Capítulo 6

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oi sumidas

nem demorei, né (?)

***

Eu amo souvenir! Tudo que pode enfeitar em casa ou em qualquer lugar eu amo. Decoração e coração, é essa a relação dessas duas palavras. Comprei seis chaveiros, sim, seis. Onde usar? Não sei, até porque eu uso o mesmo chaveiro faz dez anos, ou mais.

Amo o clima frio daqui, no começo me incomodou, mas hoje eu amo.
Os pais da Laur são super gentis e carinhosos. Entendo bem o porque dela ser assim. Em geral, o vilarejo inteiro é lindo, as pessoas são incríveis (tirando a ex dela. Meu Deus, como Laur se encantou por aquela bruxa? Vai entender não é?)

Hoje é nosso último dia aqui, haverá uma festa típica no vilarejo que é patrocinada pela vinícola do pai de Laur. Comida típica e muito vinho (já sei que vou comer muito). Faz muito tempo que eu não sei o que é ser bem recebida, bem tratada, e aqui eu fui recebida e tratada de um modo maravilhoso. Os pais dela não nos questionaram sobre nada, como nos conhecemos e o que somos. O que somos uma para outra.

Ver a Laur tão feliz, integrada a um lugar me deixou com uma vontade de fazer parte do universo dela. Eu não sou cega, sei que ela é uma mulher linda e as vezes me pego olhando-a com desejo. Também como não olhar? Por mais que minha profissão seja universo paralelo e eu extremamente diferente de Karla, eu não tenho memória falha, eu lembro dos nossos encontros, do jeito em que ela se transforma: da pessoa tímida e insegura, na pessoa fogosa e confiante... Lembro de como ela me pega de jeito, ela é incrível.

Tentando analisar a situação em uma ótica imparcial, eu sei que ela é areia demais para o meu caminhão. Ela é uma profissional de sucesso, de família tradicional, pode ter a mulher que quiser. Ela não escolheria se apaixonar por uma mulher que é prostituta.

– Camz? – Lauren bateu na porta. – Camila? Está pronta?

– Estou! – Terminei de abotoar minha camisa. Peguei a minha carteira e abri a porta do quarto.

– Nossa! Você está linda!

– Você também está linda. Ok que isso não é novidade mas, você realmente está linda.

– Gostou? Gostou mesmo? – Confirmei com um gesto. – Valeu. Bom, vamos que meus pais já foram e estão nos esperando.

Saímos de casa e fomos até o galpão onde estava acontecendo o evento.

– Meu Deus, que mulheres lindas! – O pai dela veio ao nosso encontro. – Desculpe a indelicadeza, mas preciso falar, vocês formam um belo casal.

– PAI! – Lauren ficou vermelha.

– Desculpe, não resisti.

– Não liguem meninas, ele é muito cara de pau.

– Verdade, sou mesmo. Desculpe meninas.
– Tudo bem! – Sorri abertamente e me sentei do lado dela.

– Meninas, nos dê licença, precisamos dar um oi para o delegado. Já voltamos. – Os dois saíram.

– Desculpe pelo meu pai. – Ela disse tímida.

– Ele é fofo e divertido. E não precisa pedir desculpas, ele não me ofendeu.

– Ele não tem limites! – Lauren caiu na risada. – É por essas e outras que acho que puxei a minha mãe.

– Como ela se chamava? – Perguntei curiosa.

– Ela quem?

– Sua mãe! Não é dela que estamos falando?

– Ah sim, na verdade eu me referia a minha madrasta que no fundo é minha segunda mãe, tanto que nem a chamo de madrasta, reparou?
– Sim, você chama a Clara de mãe, acho isso lindo. É lindo como vocês duas se amam, como tem carinho, geralmente filhos não se dão bem com a segunda esposa do pai.

A Acompanhante de luxo (camren) [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora