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7:30, 17 de Abril, Segunda, Porto, Portugal.

- Vitória! Vais chegar atrasada! - minha mãe gritou do andar de baixo.

Neste momento a minha vontade de partir era pouca. Segunda-feira, dia de aulas e ainda tinha 20 min de autoestrada a percorrer. Dobrei mais umas calças e enfiei-as na mala e fechei a mesma. Desci as escadas e peguei no meu pacote de leite que a minha mãe tinha preparado. E sentei-me.

- Sempre a mesma coisa Vitória! - ela bufou bebendo a sua taça de café habitual. Revirei os olhos e suspirei. - Quantas vezes eu já te disse que qualquer dia vais chegar atrasada? - revirei novamente os olhos e deitei o pacote à reciclagem.

Agora era eu que estava com presa. A calma com que a minha mãe tomava o pequeno almoço deixava-me sonolenta.

- Bem vamos? - perguntei batendo com o pé no chão em sinal de impaciência.

Pousou a sua taça na bancada e caminhou até ao sofá onde se encontrava a sua mala. Retirou de dentro as chaves do carro e caminhamos juntas até à garagem onde estava o seu BMW. Meti a mala no carro e seguimos viagem até à Maia.
Atualmente estava a estudar artes e multimédia na faculdade da ISMAI na Maia. Normalmente ao fim de semana só ficava na Maia quando o Porto jogava em casa, e tinha a sorte de poder ficar na minha própria casa. Quando o Porto jogava fora de casa e era bastante longe para as minhas capacidades ia até ao Porto passar o fim de semana com os meus pais.

- Aí que transito! - minha mãe bofou e deu uma buzinada ao carro da frente. - olha que inteligência rara! O semáforo verde e ele abranda... eu vejo cada coisa... - ela quase que grita e eu ri-o com a situação.

Os meus pais são pessoas muito ocupadas, o meu pai tem uma grande empresa de móveis, e faz parceria com o supermercado Continente, e a minha mãe empregada dele. Decidi vir estudar para a ISMAI por que consegui arranjar casa muito perto da faculdade e pelos vistos é uma escola muito bem falada.

- Sempre vais à tal visita amanhã? - pergunta curiosamente acelerando.

- Normalmente sim... sabes bem que quero muito estar com os jogadores... - respondi de forma tranquila olhando para ela e logo após focando-me na tela do telemóvel, actualizando as redes sociais.

- Ah claro.. tu passas lá a vida enfiada Vitória... maldita a hora que o futebol existe... - ela olha atentamente para a via esquerda, verificando que nenhum carro a impede de avançar.

- Aí mãe não sejas tão secante... tu sabes muito bem que eu adoro ver futebol, e sabes que adoro estar dentro daquele estádio, faz-me sentir em casa... - digo entusiasmada e a minha mãe suspira.

Só de ver o desespero transmitido pela minha mãe até me dava enjoos.

- Claro... breve dizes que te mudas para lá... - ela diz num tom irónico e eu ri-o. - É verdade vais ver o André... Pereira não é? Aquele rapazinho que tu gostas muito!

- Pereira?? Mãe! Silva! Silvaaaa! - começo a gozar com ela e a mesma ri-se com a situação.

Atualmente o meu jogador preferido do Porto era o André. Achava-o atraente e sobretudo talentoso, apesar disso eu gosto imenso de todos os jogadores do Porto.
Amanhã à tarde irei dar uma volta pelo museu do Porto e depois estarei com os jogadores que me irão receber depois do treino. Adorava estar com o André, simplesmente por que é uma pessoa que eu admiro mas o objetivo é conhecer o máximo do pessoal.

Finalmente chegamos e a minha mãe estacionou a frente do portão da faculdade.

- Vitória, muita atenção para o teste... e vá juízo! - ela disse acariciando a minha bochecha.

Vitória || André Silva ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora