Olá, me chamo Antonnyela Dallas Paterson e moro na capital da Califórinia do Norte. Vivo em uma casa confortável e aconchegante com meus pais Anne Dallas Paterson e Patrick Jorge Paterson, minha mãe ficou com o nome do meu pai logo que se casou. Eu tinha apenas 5 anos de idade. Hoje tenho 21 anos e fique sabendo que nos mudamos 9 vezes desde os meus 11 anos, já morei em Pisa, em Londres, em Dover, em Paris, Berlim, Bélgica, Florida, São Francisco, mas agora estou na minha cidade de origem, Califórnia do Norte. Acho que é o local onde eu consigo me sentir melhor, de verdade. Meu pai trabalha com turismo, e minha mãe é uma estilista famosa no mundo, sim eu sou rica! Mas não pense que a vida comigo é um mar de rosa, muito pelo contrário, ela é uma chuva de espinhos prontos para perfurar sua pele e cortar cada artéria sua até você gemer de dor e ter hemorragia até a morte.
E finalmente, desde os meus 18 anos eu fico em casa e só vejo meus pais algumas vezes, pois eles não conseguem ficar em casa, estão sempre ocupados com o trabalho, somente em alguns feriados, ou finais de semana posso ter o enorme “prazer” de ver eles. Sim, eu coloquei aspas. E não, não me arrependo. Porque eu odeio quando eles vêm me ver, eles nunca souberam cuidar de mim, na verdade, eles nunca cuidaram de mim, nunca ligaram. Eu comecei a fumar com 13 anos, admito que na época, foi uma tentativa de chamar sua atenção pensando “Ei, isto é errado, eles vão querer que eu não use isto para não acabar com a minha vida antes da hora”, mas pelo contrário, eles ficaram indiferentes. E até hoje minha mãe não se importa. Faço faculdade, eu pretendo ser uma Oncologista, eu pretendo criar curas e ser famosa salvando pessoas.
É ironia, eu sei, eu fumo, mas quero cuidar do câncer. Porém, ultimamente minha vida tem sido extremamente irônica, sempre foi na verdade. Minha mãe nunca cuidou de mim, raramente dizia eu te amo, e eu nem gosto muito que ela diga, porque eu sei que é interesse e que ela quer alguma coisa. Eu também nunca disse: eu te amo para ela, mas eu a amo, não sei como nem o porquê, mas é sentimento de filha talvez. Meu pai só se importa comigo se eu namoro um garoto, aí ele se lembra de mim e de “cuidar”. Meus irmãos são mais novos, mas eles viajam com meus pais, Graças a Deus na verdade, Jimmy de 11 anos e Gina 9, sem esquecer de Jude que tem apenas 3 anos de vida, eu nunca entendi esta família em relação a mim, afinal, minha mãe se importa com todos, menos comigo. O último “eu te amo”, que pensei ser sincero dela, se eu me recordo bem, foi quando eu tinha... Tá legal, isso nunca existiu. Mas eu não me importo mais.
Sou a mais diferente desta família, sou a mais inteligente ou a única que tem um cérebro aqui dentro, gosto de ser assim. Minha mãe quer que eu me forme de uma vez, mas não para ela ter orgulho e sim porque ela sabe que quando eu me formar eu vou sair deste lugar.
Eu tenho cabelos loiros e ondulados, eles caem no meu ombro e descem até meus cotovelos, não sou muito alta, tenho 1,67 de altura mais ou menos, sou magra e meus olhos são azuis, também não sei como eu tive olhos azuis, pois o meu pai e Jimmy tem olhos castanhos escuros, aquela cor sem graça que todo mundo praticamente tem, mas que eu acho divino em qualquer rosto. E a minha mãe e Jude tem olhos cor de mel, Gina é a única que tem olhos castanhos claros, herdados da minha avó Antônia, acredito que seja daí o meu nome, nem a minha vó me quer por perto desde que comecei a fumar.
Eu estava na sacada da minha casa com um toco de cigarro na mão e tinha acabado de fechar o livro, deixei-o em cima da mesinha de mármore que havia lá e me escorei no pilar olhando para Jimmy e Gina correndo pela grama verde e praticamente com um corte perfeito do pátio dos fundos da residência. Os jardineiros da minha casa não paravam um segundo, eram perfeccionistas, algumas vezes acredito que eles tinham “Toque”, pois não poderia ter uma folha maior que a outra, ou talvez uma folha seca, eles tinham que deixar tudo perfeito. Medo de ser demitidos, talvez, ou mais um capricho dos empregados da Família Peterson.
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O diário de Kenia Walker
Romance"Algumas vezes em alguns momentos, você erra tentando acertar, você fere tentando curar, você faz tentando desfazer ou ate mesmo, quebra tentando concertar, todas suas tentativas falham e você desmorona de novo, se arrependendo, você sabe o que está...