Capitulo 1: Tormenta

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O sinal toca alardando a todos que a aula acaba, Rhyan estremesse, ele sabe o Bullying que fazem com ele na hora do intervalo. Por mais que ele tente se afastar não adianta, Pablo e seus amigos encrenqueiros o perseguem, e sempre o acham.
Ele como sempre é o último a sair da sala devido aos mesmos devaneios que têm dele enfrentando os seu perseguidores, falando para eles o deixarem em paz com a sua solidão.
Rhyan então sai da sala, e passando pela cantina do colégio escuta uma garota falando dele disfarçadamente para sua amiga. Como ele sabe? É simples, muito simples, ele analisa cada pessoa daquela escola, desde o momento que pisou lá, ele sabe o que cada gesto e olhar de uma pessoa significa por mais disfarçado que seja. O pior é que ele odeia, odeia saber, odeia saber o que cada gesto significa, por quê através dos gestos de seus pais ele vê a briga disfarçada de ambos, e através dos olhares dos outros ele vê a pena que eles têm para com ele. Isso o deixa de sangue quente.
Sentado no banco mais afastado e mais escondido do colégio, ele percebe que inveja fortemente as amizades que os outros tem, ele queria ter algo igual ou parecido, ele queria somente ter um amigo será que isso era pedir de mais?
Os paços pesados, fazem Rhyan olhar para o lado, ele já sabe de quem pertence esses paços que ele tanto despreza. De sua boca sai o nome do dono, com os seus dente cemiserrados diz baixinho:
- Pablo!
- O que a bonequinha tá fazendo aqui? - Pablo pergunta e dá uma forte gargalhada, seus amigos o acompanham.
- Não sei ela acabou de chegar! - Rhyan fala olhando para o outro lado, para o nada.
Quando as palavras de Rhyan se dissipam no ar os amigos de Pablo soltam uma gargalha alta que é repreendida com o virar da cabeça de Pablo na direção deles.
- De vocês eu cuido depois! - os garotos engolem a seco - Desse cara eu cuido agora!
E então um soco é disparado na direção de Rhyan... ele desvia habilmente e soca Pablo que cai no chão surpreendido com a força do menino, Rhyan já cansado com todo o Bullying começa socar o garoto o mais rápido e forte que consegue e... bem isso era o que eu gostaria de contar, mas na verdade Rhyan não desviou do soco, e ele não queria desviar, ele queria levar esse belo soco. O que se passava em sua cabeça era simples se ele desviasse desse, outro viria acompanhado de mais cinquenta.
Rhyan cai do banco, e passa a mão em sua boca que agora escorre um filete de sangue.
- Parabéns você já me bateu agora pode ir embora como sempre - Rhyan fala e começa se levantar, mas ele não consegue devido ao peso do pé que Pablo faz em suas costas.
- Sabe Rhyan, hoje eu decidi me prolongar - Rhyan esbugalha os olhos já prevendo a surra que vai levar, seu corpo estremesse.
- Eai, não vai falar nada, espertinho? Ah então eu te surpreendi? - Uma alta gargalhada sai da boca de Pablo.
- Dizer o que? Dizer que você desconta em murros a inveja que você tem?
- Inveja eu? Só pode estar ficando louco!
- Pablo eu sei que você inveja a minha inteligência, só por quê você não consegue resolver uma conta de matemática, não significa que você tem que me bater. Isso não vai me deixar burro! E nem vai te fazer mais inteligente!
- Meninos saiam! - Pablo grita na direção de seus colegas, após os garotos o obedecerem, ele cospe no rosto de Rhyan e diz - Eu odeio quem tem pena de mim!...
- Eu também... - susurra Rhyan
-...Eu odeio você! Por que você se acha o superior, não tem amigos por que os outros não estão à sua altura!
Rhyan se surpreende com que Pablo acaba de dizer, seu cérebro ainda está tentando processar a informação recebida, afinal como é que podem pensar que ele é assim? Rhyan nunca tratou ninguém com superioridade, ele simplesmente é introvertido. Ser introvertido não faz mal a ninguém.
- Eu te odeio Rhyan com toda a minha força não só por se achar o superior, mas por quê você me olha com pena. Eu não preciso da sua pena, não me olhe assim!
- Eu não tenho pena de você!
- Não minta! Eu sei que tem afinal em toda a prova, ou atividade que o professor passa, você olha para mim imediatamente, parecendo que você já sabe que eu vou fazer errar as questões.
Rhyan percebe, sim é verdade o que Pablo diz, como ele não pode perceber isso, logo ele que conhecia o que cada gesto e olhar por mais discreto que seja significa.
- Não foi minha intenção, desculpe...
- Já é tarde para pedir desculpa - Pablo disfere mais um soco em Rhyan.
O menino entende, finalmente entende o por que da perseguição, isso o deixa feliz, finalmente o saber o deixa contente, ele não sente o soco de Pablo por que é como se a sua felicidade amortecesse o soco. A felicidade é tanta que ele abre um sorriso no rosto.
- Você está rindo de mim? Desgraçado!
E depois vários socos fortes e rápidos entram em contato com o rosto de Rhyan.
Depois de 4 minutos os punhos de Pablo estão ensanguentados. Ele olha para o rosto de Rhyan e entre sangue e carne inchada e roxa ele vê um sorriso.
- Como você ainda pode sorrir? Depois de todos aqueles socos era pra você estar chorando! Você é um desgraçado mesmo!
- Você pode me bater o quanto quiser eu não ligo, eu não sinto, por que a minha felicidade é tanta, que dor alguma vai destrui-lá ou supera-lá.
- Felicidade de que? Você só pode ser louco de ver felicidade na dor.
- Eu estou feliz por que eu SEI!
- Só pode ser louco!
- Todos nós temos uma loucura, essa é a minha!
Estas são as últimas palavras que Rhyan ouviu, não porque Pablo não falou nada, mas sim por que Rhyan todos os sentidos de Rhyan somem subitamente.

Mil gotas no ceúOnde histórias criam vida. Descubra agora