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I myselfie

Os olhos azuis intensos de Margô fitavam o horizonte, um olhar, mil pensamentos, confusões, manipulações, mas nenhuma ideia de solução.

-Eu vivo em um caos- Matheus estreitou seu olhar para menina confuso- eu sou um caos- corrigiu a si própria.
-Vamos lá Margô, não machuque a si própria.

A garota se endireitou no ferro da ponte, o menino olhava para Margô com uma certa preocupação, tinha medo da garota cair daquela barra de ferro.

Margô suspirou alto antes de falar algo já preparado.

-Nada disso irá servir, Matheus.
-Como?
- Olhe bem- A menina então virou-se para o lado oposto colocando os pés no asfalto pegando sua mochila e caminhado para algum lugar, Matheus fez o mesmo andando atrás da menina- Quando morremos não irá sobrar nada, nem nossa própria carne.
-Por que fala disso?
- A carne de nós seres humanos é a mais podre de qualquer outra carne. Nós somos podres Matheus. Nós somos podres!

A menina tirou um cigarro, um isqueiro de sua bolsa, acendeu o mesmo deixando a fumaça tomar conta do ar. Matheus se irritava, odiava, quando Margô fumava, não entendia como a menina gostava de se massacrar na verdade não entendia nada sobre o universo de Margô, a garota era muito complicada de desvendar.

-Por que diz isto Margô?
-Porque eu tento chegar na morte antes dela pensar em me pegar.
-Como?
-Uns esperam a morte. Eu vou atrás dela.
-As vezes eu queria ter metade da tua coragem.
-Eu não tenho coragem Matheus-Suspirou- eu tenho medo, medo deste mundo. A morte não dá medo Matheus. O mundo, as pessoas que dão medo Matheus. Eu tenho medo delas.

****************

Lucca acabará de acorda em um beco, o qual ele desconhecia, sua cabeça latejava, não sabia onde estava, e não sabia o que havia acontecido. Botou as mãos no bolso procurando algum masso de maconha, assim que achou o colocou entre seus lábios finos e enfraquecidos pelo organismo sendo estragado, colocou a mão no outro bolso puxando de lá um isqueiro e o acendendo.
Passará pela casa de seu amigo Marcos, tocará a campainha.

Marcos era um amigo conhecido. Não a muito oque falar. Marcos fizera festas em casa todos os dias, chamava seus amigos, garotas que não conhecia e a festa ia até onde conseguia beber uma última gota de cerveja.

-Fala ai Lucca.
-Iae.
Marcos deu passagem para Lucca entra. No apartamento de Marcos, encontrou uma ruiva, uma garota que ele reconhecia de algum lugar.

Só não sabia onde.

-Então?
Marcos perguntou para Lucca.
-A mercadoria? Quando chega?
-Amanhã pela tarde, e você fica ligado o Mafioso está de olho em você.
-Com ele eu me resolvo.
Marcos vendo o interesse do amigo com a ruiva, saiu do apartamento deixando os dois a sós.
-Iae frufru?
A ruiva se aproximou sentando ao lado do garoto de cabelos cacheados ruivos. Lucca fez uma careta ao ouvir aquilo. Ele então subiu em cima da ruiva, a beijando de modo selvagem,  puxando seus cabelos com força e brutalidade:
-Aí Lucca!
A ruiva sentia dor.
-Cala a boca vadia!
Falou desferindo um tapa no rosto da ruiva.

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Margô estava em casa novamente, sozinha desta vez, sua mãe a via saído para o trabalho, seu pai estava na empresa ou com alguma amante vadia. A menina tentava se concentrar na atividade, mas algo a deixava angustiada, sentia como se estivesse sendo "vigiada", encarou o celular a frente e ligou para Matheus.
- Margô?
- Ah, oi Matheus.
-O que aconteceu?
-Oh, nada.
-Hum. Ei amanhã a tarde depois da escola, que tal irmos a sorveteria?
-Sim, claro.

O Castigo De ViverOnde histórias criam vida. Descubra agora