Entramos numa zona desconhecida ao meu olhar. Era uma zona que não era recomendada porque era perigosa, mas o Will insistiu que lá fossemos.
"Tens a certeza que isto é seguro? Ninguém pode vir aqui por algum motivo." avisei.
"Exatamente e eu penso que o motivo não é ser perigoso para quem entra, mas para quem sai."
"E isso melhora como?"
"Não te preocupes, segue-me. Descobri isto enquanto trabalhava na ponte."
Segui-o por entre as rochas e pelos riachos ate chegar à entrada de uma gruta.
"Penso que vais gostar disto." disse-me antes de me puxar para dentro.
Atravessamos um pequeno corredor dentro da gruta até começar a ver luminosidade chegar do outro lado.
Ao aproximar da luz apercebi-me que não era uma saída, mas sim uma sala de proporções enormes que continha vários cristais brancos e de um tamanho descomunal, dando aquele espaço uma luminosidade resplandecente.
"Isto é uma caverna de cristais?"
"Sim. Não são muito usuais, principalmente uma gruta de cristais mágicos como esta."
"Como é que sabes que são mágicos?" perguntei.
"Sinto-o. Sei que também o sentes de certeza."
Após ele referir aquilo eu apercebi-me que sentia a presença de magia naquele local. Era uma presença tão forte que se tornava difícil detetar a sua presença.
"Que lugar é este realmente?" inquiri.
"Não sei ao certo, mas percebi o porquê de não deixarem ninguém aproximar-se deste sítio."
"Também percebo. É perigosamente belo." ao dizer isto, peguei num cristal de pequenas dimensões que se encontrava no chão.
Mal a minha pele entrou em contacto com a superfície macia do cristal, este iluminou-se e senti uma picada na minha mão, fazendo com que largasse a preciosidade imediatamente.
O Will olhou para mim por causa da minha demonstração de dor e eu sacudi a mão para aliviar a dor, que entretanto passou.
"Estás bem?"
"Sim, foi só uma dor que senti, mas já passou."
"Deixa ver." pediu ele.
Abri a minha mão e no centro desta estava um símbolo queimado na minha pele. Parecia um crescente invertido.
"Acho que deviamos ver o que isso te vai trazer." olhou ele preocupado.
Saímos então da gruta e fomos em direção ao castelo onde procurei imediatamente a minha irmã, encontrando-a na sala de reuniões.
"FAYE!" gritei.
"Que se passou?" veio ter comigo ela, preocupada.
"O que significa isto?" perguntei, mostrando-lhe a mão.
Ela olhou por uns segundos e perguntou:
"Encontraste os cristais, não foi?"
Acenei com a cabeça e ela continuou.
"Não o devias ter feito, é muito arriscado. Tiveste sorte. Este símbolo não é uma maldição, é uma benção. Não devias ter tocado em nenhum, nunca se sabe o que os cristais nos podem fazer ou mostrar."
"Como assim?"
"Estes cristais concedem a quem lhes tocar, algo de bom ou de mau. Eles possuem um grande poder e não devem ser tomados de ânimo leve. Este símbolo significa "poder". O cristal deu-te poder. Agora é necessário descobrir que tipo de poder."
"Mas isso é bom, certo? Quer dizer que agora posso fazer mais que antes."
"Sim, mas foi pura sorte. Não quero que lá voltes, promete-me. Os cristais daquela caverna não são seres vivos, mas possuem uma consciência e isso torna-os perigosos."
"Eu não volto, irmã."
"Agora vai. Preciso de continuar o meu trabalho."
A Faye empurrou-me e ao Will dali para fora e fechou a porta. Ela estava mesmo ocupada.
"Desculpa." disse o Will.
"Não desculpes, foi incrível ter visto aquele lugar. A culpa foi minha que toquei onde não devia e agora levei com as consequências."
"Tiveste muita sorte mesmo assim. Para a próxima acho que vou seguir as regras."
"Ambos sabemos que isso não vai acontecer." sorri.
"Pelo menos vou tentar."
Caminhamos então pelo castelo e fomos para o meu quarto, para termos mais privacidade.
Deitámo-nos na cama agarrados em silêncio, enquanto olhava para a minha mão. Uma cicatriz que não iria sair mais e que acarretava um poder enorme, isto tudo por causa de um simples acidente.
"Não penses mais nisso." ouvi a voz do Will.
"É difícil não pensar. Fui imprudente."
"Foste, mas tudo acabou bem certo?"
"Sim... arruinei o nosso dia."
"Não arruinaste. Continuo contigo na mesma."
"Por sorte."
"Por sorte ou por destino o que importa é que estás bem."
Olhei para ele. Como poderia alguém com um coração tão bom gostar assim de mim?
Ele fez-me uma festa na face e beijou-me levemente, encostando as nossas testas de seguida.
Quebrei o momento beijando-o de novo. Um beijo faminto, como se quisesse unir-me a ele num só corpo.
As nossas mãos percorreram milhas um no outro e as nossas almas dançaram com a união carnal que se deu.
Depois de recuperar o fôlego mantivemo-nos debaixo dos lençóis sem dizer nada. Nem sempre é preciso dizer alguma coisa para se comunicar e esse era um desses momentos. Simplesmente estivemos um com o outro e não me lembro de ter sentido tão confortável em toda a minha vida.
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Capítulo mais pequeno que o costume eu sei, mas nos próximos compenso.
Queria pedir desculpa por não publicar há meses, mas com as aulas e os trabalhos e exames não tive tempo para escrever nada.
Espero que continuem aí após este tempo todo.
Darcy x.
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The Wonderwall: O Regresso [Em Pausa]
Fantasy[2° livro da trilogia "The Wonderwall"] Após a coroação de Selene, toda a gente pensava que o reino de Wonderwall iria prosperar. Mas não podiam estar mais enganados. Selene terá novos contactos com outros reinos e monarcas e terá de se encontrar no...