Oneshot! ❤️

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PERCY POV -

6 meses se passaram desde que comecei a namorar com Annabeth. Nós conversávamos, tínhamos brigas bobas e nos reconciliávamos. A melhor parte era a reconciliação, sério mesmo, mas não quero falar sobre isso.
Era feriado e eu estava com minha mãe em Nova York. Annabeth tinha chegado da casa do pai, em São Francisco, há 3 dias, e ido direto para o acampamento meio-sangue. Conseguiu me convencer a esperar o feriado para vê-la e que eu precisava ficar com minha mãe um pouco. Porém, minha mãe vivia muito ocupada com Paul. Ciúmes, Percy? É, pode ser que sim. Claro que ela me dava atenção, minha mãe era demais. Fazia meus doces preferidos, me tratava com aquele carinho maternal de sempre, mas estava nos maiores amores com o meu padrasto. Ele era um bom sujeito. Enfim, Annabeth disse que queria ir ver um tal filme romântico no cinema. Affz, por que meninas sempre preferem filmes românticos? Nossa, Percy. Hoje você está muito abusado. É, estou mesmo. Isso deve ser simplesmente saudade da minha sabidinha.
Bom, vesti uma calça preta, tênis preto e uma blusa do Imagine Dragons, também preta. Sim, eu estou muito gótico hoje e sim eu curto o som dessa banda. Mas, até que eu fiquei bonito, modéstia à parte.
Saí do quarto e fui em direção à sala, onde minha mãe e Paul assistiam um filme com um balde de pipoca entre eles.
- Paul, vou pegar o carro. - Anunciei.
- Ih, lá vai ele sair com a Annabeth. Provavelmente não tem hora pra voltar. - Ele falou pra minha mãe.
- É isso aí. - Concordei.
- Tudo bem, cuidado, Percy. - Minha mãe disse.
- Tá levando camisinha? - Meu padrasto perguntou.
   Corei absurdamente.
- Paul! - Exclamei. Minha mãe começou a rir. - A gente só vai no cinema.
Ele ergueu as mãos em rendição.
Minha mãe cochichou algo no ouvido dele e eles começaram a rir baixinho. Revirei os olhos.
- Já tô saindo. - Peguei a chave na bancada e fui, enquanto os dois continuaram de segredinhos.
Marcamos de nos encontrar às 15h. Estacionei em uma vaga do shopping e já fui direto para frente do cinema, como combinado.
   Logo vi Annabeth me esperando, com aqueles olhos cinzas penetrantes. E, deuses, ela estava linda. Usava short jeans claro, seu all star branco e uma blusa solta de manga comprida, igualmente branca. A blusa deixava seus ombros à mostra, o que a deixava ainda mais perfeita. Ela também usava uma corrente de ouro que eu havia dado pra ela no natal com um tridente e uma coruja entrelaçados, estava levemente maquiada e seus cabelos estavam soltos.
Me aproximei.
- Oi, você está linda... - Falei.
- Está atrasado. - Ela falou, séria.
- O quê? - Olhei meu relógio. - Mas, são 15h! - Protestei.
- Na verdade... - Ela pegou meu pulso e levantou para que eu olhasse de novo. - ... São 15:02. Está atrasado.
- Credo! Tenho que ser tão pontual assim? - Questionei, assustado.
  Ela riu.
- Tem, por que eu estava morrendo de saudades. - Annie falou.
   Suspirei.
- Ufa. Achei que estava mesmo encrencado.
   Ela sorriu.
- Cala a boca e me beija. - Ela pediu, já se aproximando e me beijando. Minhas mãos foram pra o seu rosto e ela entrelaçou as suas no meu pescoço. Ficamos assim por um tempo, nos beijando de um jeito calmo e romântico.
   Então, ela se afastou um pouco, colando nossas testas.
- Desse jeito vamos perder a sessão. Vi que tem uma que começa às 15:30.
  Dei um selinho devagar nela.
- Tá, vamos lá.
  Trocamos mais alguns beijos na fila dos ingressos até chegar nossa vez. Paguei os dois ingressos e passamos pela parte de alimentos do cinema.
- Vai querer alguma coisa?
- Hum... Não sei... - ela pensou.
- Ah, qual é? Um cinema sem pipoca não é cinema. - Falei.
  Ela sorriu.
- Tá, então acrescenta uns M&Ms aí. - Ela disse. Confirmei. Compramos um combo + alguns pacotes de M&Ms. Sério, Annabeth era viciada nesse negócio e ainda tinha a capacidade de me repreender por comer tantos doces. Só por que eu comia doces azuis exageradamente, como se não houvesse amanhã, tipo umas 30 vezes por dia.
Fomos pra sala de cinema.
- Qual é mesmo o nome do filme? "Sorte no amor"? - Perguntei.
   Mesmo no escuro, eu sabia que Annabeth tinha revirado os olhos.
- "Um passo para o amor", Cabeça de Alga.
- Ah tá. - Respondi. "Que título besta". Pensei, mas não disse isso em voz alta ou seria decapitado pela minha namorada ali mesmo.
   Começamos a comer a pipoca.
- Por que esses trailers sempre demoram tanto? - Annabeth perguntou.
  Concordei, tomando um gole do meu refrigerante.
Depois de uns minutos o filme começou com minha frase preferida: "Confie em seu coração se os mares pegarem fogo..."
- ... E viva pelo amor, embora as estrelas girem ao contrário. - Sussurrei no ouvido de Annabeth.
- Como sabe isso? - Annie perguntou baixinho. Sorri.
- E.E Cummings. É o poeta preferido da minha mãe. Ela recitou pra mim essa frase uma vez e eu gostei. - Expliquei.
- Demais. Você é lindo. - Ela disse, me dando um selinho, que logo se tornou um beijo. Porém, ela logo se separou de mim e deitou no meu ombro. Falando que queria prestar atenção no filme.

...

Meus deuses! Por que garotas amam romance? Eu já questionei isso?
Bom, pelo menos o filme causou um clima entre nós. Saímos de mãos dadas do cinema e ficamos de bobeira no shopping.
- Quer comer alguma coisa? - Perguntei.
  Ela negou.
- Tá, então o que a gente vai fazer agora?
- Hum... Já são quase 19h. Provavelmente sua mãe fez o jantar.
   Annabeth já conhecia minha mãe bem. Desde que começamos a namorar elas tinham se aproximado ainda mais. Ela tinha razão. Com certeza, já tinha jantar pronto.
E só agora eu tinha dado bola, mas ela estava com uma mochila.
- Bom, achei que poderia dormir lá hoje. - Ela admitiu. Na hora, fiquei nervoso com a ideia. Annabeth dormir na minha casa? Meus deuses. Claro que já tínhamos dormido no mesmo local, em meio a tantas missões, mas achei meio diferente, meio estranho.
- Tá bom. - Falei, tentando parecer calmo.
  Paguei o estacionamento e fomos para o carro.
...
- Annabeth! - Minha mãe exclamou, quando chegamos.
- Oi, Sally!
- E aí, galera, pediram pizza? - Perguntei.
- Por incrível q pareça sim.
- Sentem - minha mãe convidou.
  Passamos um tempinho conversando no sofá, enquanto Paul e Sally arrumavam as coisas no centro da sala. Annabeth não resistiu e me deu alguns beijos ali mesmo. A comida logo foi servida, passamos algum tempo conversando e logo Paul e minha mãe foram deitar. Sally ficou contente com a ideia de Annabeth dormir ali. Ofereceu o quarto de hóspedes, mas cedeu por nos deixar ficar na sala mais um tempo. Paul me olhou maliciosamente. Qual o problema daquele cara?
Annabeth deitou no meu peito, enquanto eu prestava atenção numa cena de ação de um filme qualquer, mesmo o volume estando quase mudo.
- Percy? - Ela perguntou.
- Hum? - murmurei.
- Obrigada...
- Pelo quê?
- Por me fazer feliz. - Annabeth respondeu. Respirei fundo. Ela se sentou, fiz o mesmo.
- Por que está dizendo isso? - perguntei.
- Porque é verdade. Você me trata tão bem, foi tão carinhoso hoje. Eu sei que você não gosta de romance. Aliás, acho que nenhum cara gosta. Mas, mesmo assim você parecia estar tão feliz comigo hoje.
- Eu não parecia feliz, Annie. Eu estava. - Seus olhos brilharam. Meus deuses... Aquelas mechas loiras caindo em seu rosto, aqueles lábios próximo aos meus, aquele perfume de morango o qual eu não vivia mais sem... Annabeth lutava e morria por mim, me incentivava, me apoiava, fazia meu mundo mais feliz... Eu pensei numa coisa. Uma coisa que ainda não havia tido coragem de falar. Mas, logo deixei-a ir dos meus pensamentos.
- Percy, você corou. - Annabeth falou.
- O quê? - Perguntei.
- Você corou.
- Não corei não. - Mas, pra negar isso, senti meu rosto queimar ainda mais.
  Ela sorriu.
- Corou sim. Me fala o que tá pensando.
- Não é nada... Esquece. Foi só uma coisa boba... - Falei, me saindo e provavelmente corando ainda mais, meu coração começou a disparar.
- Eu quero saber. - Annabeth afirmou.
   Fiquei sério e respirei fundo. Peguei sua mão.
- Sente isso. - Eu disse, colocando a mão dela em meu peito. - Consegue sentir? - Perguntei. Ela assentiu.
- Só você faz isso comigo. Meu coração parece que quer sair do peito quando estou com você. Quando estou com você, sinto que nada mais importa. Você me faz feliz, independente de qualquer filme. Me faz rir, me conforta... E sinceramente, eu não consigo mais pensar em uma vida sem você, Annabeth. Nenhuma garota fez ou faz eu me sentir do jeito que você faz. E eu juro que nunca falaria isso pra ninguém se não fosse verdade... - Pausei um pouco - Annie, eu te amo.
   Ela estava sem palavras. Era normal deixar algum filho de Atena sem saber o que falar? Permaneceu parada por alguns segundos, até piscar algumas vezes.
- Percy, eu... - Toquei seus lábios.
- Não precisa falar nada que não seja verdade. Eu só achei que devesse saber que eu estou mais do que simplesmente gostando de você.
   Ela pegou minha mão, suas lágrimas ousaram cair. Mas, ainda assim ela sorriu.
- Você me faz tão bem... E sou eu que devo tudo a você. Você já me salvou tantas vezes e já fez tanto por mim. É o melhor namorado do mundo, Percy. Mesmo sendo um Cabeça de Alga, às vezes. - Sorri. Ela passou a mão na minha bochecha.
- E eu também te amo. Muito. Não consigo mais viver sem você, Percy Jackson.
   A olhei e sorri. Era a primeira vez que nos declarávamos de verdade, como namorados. Que falávamos a verdade através de palavras. Aquilo tudo fez com que aquele virasse o melhor dia da minha vida, até o filme parecia ter sido o melhor do mundo agora. Ela levou sua mão para acariciar meu cabelo e eu me aproximei a beijando.
- Eu te amo. - Repeti, dessa vez com mais confiança. Ela sorriu, voltando a me beijar.
Então, ela voltou a deitar no meu peito, dessa vez bocejando. Naquela noite acabamos dormindo no sofá da sala mesmo, tendo os melhores sonhos que semideuses de 17 anos podem ter.


  

O Primeiro Eu Te AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora