me fiz em mil pedaços para você juntar; considerei caos aquilo que não possuía tanta gravidade. reclamei sozinha, por fim, pois pelo tanto que tu havia para pensar, acabou sequer se lembrando de mim. peço a Deus que nenhum passarinho lhe sussurre sobre os poemas que te escrevi. torço para que não saiba da dor que senti ou na melancolia que tornei minha poesia que, antes de ti, parecia completa.
é como se cada parte abandonada de nós fosse jogada em minhas palavras. devo deixá-las partir, bem sei. mas não quero ser lar do vazio; me vi oca quando deixou de me preencher.compreendo. me compreendo. preciso aceitar. podemos morrer e acabar, mas quem me permite ressuscitar são os versos, as rimas, a prosa. e, meu bem, é para isso que eu vivo.
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flores de lata
Poetry07° em poesia. (05/12/16) capa por: allimonteiro. 1° lugar no projeto"doze meses".