Olívia P.O.V
Acordo com o barulho irritante do meu despertador. Estou pensando seriamente em jogar o meu despertador na parede. Mas tipo, só pensando mesmo.
Jogo as cobertas para o lado e me sento na cama.
Mais um dia, Liv.
Por um milagre você ainda respira, você ainda está viva, Olívia.
Aí, como eu queria ter ido no lugar do meu pai. Ele era uma pessoa tão boa, não tinha inimigos, ao contrário de mim, que apenas com dezesete anos já tenho quase a toda população feminina do colégio me odiando profundamente. O por que? Por causa da Katherine e as suas amiguinhas, vulgo Joyce e Ariana.
Quem é Katherine?
Katherine é aquela típica garota que se acha superior à todos, que humilha as pessoas para se sentir melhor. E, para a minha infelicidade ela me odeia, e faz de tudo para que eu me sinta pior do que eu já me sinto.
Até a minha mãe me odeia. Me odeia porque o meu pai me deixou com posse total da empresa. Mesmo que eu tenha um irmão mais velho, que poderia ser o CEO da empresa, meu pai assinou um tipo de documento em que, se ele viesse a faltar, eu iria ser a CEO da empresa quando completasse dezoito anos. Minha mãe ficou possessa. Não aceita isso até hoje. Ele sempre preferiu o meu irmão... e eu sempre preferi o meu irmão.
Ele me protegia dela. Quando ele ainda morava com a gente, ela disfarçava, mas era só ele sair que ela já começava a falar comigo de uma maneira grosseira que chegava a me dar medo. Tudo isso porque meu pai deixou a empresa em minhas mãos.
Ela acha que eu pedi? Porque não tem outra explicação.
Me levanto,tomo uma ducha rápida e vou até meu closet. Qual é a necessidade de tanta roupa? Pra nem tanto. Só não me desfiz delas por que a maioria foi meu pai que me deu. Sim, ele comprou as minhas roupas à anos e elas ainda servem em mim... só porque eu não cresci. Sou um smurf.
Hoje é o primeiro dia. Primeiro dia naquele inferno depois das minhas férias - que não foram aquela coisa maravilhosa - pra aguentar Katherine por mais dois semestres. Que maravilha!
Acho que vou me vestir de um jeito diferente. Nada do que eu uso sempre... desde que tampe meus cortes nos pulsos e nas coxas. Procuro por um tempo até que eu acho um conjunto que ficaria legal, e que tamparia meus defeitos como diz minha mãe.
Me visto e procuro algum sapato que dê certo com essa roupa. Olho na parte de cima de uma das prateleiras do closet. Uma caixa. Que conspiração! Só porque eu sou pequena.
Pego uma escadinha pra poder conseguir pegar. Subo na escadinha, e, na ponta dos pés, consigo alcançar a caixa. Quando eu abro, meus olhos brilham. É um livro, ou agenda com um papel dobrado sobre o mesmo.
Pego o papel, e quando eu desdobro, meus olhos ficam marejados. É a letra do meu pai.
Respiro fundo e começo a ler."Minha pequena Angel, sei que você deve estar assustada com essa carta, pois, eu já devo ter partido. Possivelmente você já deve estar sabendo que você é a futura CEO da empresa da família. Eu sei que você ainda não tem dezoito anos para poder ter posse. Dylan provavelmente já leu a carta que deixei para ele. Então vocês não terão problemas por isso. Cuide da empresa para mim, Angel. Seu irmão será o seu braço direito. Sua mãe será um tipo de supervisora. Mas não se preocupe. Nada irá acontecer com você... Quero te pedir mais uma coisa, Angel, seja forte. Não deixe que nada te ponha para baixo. Eu sei que a sua mãe é bem rigorosa com você, mas não se prejudique por isso. Não faça nenhuma besteira...
Eu sei que você não poderá me ver mais, mas eu sempre estarei ao seu lado. Fazendo sempre o que será melhor para você... Essa pequena agenda era minha, mas agora é sua. Não cheguei a usá-la. Comprei ela uma semana antes de ir para o hospital. Escreva nessa agenda o que você sente, isso alivia a alma... Se cuide, minha pequena Angel.