Castiel abriu os olhos lentamente, sua visão não conseguia encontrar um foco por alguns segundos e sua cabeça doía e girava ao mesmo tempo. Sentiu algo pregado em suas bochechas e ao passar a mão percebeu que eram as lágrimas da noite anterior, agora já secas. Castiel levantou do chão e percebeu que estava apenas de cueca. Andando até o banheiro, um cheiro horrível adentrou suas narinas e ele fez uma careta, recuando alguns passos, agora lembrando o que tinha acontecido.
Castiel teve mesmo um colapso da própria mente quando chegou no quarto após ter matado Rufus Turner, e o pior foi que não desabou apenas por isso, mas também sentiu o que não sentira após assassinar Zachariah, e as duas coisas juntas foi demais para Castiel conseguir se segurar intacto. Lembra-se de ter tirado o terno no segundo em que chegou, tremendo e chorando, sem nem ao menos segurar os barulhos que fizera, de correr para o banheiro e vomitar até não ter mais nada sobrando para sair, e então desabou no chão, ainda chorando.
Ele estava cansado e fraco, precisava tomar um banho e comer alguma coisa.
Ignorando o cheiro o máximo que pode, Castiel tomou um banho demorado, como se fosse conseguir livrar-se da sensação ruim com a água. De volta ao terno barato e simples, Castiel estava pronto para sair, quando um barulho no fim do quarto chamou sua atenção. Uma voz familiar. E ao olhar para onde vinha o som, viu o rosto do Dean no grande televisor em frente a cama. Castiel se pôs em frente a ele e observou o homem dar o nó na própria gravata enquanto sorria.
"Bom dia, Castiel, já comeu?" Castiel negou com a cabeça, sem palavras para a visão, tudo aquilo parecia futurístico, mas deve ser porque nunca tinha presenciado algo assim. "Ótimo, eu quero que você venha para meu quarto, vamos comer juntos." Sem esperar uma resposta, Dean desligou o telão e tudo que Castiel via agora era seu reflexo escuro.
Engoliu em seco e caminhou lentamente até a porta, respirando fundo antes de sair do quarto e ir em direção ao elevador. Por que Dean queria comer o café da manhã em sua companhia? Era muito estranho para alguém como Castiel participar disso com alguém como Dean, mas de qualquer forma, ele não conseguia entender muitas ações do Príncipe. Pelo menos agradecia estar tão cansado que seria difícil ter outro colapso, o que era o que ele menos queria, principalmente na presença do outro.
Adentrou o quarto do Dean, encontrando a porta aberta, sabendo que era para ele fazer exatamente aquilo, sem precisar bater ou pedir licença. Procurou pela cozinha e achou ao ver um vulto andar rapidamente ao seu lado. Dean estava colocando os pratos na mesa e em seguida os enchendo com uma comida que Castiel não reconhecia, um tipo de receita feita com algo que parecia pão e ovo, mas colocados de modo estranho.
Dean ergueu os olhos e sorriu para Castiel, voltando sua atenção para os pratos. "Croustades." Disse como se Castiel fosse entender o que ele estava dizendo. "Café da manhã que comi em um restaurante francês há um tempo, e decidi fazer para comermos hoje."
"Pensei que alguém cozinhasse para você." Castiel não queria ter dito aquilo em voz alta, mas pelo menos Dean riu.
"Eu não sou tão mimado assim. Gosto de cozinhar para mim mesmo, além do mais, nunca se sabe o que outras pessoas colocam na sua comida." Dean lhe lançou um olhar malicioso e Castiel agora se perguntava se deveria comer mesmo daquele café da manhã. "Sente-se, Castiel." Castiel fez o que lhe foi mandado e observou os movimentos precisos do homem ao colocar um croustade para ele. "Vamos aproveitar essa manhã para falar de negócios." Dean pegou um pedaço do queijo com as mãos e colocou na boca. "Ah! Tomei a liberdade de comprar dois ternos para você."
Castiel arregalou os dois e abriu a boca para falar algo, mas Dean já havia saído da cozinha. Olhou para seu próprio prato e notou que em cima do ovo no pão quadrado e grosso tinha um tipo de queijo derretido, parecia ter um gosto estranho, mas quando colocou na boca percebeu que na verdade era bom.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Chess Board | Destiel
FanfictionMAFIA AU Dean, herdeiro do maior império mafioso da cidade, estava de olho no novo recruta que trabalharia ao seu lado, sem ter o conhecimento de que Castiel Novak era um policial disfarçado colocado em uma missão para destruí-lo. #65 em Destiel