Sentada nesse banco, ao lado de uma estátua comum, nunca pensei que pudesse estar tão pior, tão ruim. Se eu olho para ele sinto que tem algo nele que deveria ter em mim. Não sei, só não parece certo. Um pequeno tempo depois, ouvi uma voz doce e calma chamando pelo meu nome; me tirando de meus desvaneios:
— Carrie, em que está pensando? - Disse olhando para mim docemente: perfeito.
— Nada de mais: apenas viajando na minha mente mesmo. E você? Oque faz? - Tentei parecer normal, mas como iria dar certo se estou completamente nervosa perto deste homem?
— Por que está mudando de assunto? Não quer me dizer? - A vontade que me deu foi de gritar: 'Não, seu tolo! Se desviei do assunto é porque é óbvio!'. Mas, eu disse isso? Bem, como provavelmente advinhou: 'não'.
— Se eu dissesse você me acharia estranha, ou errada. - Oque não era mentira, de certo modo.
— Isso eu já acho desde que te conheci. - Eu até riria do comentário de Wendy, mas no momento eu so estava preocupada em como sair dessa situação. Mas, ele não desiste fácil, eu sabia que não adiantaria discutir.
— Ser você - No momento em que eu disse, algo em mim me deu a vontade de colar meu olhar na estátua.
— Como disse? - me encarou como se tivesse ouvido, mas quisesse uma explicação.
— Veja bem: Seus pais estão vivos, poucos problemas familiares, pode ter qualquer mulher que desejas, pois estão todas aos seus pés. - Ainda encarava a estátua, estava dizendo mais para ela do que para Wendy.
— Meus pais podem até estar vivos, mas são completos criminosos; ridículos. E na verdade, pode até ter algumas mulheres interessadas em mim, mas a que eu quero não posso ter certeza, ela é tão perfeita.
Oque Wendy disse me cortou o coração, como se fosse uma folha de papel, daquelas bem finas. Como poderia não notar? Ele é bobo, por acaso?
— Eu deveria te escrever uma carta?
— Por quê?
— Porque parece que não sou nada quando estou na sua frente. - Magoada, visivelmente.
— Por que está dizendo isso? - Parecia confuso, um tanto.
— Bem, você não entenderia agora. Vamos retomar o assunto anterior, por favor. - Outro erro.
— Querer ser eu, esse era assunto. - Parecia chateado, querendo saber.
— Ah, sim, sim. Eu também não queria falar sobre isso mas já estou ficando sem saída. - Fiquei um tempo em silêncio.
— Fale logo, Carrie! - Demasiado impaciente.
— Você... Bem, sua vida é perfeita, poderia dizer.
— Eu não consigo ver essa parte em que minha vida é melhor que a tua. - Parecia sincero, de algum modo certo.
— Como não? É evidente, cara.
— Temos problemas diferentes, mas isso não quer dizer que não temos, concorda? - Eu não queria concordar.
— Eu queria ser você - A estátua, novamente puxou meu olhar.
— Eu queria ser você - Agora nós dois olhávamos para a estátua. Quando foi que ela ficou tão interessante?
Senti uma forte dor na cabeça. Deduzi que Wendy também; pois levou a palma de sua mão esquerda para a testa. Nos olhamos e pude sentir algo diferente, outro sentimento. Não era o amor que eu sentia por ele, mesmo que fosse forte. Era desconhecido.
— Oque está acontecendo? - Perguntei, indiferente.
— Acho que não deveríamos ter dito isso. - Não consegui entendê-lo. Oque não deveríamos ter feito?
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Eu (não) Queria Ser Você - Comédia
Romance"- Eu queria ser como você, você não tem problemas, sua vida é fácil, você não se preocupa tanto com sua aparência. Como seria ser você? - Eu queria ser como você, você não tem problemas, sua vida é fácil, você não se preocupa em trabalhar ta...