1- The Words

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Assim que acordei pude ouvir a voz da minha mãe a discutir com o meu pai novamente sobre o torneio de futebol que se iria realizar em breve em Oxford, ao qual teriamos de estar presentes, pois o meu pai tinha-o patrocinado, ideia que não agradava á minha mãe, pois ela não gosta nada de futebol. Apesar estarmos a meio do verão Joanne, a criada, e uma das poucas pessoas com quem me dou bem nesta casa, ainda não arrumou todas as minhas roupas de verão.     Vesti algo simples, pois pela lógica da minha mãe ainda aparece alguém cá em casa e se eu estiver de pijama é uma maneira indelicada de me apresentar.                                                           Desci as grandes escadas de mármore e fui até á cozinha.                                                                               -Emmeline, não se esqueceu que agora de manhã vamos ás compras para o baile de máscaras da minha amiga Stephanie, pois não? - perguntou a minha mãe.                                                                 -Não.- como me poderia esquecer se de cinco em cinco minutos me relembra.                                     -Ótimo. Acabe o pequeno-almoço e vá até á sala.                                                                                   Limitei-me a dizer que sim com a cabeça enquanto me deliciava com as torradas com sumo de laranja que a Joanne tinha feito. Em pouco menos de dez minutos acabei e vinte cinco minutos depois já estava dentro de uma loja com a minha mãe.                                                                                     Enquanto ela escolhia os vestidos eu olhava para uma guitarra pendurada na loja de música do outro lado do centro comercial. Não era grande apreciadora destas luxuosidades, era tudo aparências, a música sim fascinava-me e ganhava toda  a minha atenção.                                   Reparei que a minha mãe estava a experimentar uns dez vestidos e como leva uns vinte minutos a escolher a cor, a confirmar se fica bem,.... fui até á loja.                                                                               Quando entrei lá dentro observei logo dois rapazes, um deles estava do lado do balcão do cliente, estava debruçado no balcão, não era muito alto nem muito baixo, tinha cabelo liso acastanhado, e algumas tatuagens, e uma delas chamou-me á atenção, o outro tinha cabelos castanhos encaracolados, algumas tatuagens como o amigo e olhos verdes.                                         O rapaz de olhos verdes depressa se apercebeu da minha presença e olhou para mim, o que fez o outro também olhar. Com um sorriso simpático perguntou-me se precisava de alguma coisa, ao que respondi que não e desviei o meu olhar de novo para a guitarra. Reparei que desta vez a minha mãe já se tinha despachado em dez minutos, o que me fez voltar á loja onde ela estava. Antes de sair pude ouvir a voz de um deles a dizer "Eu conheço-te", não cheguei a saber qual deles foi,porque dois segundos depois disso já estava a correr que nem uma maluca, passando por entre as pessoas para chegar o mais depressa á loja.

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-Vês Emily não te disse que o vestido que ficava bem?                                                                               Respondi que sim, apesar de não tomar atenção ao que ela dizia, na minha mente apenas estava a voz do rapaz a dizer "Eu conheço-te".                                                                                               Qual deles teria sido e porque o disse? É normal que me conheçam afinal os meus pais são realizadores de filmes e patrocinadores de marcas, mas nunca ninguém me veio dizer "Eu conheço-te".

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