Capitulo 05: Mais Precisamente O Meu Fim

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02 março de 2015.

Quinta – Feira, 22:00 horas.

Clínica Psiquiátrica São Mello.

Um ano se passou. Um ano desde que meus pais se morreram. Dois anos desde que Sophie morreu. Um ano desde que fui preso a este lugar. A culpa talvez tenha sido minha, por ser inocente demais, jovem demais, imaturo demais. Eles acreditam que mereço estar aqui, mas não mereço, pelo menos não pelo motivo que fui preso aqui. Alegaram que desenvolvi um monte de transtornos causados pela morte de Sophie e a morte dos meus pais, e claro, não podemos nos esquecer da depressão. Diariamente são vários remédios, várias perguntas que não quero responder, diversas visitas de médicos e enfermeiros, nenhum parente, nenhum amigo, ninguém, porque afinal, todos desistiram de mim, até mesmo eu já havia desistido.

Tudo aconteceu uma semana depois do incêndio. A culpa foi dela, inteiramente dela.

— Ei, o que está fazendo? – pergunto para Alicia, que estava sentada na cama dela.

A pergunta de um milhão de dólares, era o que eu estava fazendo no quarto dela. Bom, nem eu ao certo sabia, já que recebi uma mensagem apenas dizendo para eu ir lá, pois por algum motivo Samantha precisava de mim.

— Não é isso o que você queria? — pergunta mordendo minha orelha provocativa. E foi assim, do nada estava falando sobre a Samantha e no próximo estava grudada a mim.

— Ah? — digo não entendendo, e realmente não estava entendendo.

— Eu te quero — diz me beijando, e bem eu sou homem né, ai já viu. Sim, isso pode ser escroto de ser falado, mas logo me animei, literalmente.

Seus lábios atacaram os meus cheio de desejo, e mesmo não querendo comecei a beija-la, minhas mãos rapidamente foram o seu seio, qual eu apertei bem devagar, vendo seus olhos se fecharem e ela aproveitar aquela sensação que estava proporcionando a ela.

— Não podemos fazer isso — digo me afastado, não podia fazer aquilo com ela, era errado. Na verdade não havia nada de certo naquela situação, eu não sentia nenhum sentimento daquele tipo por ela, não era algo justo, eu não brincava com meninas ou apenas ficava.

— Eu tenho que fazer isso — diz com a voz firme começando a arrancar suas roupas, aquilo era excitante, muito excitante, mas então ela começou a literalmente a rasgar suas roupas e se bater. Aquilo deixou de ser excitante.

— Você não pode fazer isso — digo tentando parar ela, já que estava tentando arrancar as suas últimas peças de roupas e do nada. Ela começou a gritar. Era como se eu tivesse a estuprando e foi exatamente isso que os policiais pensaram quando invadiram a casa dela e me prenderam por tentar violentar uma menininha. Ainda consigo lembrar até hoje as palavras que ela disse segundos antes dos policiais me levar "Desculpa-me, mas não tive escolha", só que eu sabia que ela teve uma escolha, mas escolher entre o que?

***

Depois de ter sido preso, fui trazido para cá, é claro, todos acreditam que aqui seja uma clínica psiquiátrica, mas eu só podia descrever como o inferno, cada dia era uma verdadeira luta para eu continuar vivo e o único motivo de ainda lutar para viver, é porque eu tinha a certeza que a pessoa que matou meus pais iria voltar para me levar também, e era apenas isso que me fazia suportar tudo. E eu estava certa, essa pessoa voltou, só não conseguia acreditar quem era.

— Ora, ora o que temos aqui — diz ainda com o capuz na cabeça, mas eu sabia quem era, sabia por que era mesma sensação.

— Quem é você? — pergunto tentando soar firme, não acho que tenha dado certo.

Dupla PersonalidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora