Alguma coisa me prendia a este mundo injusto, que julga todos, mas não é julgado por ninguém. Algo ou alguém tentava me tirar da água, puxando a minha mão já sem força, mas que ainda assim tentava se agarrar à vida.
Minutos depois estava deitada na areia com o corpo dorido e molhado, completamente paralizada, jogada à mercê do meu destino, sem saber quem nem porquê que me tiraram da água. Uma pessoa aproximava-se lentamente, incerta com andar instável, ofegante e de olhos vazios.
À minha frente, agora encontrava-se algo que seria impossível de existir, a minha imagem, perfeitamente representada como um espelho, estava a sorrur de uma forma quase psicótica, nas suas mãos cortes o suficientemente profundos para poder sangrar e o seu corpo era magro e doente. Estava despida e simplesmente permanecia ali, parada a sorrir.
Enquanto as forças regressavam tentava perceber o que estava a acontecer, como poderia estar na minha própria presença? Como é que me salvei do afogamento?