação jornalística.

Ainda frustado, o branquelo levantou do sofá passando as mãos no rosto, e andou devagar até a pequena cozinha de seu apartamento. Preparou um café forte, e quase trocou o açúcar pelo sal. Ligou o rádio que ficava no cantinho da pia de mármore, e sentou na banqueta do balcão americano. Era hora de sentir inveja dos radialistas por não ter seguido aquela área. 

Bebericava calmamente o café - ele estava muito quente - enquanto ouvia programação da manhã, que passeava entre esportes, eventos e celebridades. Aumentou o volume do rádio quando ouviu algo interessante:

"Isso já não é novidade para ninguém: Park Jimin ganhou o prêmio de rosto mais bonito do ano. O premiado, que se tornou modelo tem pouco tempo, tem mais uma categoria de beleza para colocar na estante, além dos prêmios de solidariedade dados pela UNICEF e pela UIPA. Esse garoto, além de bonito e com um bumbum avantajado, ainda ajuda crianças e animais. Que homem ouvintes!" 

Enquanto a radialista caia na risada, Yoongi correu em direção ao celular jogada em cima do sofá. No caminho, bateu o dedinho do pé na quina do móvel, e terminou o percusso pulando num pé só e xingando todos os deuses. Sentou massageando o dedo, e pegou o celular indo até o Safari e digitando o nome daquele modelo novato no mundo das passarelas. 

- Vamos ver. Park Jimin, modelo, certo. 22 anos, certo. 1,73 de altura, nossa ele um centímetro mais baixo que eu. Premiado como rosto mais bonito, melhor bumbum, e principal doador da UNICEF. E da UIPA nas horas vagas. Se tornou modelo a 8 meses, calma como assim? Tão rápido? Já até tirou foto com a Gisele Bündchen- falava todas informações em voz alta e logo em seguida escrevia no caderninho que deixava pronto em cima da mesa de centro.

Quando percebeu, tinha tantas informações sobre o novato, que notou algo comum entre todas elas: o garoto era basicamente perfeito. Não tinha se envolvido com nenhuma polêmica, e o máximo que aparecia na mídia era quando ia ao supermercado. Aquilo era impossível aos olhos de Min Yoongi. Ele precisa ter algum erro, alguma coisa por detrás da beleza e do grande bumbum. E a ideia de ir atrás deste erro tentou o jovem jogado no sofá e descalço. O branquelo sorriu - era uma oportunidade perfeita.