O Castigo De Viver

Prólogo

Alguma vez em minha vida eu realmente acreditará que teria uma "família feliz".

Mas a cada dia ficava pior.

Era noite, a casa estava em um silêncio impecável. Mamãe está em seus aposentos já em seu sono profundo onde ela pode finalmente descansar e sonhar que um dia será feliz. Meu irmão mais velho cujo o nome é Lucca e possui seus dezesseis anos, já instalado em seu quarto, provavelmente acordado e sei disso pelo fato de sentir o odor forte de maconha espalhado pela enorme casa.

Quando finalmente meus olhos iriam se fechar eu ouvi um barulho de algo se quebrando e em seguida um gemido de dor. A luz foi acesa e então começou.
Eu ouvi os gritos de meus pais brigando pelo mesmo motivo.

Papai chega tarde em casa.

Depois ouvi algo ser quebrado, e mais outro e outro som de coisas sendo estraçalhada. Depois eu ouvi um gemido feminino provavelmente era de mamãe.
Eu ja não aguentando isso corri até as escadas onde vi lá embaixo na sala, mamãe caída no chão e papai em cima dela e desferindos tapas e socos. Eu que apertava e torcia meu vestido branco de dormi o soltei.
- Papai, solte mamãe!
Eu gritava desesperadamente.
- Filha corra, saia daqui.
Mamãe pedia, papai então concentrou sua atenção em mim, sua expressão era diabólica, ele então saiu de cima de mamãe e eu sorri por isso.
Mas então ele disse:
- Sua filhinha é seu ponto fraco?
Ele então deu entorno de uns quinze passos e colocou seu pé direito no primeiro degrau da escada de madeira.
- Não pense nisso Sebastian.
Mamãe gritou desesperada.
- Não toque nela.
Ele então riu. Papai riu e começou a se aproximar mais.
- Você ama sua filhinha?
- Você tem medo de eu fazer algo contra ela?
Ele então continuava a ri, mamãe tentava se levanta mas, mamãe estava muito machucada. Papai estava muito próximo, próximo demais. Ele esticou o braço para me puxar e eu dei alguns passos para trás, me batendo em alguém, me virei para trás e vi Lucca encarando papai, então Lucca se colocou em minha frente:
- Saia da frente Lucca.
Papai pediu autoritário.
- Você pode encostar em mamãe, você pode machucar a mamãe, mas em Margô você não rela um dedo sequer.

Papai e Lucas ficaram se encarando por um tempo.

Eu pensava em mamãe, que estava jogada ao lado da escada usando seu roupão vermelho. Os hematomas pelo rosto de mamãe eram assustadores eu me pergunto como ela conseguia esconde-los.
- Vamos Margô.
Lucca pegou minha mão e me guiou até seu quarto, onde ele fechou a porta e volto sua atenção para mim.
- Vai fica tudo bem né?- soltando o lábio inferior e brincando com minhas mãos- Cê sabe...Com a mamãe?
Antes de Lucca me responder escutamos um grito de dor vindo de lá debaixo. Lucca então soltou um forte suspiro, passando a mão em seu cabelo castanho.
- Olha Margô-Outro grito foi dado só que mais alto- eu não vou mentir pra você. Eu não sei se vai fica tudo bem com a mamãe, mas com você vai ficar tudo ótimo porquê eu vou te proteger, tudo bem?
Assenti com a cabeça.

Infelizmente minhas expectativas foram por água abaixo. Mamãe nunca iria se separa de papai. Papai nunca deixaria mamãe ser feliz.

A mídia não sabe a verdade sobre a família Morais. Eles não sabem o que se passa dentro da Mansão.

E eles nunca vão saber porquê as cortinas sempre estão fechadas. Os portões e janelas sempre  fechados. Eu quase não vejo a luz do sol.

Lucca me levou até meu quarto, me colocou na cama, me enrolou. Sentou em uma cadeira roxa, e ficou esperando eu dormi.
Eu fechei os olhos, mesmo com medo de ter pesadelos, eu orei baixinho.

Pedindo a Deus um motivo para eu lutar.

Minha família não era religiosa, mamãe nunca me ensinou a rezar, nem papai, nem Lucca. Mas, na minha escola -que não era religiosa- uma vez a professora citou Deus na sala, perguntou quem sabia rezar, todos levantaram as mãos e eu fique querendo saber o que aquilo significava.

Em meio minha oração eu dormi.

Tive um sonho incrível.

Eu, mamãe, papai, e meu irmão Lucca estávamos sorrindo. Não existia mídia, ou violência, ou palavras feias que nunca foram censuradas, nem com a minha presença no local.

Estávamos rindo tendo um almoço em família, Lucca conversava com papai, mamãe desferiu um beijo em papai.

Mas do nada tudo isso sumia.

Repentinamente, eu aparecia na escada da minha casa, eu via um homem morto no fim da escada, jorrava sangue do homem, não dava pra saber quem era.

Onde está Lucca? Cadê Lucca? mamãe?

Depois aparecia um homem, a risada  dele me arrepiava, ele zombava de mim.
—Lucca!!!!
Eu gritava.
—Por favor! Mamãe, socorro.
—Alguém me salve!
—Não me escutam?
—Pare de rir!
As paredes ficavam apertadas, tudo ficava escuro, eu estava ficando sufocada, cada vez mais.

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Espero que gostem.
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