And it Happened Again

281 10 2
                                    


Não soube o que fazer. De repente não consegui me mexer.

-Ruby, espere! Não é o que você está pensando.

Eu falei mas ela não me respondeu, apenas se virou e foi embora, queria ir atrás dela, mas sabia que de nada adiantaria conversar com ela agora que ela estava de cabeça quente. Então disse a mim mesma que conversaria com ela amanhã.

-Viu o que você fez?! -Disse para Hook, que não dissera nada desde o ocorrido.

-Não era minha intenção, eu não...

-Agora isso não importa. Tenho que ir.

Passei por ele e entrei de volta no Granny's, não olhei para ninguém enquanto me dirigia rapidamente para a porta da frente. Chegando lá fora senti vontade de correr até estar na segurança de minha casa, até estar com o meu homem. Até estar com o homem que eu realmente amava. Não poderia nem pensar em sentir nada por alguém que atrapalharia toda a minha vida. Não poderia. Eu já tinha a minha vida e ele tinha a dele. E se ele estivesse falando a verdade? Quer dizer... E se ele também estivesse sentindo as mesmas coisas que eu? Quase me xinguei por ainda estar pensando nisso. Isso não poderia nem sequer estar passando pela minha cabeça, não tinha possibilidade de acontecer. Nunca!

Cheguei em casa e o Robin estava lendo uma história pro Roland. Eles estavam no sofá, em frente a lareira. Não disse nada de início, fiquei apenas ouvindo.

-E eles ficaram felizes para sempre. Fim. -Robin terminou a história.

-Papa, porque os mocinhos sempre vencem? -Roland perguntou.

-Porque eles tem o amor verdadeiro meu filho -Robin disse, com um sorriso no rosto. - E o amor verdadeiro e a magia mais poderosa de todas.

-Como o seu e o da Regina?

O sorriso de Robin aumentou consideravelmente.

-Sim, como o meu e o da Regina.

Lágrimas desceram dos meus olhos. Robin me viu e veio me abraçar.

-O que houve amor? Porque está chorando? -Ele estava realmente preocupado comigo, e aquilo só fazia me sentir mais mal ainda por ter aqueles pensamentos de mais cedo.

-Nada. Só... só estou feliz por você ter dito aquilo.

-Só disse a verdade. Olhe, você é a melhor coisa que aconteceu comigo. Parece magia, mas não é uma magia comum, parece com uma magia muito forte, uma que só um verdadeiro amor pode criar.

Ele agarrou minha cintura e me abraçou para me beijar o mais intenso que conseguiu. Essa sem dúvida era uma das sensações que eu mais amava no mundo e nunca iria querer perder isso. Aqueles pensamentos e sentimentos com o Killian não poderiam continuar, eu não permitiria que continuassem.

Tomei um banho quente e demorado e fui me deitar ao lado do Robin.

Já eram mais de duas horas da manhã. Robin tinha conseguido pegar no sono a horas e eu nem sequer havia cochilado. A minha cabeça era uma tremenda confusão de sentimentos e decisões que eu deveria tomar. Decisões lógicas, racionais e decisões emocionais. A confusão provinha de eu não saber quais destas duas eram as mais certas, e de qual delas eu deveria tomar.

Houve um baque na janela, bem leve. Até achei que seria minha imaginação, até que houvi de novo. E de novo. Me levantei e andei até ela, quando estava com o rosto próximo ao vidro, uma pedra pequena veio ao seu encontro. Então eram essas pedras que estavam fazendo os baques. Mas, quem as estavam jogando?

Abri o vidro e quando olhei para baixo me deparei com o Killian apoiado em seu carro que estava estacionado na frente da minha casa.

-O que você está pensando? -Sussurrei para não acordar o Robin, e fiz muitos gestos pra que o Hook entendesse.

Em resposta ele só abriu a porta do carona e fez um gesto de mão me chamando.

Ele deve estar louco. Pensei. Não vou a lugar algum nesse carro.

Fechei a janela. E deitei novamente. Tentei dormir, mas a tentação foi grande demais. Minha parte racional gritava para que eu não fizesse o que estava prestes a fazer mas o meu lado emocional gritou mais alto. Me levantei e vesti outra coisa, porque estava de Baby Doll. Antes de sair do quarto me deparei na porta olhando para o Robin, deitado, provavelmente sonhando. Sonhando com nós dois, era o mais provável. E eu fazendo aquilo. Mas não podia evitar. - Desculpe. -Sussurrei para ele antes de passar pela porta, descer as escadas e sair pela porta da frente.

-Você não aprendeu nada com o que aconteceu hoje? -Perguntei, e tentei fazer a cara mais indignada que pude.

-Parece que você também não. - E deu uma olhada de cima em baixo em mim, observando que eu havia trocado de roupa.

-Não está preocupado com a Ruby? Com o que ela pode espalhar? E se ela contar pra alguém? E se...

-Shii... Ela não vai contar pra ninguém hoje. É de madrugada. Amanhã falamos com ela. -Ele me deu um sorriso de canto de boca que parecia mesmo, diabolicamente sexy. -Vamos apenas viver o presente.

Ele abriu a porta do carona e eu entrei no carro, sabendo que amanhã me arrependeria de cada coisa que estou fazendo. Ele deu a volta no carro e entrou do lado do motorista.

-Para onde vamos? -Perguntei.

-Isso importa? -E deu aquele sorriso outra vez. - Digamos que vamos apenas nos divertir.

-Isso vai envolver roubos e enterrar tesouros?

-Engraçadinha. Vamos nos divertir. E eu garanto que vai ser ótimo para você também. -Depois de dizer isso, ele deu uma piscadela para mim, que por incrível que pareça, me fez corar.

Ele ligou o carro, e saiu. Depois de alguns minutos vi para onde estava indo. Para a floresta em direção a Ponte dos Ogros. O que será que ele havia planejado? O que queria fazer justamente ali?

Chegamos a alguns metros da Ponte dos Ogros e ele desligou o carro.

-A Ponte dos Ogros a essa hora? Sério?

-Olhe ali em baixo.

Nos aproximamos da beirada e pude ver que ele havia preparado um piquenique embaixo da ponte. Com direito a velas e a champagne.

-E então, o que está esperando?

Ele disse e segurou a minha mão para descermos.

-Sente-se, amor. - Ele disse.

-Hook!.

-O que?

-Sabe que o que estamos fazendo é errado não sabe?

-Sim, sei. Mas isso é doloroso demais para evitar. Quanto mais eu tento, mais isso me sufoca. Mais me causa dor. -Ele se aproximou até estar a centímetros de mim. - E eu não quero sofrer mais.

Ficamos no piquenique até quase estar de manhã. Quando ele me levou de volta a minha casa e entrei. Ainda consegui encontrar o Robin dormindo. Troquei de roupa, colocando novamente meu Baby Doll e me deitei ao lado dele. O peso na minha consciência não me dava sossego. Mesmo sabendo que não era minha culpa isso me torturava cada vez mais forte.

//

Não sei como, mas consegui dormir um pouco. Quando acordei já eram mais de oito horas então calculei que o Roland já havia ido para a escola. Lavei meu rosto, vesti outra roupa e desci.

Encontrei o Robin sentado no sofá. Cheguei perto dele e dei um beijo na sua boca.

-Bom dia! - Disse.

Para minha surpresa ele não me disse bom dia de volta. Apenas me olhou. E eu não consegui decifrar seu olhar. Depois de um tempo ele começou.

-Regina, ontem estava muito calor. -Ele começou a falar mas não entendi onde queria chegar. - Não consegui dormir direito e no meio da noite acordei e você não estava ao meu lado. O que quero saber agora é, onde você estava ontem de madrugada? 

No One Decides My Fate Beyond MeOnde histórias criam vida. Descubra agora