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Me acordei mais cedo pela manhã, e acordei decidida de fazer uma caminhada, nunca fiz antes, eu era bastante sedentária, mas já que queria perder uns quilos... Tudo que fizesse ainda seria pouco.
coloquei uma roupa apropriada para caminhar, desci as escadas sem fazer qualquer barulho para que minha mãe não acordasse, sai pela porta dos fundos da casa.
Ainda estava tudo escuro, mal tinha amanhecido direito, apenas caminhei, não andei muito devagar, nem rápido demais, foi meio termo, após andar cinco quarteirões avisto um grupo de quatro meninas correndo, quando me avistaram começaram a rir, isso era completamente constrangedor, mas... eu queria ser perfeita, queria meus ossinhos aparecendo, queria espaço entre as pernas, e tudo mais; Continuei andando só que agora mais rápido, ainda andei mais três quarteirões, depois voltei para casa, ao chegar em casa entro pela mesma porta que sai.

— Filha, onde estava? - sou surpreendida pela minha mãe que estava já na cozinha
— Acordei com vontade de dar uma pequena caminhada, então fui - respondi um pouco desorientada devido ao cheiro da comida que ela estava fazendo
— Mas você nunca foi dessas coisas - ela diz rindo
— Eu sei, mas agora eu quero - falei pegando água na geladeira e colocando em um copo
— Hoje irei trabalhar mais cedo, se quiser comer algo, irei deixar pronto - ela disse enquanto mexia algo em frente ao fogão
— Tá certo - após responder, subi as escadas correndo, entrei no meu quarto e fechei a porta.

*

sai do banheiro enrolada na toalha e fui para frente do espelho e fiquei me observando por alguns minutos

— Como você pode se tornar nisso? - disse em meus pensamentos — Como você é gorda e horrorosa, todos zombam de você, ninguém te quer, ninguém jamais te quis... Que bochechas gordas são essa? Que pernas grossas são essas? Você é um lixo! Uma porca , você é um erro - enquanto dizia essas coisas para mim mesma em pensamentos, lágrimas escorriam sem sessar em meu rosto - Mas você vai mudar, você irá ser perfeita, você será magra, será bonita - enxuguei as lágrimas do meu rosto, me vesti e deitei

*

— Alice... Alice - acordei ao ouvir minha mãe me chamar algumas vezes
— Oi mãe - falei com um tom grosso
— Estou indo trabalhar, e se levante pois você tem aula.
— Não tem nenhuma aula importante hoje.
— Tem certeza?
— Sim... mãe!
— Tudo bem, você quem sabe...

Minha mãe se retirou do quarto e fechou a porta, me sentei em minha cama e peguei meu notebook, em questão de segundos ouço meu celular tocar na mesinha ao lado de minha cama, o pego e vejo que é a Cecília

Ligação

Chamada: Cecília

— Alice?
— Oi
— Vamos para o clube hoje?
— Desculpa, mas não tô nem um pouco afim
— Ah... Vai, por favor... Eu tô querendo muito tomar banho de piscina
— Tá bom!
— Amo vc

Ligação off

após desligar, larguei o celular e andei até meu guarda-roupa, comecei a vasculhar as coisas, até que encontro o que estava procurando, meu maiô, gostava dele por que ele era totalmente fechado e ninguém iria ver minhas dobras, o vesti e também um short, em seguida peguei tudo que iria precisar e coloquei em uma pequena bolsa, ah e claro, meu celular também, ouvi a buzina de um carro e com certeza era a Cecí, sai do quarto quase correndo e desci as escadas o mais tépido que pude apesar de que não queria ir, passei pelo espelho que tinha próximo à porta e decidi parar, me observei de frente, lado e costas

— Como você é horrível, o que são esses furos em sua perna? CREDO! O que realmente é esse corpo? - disse para mim mesma, até que acordo do "transe" com o som da buzina mais uma vez e saiu de casa.

Andando em direção ao carro posso ver como as pessoas me olham, é completamente constrangedor, elas devem tá pensando como uma gorda como eu está saindo com roupa de banho, e que não tenho senso do ridículo, rapidamente entro no carro

— Você tá bem? - ouço a Cecí perguntar
— Sim! - respondo forçando um sorriso
— Mas você não tá com uma cara que mostre isso
— Ah, é a única que tenho, não dá para mudar - ela sorri e começa a conduzir o carro

A ilusão da beleza Onde histórias criam vida. Descubra agora