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capítulo único
As ruas da capital chinesa estavam cobertas pelos flocos de neve que caíram durante a noite anterior. Fazia frio, o inverno havia chegado com tudo aquele ano.
Ah, como Zitao odiava o inverno.
Não era algo pessoal, na verdade achava divertido sair em dias como aquele para fazer anjinhos de neve, no entanto, era exatamente naquela maldita estação que seu resfriado resolvia vir à tona.
Estremeceu, sentindo o vento gélido invadir as janelas. Estava meio desanimado, logo não iria fazer nada, apenas permanecer em sua cama, em meio à vários cobertores, na tentativa de ficar o mais quente possível. Não se dera nem o trabalho de ver o próprio reflexo no espelho, já conseguia prever o desastre que estava sua aparência: olheiras mais profundas do que o normal, os cabelos negros desalinhados e, para piorar, o nariz adquiria uma coloração avermelhada, assim como as bochechas.
Ao finalmente criar coragem o suficiente para fazê-lo, permitiu que os pés descalços tocassem o chão gelado, levando consigo um edredom envolta de seu pequeno corpo. Chiou, mas prosseguiu. Em passos hesitantes, caminhara até a sala de estar. A televisão estava ligada e, no sofá, a visão de Yifan sonolento se fazia presente.
Se aproximou devagar. Queria a atenção do Wu, e aquele fato era mais que óbvio, contudo, nada disse, esperando que ele olhasse para si.
— Fan Ge — chamou-o baixinho, vendo que se não o fizesse nunca ganharia o que queria. Não era como de estivesse forçando, mas sua voz saía mais manhosa que o de costume aos ouvidos de Yifan.
— O que foi, Taozi? — fitou o chinês parado em frente ao corredor. Franziu o cenho, enquanto observava Zitao se aproximar, sem pronunciar uma palavra sequer.
— Eu tô com frio, Fan Ge — então, comprimindo os lábios róseos num bico que Yifan ainda julgava ser adorável, estendeu os bracinhos para o maior, a espera de receber o tão cobiçado carinho.
O loiro sorriu e não hesitou, se levantou. Abraçou o menor com todo o cuidado do mundo. Sua prioridade, naquele momento, era mantê-lo quentinho. Zitao fez questão de se aconchegar bem entre os braços fortes de Yifan, aprovara também as carícias que recebia em seus cabelos bagunçados.
Quando deram por si, já estavam novamente sobre o sofá, o moreno sentado no colo do, tecnicamente, canadense. Aninhou-se ali, ronronando como um gatinho por ter Yifan distribuindo beijinhos molhados pelo pescoço alheio.
No final, ficara feliz por manter seu pandinha longe do frio.
