Foi uma aflição, quando me apercebi estava de cabeça para baixo, tinha sangue a escorrer da minha cabeça e não fazia ideia de como aquilo aconteceu. Olhei a toda a minha volta mas não o Breno em lado nenhum, comecei a ficar cada vez mais aflita e mais preocupado, o meu coração estava a bater tão rápido como nunca. Respirei fundo e olhei para a frente, foi quando o vi, lá estava ele, estendido na estrada, todo ensanguentado, estendido na estrada e sem se mexer. Gritei o nome dele várias vezes mas sem sucesso algum, ele não dava qualquer tipo de sinal de vida, comecei a temer o pior.
Tentei soltar-me mas foi uma tentativa completamente falhada, o cinto de segurança estava encravado e por mais que o puxa-se ele não se desencaixava, procurei algo que me ajuda-se, encontrei uma navalha, bem grande, não faço ideia o que estava ali a fazer no porta-luvas, mas neste momento isso também não interessa, cortei o cinto de segurança e abri a porta do carro, foi difícil pois o caro estava totalmente desfeito e virado ao contrário.
A primeira coisa que fiz quando saí foi andar o mais rápido possível até ao pé do Breno, eu sei que não se deve tocar nas pessoas depois de um acidente mas no meio daquela aflição toda nem me lembrei disso, quando reparei estava sentado no chão, com a cabeça dele em cima das minhas pernas e a chamar por ele na esperança que os seus olhos abrissem ou que emitisse algum som. Estávamos ali há bastante tempo, não consigo dizer quanto mas sei que sim. eu começava a desesperar, ele estava todo ensanguentado e não dava qualquer sinal de vida, eu não parava de chorar, a camisa dele que era branca estava todo encarnada e havia uma poça de sangue onde estava a sua cabeça anteriormente.
Mesmo depois de tanto tempo ali, quase a perder os sentidos com o calor que estava e por causa de tanto sangue à minha volta e que saia da minha cabeça também, não tinha passado um único veículo. A minha esperança começava a ir embora quando paro um carro a uns metros de nós, saiu de lá um homem que ficou a olhar para nós, provavelmente por estar chocado com o cenário que tinha à sua frente, mas naquele momento eu só queria ajuda, pois não iria aceitar de maneira nenhuma a possível morte do Breno, porque se ele morresse eu morreria com ele.
- Peça ajuda por favor, ele não pode morrer, chame alguém por favor - foi a única coisa que consegui gritar para ver se o homem despertava para nos ajudar.
Ele assim fez, depois de um tempo chegou uma ambulância e rapidamente puseram o Breno numa maca e o levaram para dentro da ambulância e só me pediram para aguardar um pouco do lado de fora da mesma. Ao fim de algum tempo disseram-me que ele estava estável mas que tinha de ser levado de urgência para o hospital mais perto, disse-lhes que ia com eles na ambulância e não se opuseram. Fiquei sentado ao lado dele, ele estava tão mal, cheio de sangue, ligado a uma máquina e com soro na sua veia, só queria que tudo aquilo acabasse rapidamente.
O enfermeiro que ia sentado ao meu lado apercebeu-se que eu tinha um golpe na cabeça, provavelmente feito por algum vidro, ele pôs uma compressa e uma ligadura mas disse que quando chegássemos ao hospital eu teria de ir fazer um curativo melhor pois aquele era apenas temporário.
Não demorou muito e já estávamos no hospital, o Breno foi levado para um corredor onde eu não podia entrar, o meu pensamento naquele momento foi de apenas esperança, esperança de que ele ficasse bem no final de tudo isto. Uma enfermeira tirou-me dos meus pensamentos quando me chamou para ir fazer um curativo novo e retirar aquele que tinha. não conseguia parar de pensar no Breno, só queria estar com ele e vê-lo sorrir outra vez, com aquele sorriso que me fascina e que lhe fica tão bem.
A enfermeira era uma mulher na casa dos 30, pelo menos aparentava, era alta, tinha cabelo negro, olhos verdes e bem morena, tinha um anel por isso deduzi que fosse casada mas não me atrevi a meter conversa e a não dizer qualquer palavra que fosse. No final disse-me que tinha de descansar algum tempo porque senão podia começar a ter dores de cabeça e os pontos que ela me pôs no golpe poderiam rebentar.

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Inúmeras histórias
DiversosCada capítulo é uma história. Cada um com a sua categoria, alguns relacionados uns com os outros e outros nem por isso. Podes ler de tudo aqui e de certeza que vais gostar. Uns capítulos são maiores que os outros, mas se gostares vais ter paciência...