Em um reino não muito distante uma garota pequena caçava um coelho, estava com fome e naquela época acontecia uma epidemia de coelhos atacando as plantações.
Só os nobres podiam caçar, mas quem se importava? Ou você caça mesmo correndo o risco de morrer ou você morre de fome. De qualquer forma você morre, então, por que não se arriscar? Não faria diferença! Ninguém a esperava em casa, se é que podia chamar o lugar que morava de casa. Retirou seu arco feita à mão, que demorou dias para ser feito, de suas costas junto com uma flecha a posicionando no arco, mirou no coelho que se encontrava um pouco mais à frente. Respirou fundo. Atirou.
Até que enfim depois de dias ela tinha o que comer.
Ou melhor teria, se pelo menos tivesse visto que guardas reais passavam bem na hora não estaria na enrrascada que agora se encontrava. Se virou, ainda na esperança que poderia fugir das mãos malignas dos soldados, mas a noite vinha cada vez mais rapido em sua direção, escurecendo tudo em seu caminho.
/-/
"28"
A garota já perdia muito sangue.
"29"
Estava prestes a desmaiar.
jogaram águas nas feridas em suas costas a fazendo acordar, um grito rouco saiu de sua boca.
Ela já havia gritado e chorado tanto."30"
A última chicotada foi dada e o guarda parou de gritar os números. As costas da garota estavam em carne viva, e muito sangue havia ali.
"Vai ficar aí por 5 dias, para aprender que não deve caçar" O guarda que havia chicoteado-a impôs o castigo. Logo saiu, com os outros guardas, deixando a pequena e frágil garota ali, com fome, presa em uma árvore quase pelada, até porque sua roupa que antes já estava caindo agora não passava de um pedaço de pano que cobria as partes mais importantes da garota. Ela estava quase abraçando a árvore, suas costas sem duvidas levariam cicatrizes ali para sempre.
Bom era melhor ela ter sido castiga do que morta afinal, não? Não, era melhor ela ter morrido, doeria menos.
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O rei sentia-se incomodado nas costas, como se algo estivesse o machucando, era bem fraca a sensação, mas ela continuava ali. Tentou relaxar o caminho todo. Não conseguiu.
Mas então, uma dor no peito, algo realmente estava errado, e ele temia ser sua companheira que nem mesmo algum dia havia chegado a conhecer.
Ela não podia morrer sem conhecer seu companheiro.
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Assim que chegou na cidade chamada Lux, Spero, o rei, se sentia mais incomodado do que antes. Sua costas estavam realmente incomodando ele, pedia licença ao se retirar da reunião, com os "minis Reis", ele precisava se transformar, urgentemente.
Saiu do castelo pela parte de trás dele, que dava para uma floresta. Spero, não pensou duas vezes e ali adentrou.
Ele não enxergava claramente, sua mente estava uma bagunça, se transformou e correu, seguiu seus instintos, que nunca falharam, e não seria daquela vez que iriam.
A noite de lua cheia iluminava o caminho, ele precisava encontrá-la. Ele sabia que ela estava aqui.
Correu até chegar em um campo, onde havia muitas flores e uma única árvore no meio de tudo aquilo. Se transforma em humano, com roupas, um feitiço de uma velha bruxa, que fazia ele se transformar sempre com roupa.