Capítulo 5 - Não é só um café

20 3 2
                                    

;)

Saindo apartamento da amiga da Rose, penso no que foi dito, Rose não se relaciona. Qual o motivo? Para de pensar quando o cansaço me toma e lembro que um bom banho quente acalma. Preciso parar de pensar nessa mulher o tempo todo, tiro minhas roupas e entro na ducha quente. Aqui nesse banheiro tive ela em meus braços, dependente de mim, fui o seu herói. Mesmo não querendo meu ego inflado, não deixo de sentir aquela sensação boa de que fiz uma boa ação e ainda por cima conheci uma mulher que realmente me atraiu, depois de tanto tempo. Termino meu banho e me deito na minha cama, querendo afastar tais pensamentos para longe, mas o que consigo pensar é de Rose com minha camiseta deitada nessa cama, o cheiro dos cabelos dela ainda estão no meu travesseiro, mesmo que tenha usado o meu shampoo nela, o cheirinho dela impregnou. O que eu vou fazer? Estou parecendo um adolescente apaixonado! Nem tanto Roger. Adormeço lembrando dos cabelos negro azulados de Rose...

Estamos na praia vejo ela correndo na areia descalça com seu vestido branco, suas madeixas negras com reflexos do sol nascendo. Ela é linda! Corro atrás e alcanço sua cintura trazendo ela para mim e inalando o cheiro refrescante de seus cabelos ainda úmidos pelo banho matinal. Falo em seu ouvido o quanto ela é linda e com a respiração ainda ofegante ela se vira para mim, coloca suas mãos em meus ombros e respira fundo, sorrimos um para o outro. Quero beija-la, ela olha para a minha boca, eu olho para a boca dela, me aproximo, mas Rose é bem mais baixinha que eu, decido levantá-la pela cintura, mas quando vou beijá-la ela se afasta e me pergunta: - Baixinha?...

Acordo sobressaltado, com meu celular tocando, que droga nem em sonho consigo beijá-la. Tenho que lembrar de nunca comentar nada sobre a altura dela, ou de qualquer mulher, nada de gordinha ou baixinha...O celular continua tocando....

- Dr. Roger! – atendo ainda sonolento, abrindo com dificuldade os olhos pelo sol adentrando minha janela e minha visão ainda turva por ter acabado de acordar.

- Dr. Roger, aqui é da delegacia, está atrasado mais de uma hora, a Srta. Sommers está querendo ir embora e o delegado precisa confrontar o depoimento de vocês. Ainda virá? – pergunta o policial na linha.

- Sim, desculpe, chego em vinte minutos. – conversamos mais um instante e corro para me arrumar. Em tempo recorde, termino de me vestir e escovar os dentes ao mesmo tempo, aprendi com minha mãe e irmã, todos esses anos de convivência com duas mulheres magnificas me ajudaram muito. Chego na delegacia em vinte e um minutos, sou encaminhado a sala do delegado, chegando lá cumprimento a todos e sorrio para Rose. Ela timidamente sorri para mim. Começamos a conversar e o escrivão anota tudo, é até irritante, entendo o que minhas pacientes dizem...

- Então Dra. Sommers, continuemos da parte que correu e depois viu o agressor tentar afogar o Dr. Rogers. – o delegado fala para Rose.

- Sim, mas não precisa me chamar de doutora, sou psicóloga, minha profissão permite que não seja chamada assim. Então não podia deixar que aquele homem fazer aquilo e ficar olhando, tentei acertá-lo, mas não foi forte... – não consigo ouvir nada, fico olhando para Rose analisando tudo, roupa, sapatos, cabelos, está sem maquiagem, porque terá que tirar fotos com o legista e eu também.

- ... se não fosse o Dr. Roger, talvez não estaria aqui hoje... – Rose está nervosa lembrando de tudo novamente. Aperto a mão dela que está sobre o colo, ela não me olha, apenas aperta de leve minha mão. Depois de mais um tempo fomos dispensados e o legista nos levou a uma sala para analisar nossos ferimentos, os da Rose que tem vários hematomas pelo corpo, pescoço e rosto. Ela atende a todos os comandos do legista, mas parece impaciente. Me aproximo e seguro sua mão.

- Já está acabando. – falo e ela sorri. Fiquei com ela por ser seu médico até segunda ordem. O delegado até mencionou que Rose precisa de algum tratamento psicológico me ofereci para atende-la, mas Rose negou terminantemente. Fiquei decepcionado e aliviado ao mesmo tempo, não poderia ter nenhum relacionamento com ela se fosse minha paciente registrada. Saindo da delegacia, vamos conversando até o estacionamento.

- Bem já vou indo, obrigada pelo apoio Dr. Roger. Ah sim! Minha amiga Val gostou muito do doutor e pediu para entregar o cartão dela, aqui! – Rose fala um tanto animada.

- Mas não foi exatamente da sua amiga que gostei mais, não poderia me dar o seu cartão também? – falo guardando o cartão envernizado no bolso do terno.

- Bem tenho que revisar as fichas dos meus pequenos antes do atendimento e será daqui a pouco... – Rose fala envergonhada pela minha indireta. Ela é tão linda!

- Rose ainda não tomei café da manhã, gostaria que me acompanhasse até a cafeteria aqui do centro para tomarmos café juntos. Vamos Rose é só um café! Por favor! – quase suplico para a linda moça a minha frente tomar café comigo. Seguro a mão dela e beijo olhando intensamente e vendo que ela treme um pouco. Delicadamente retira a mão dela de mim. Vai ser difícil conquista-la, mas não vou desistir agora.

- Doutor acho que não vai dar tempo... – interrompo novamente.

- Prometo ser rápido, se quiser ajuda posso a analisar as fichas dos seus pacientes. – apélo para qualquer motivo para ficar perto dela.

- Doutor posso te fazer duas perguntas? Uma acabei de fazer. Sua secretaria que me ajudou com o banho no dia do incidente? – Rose pergunta e fico sem ter resposta.

- Ai meu Deus! Você me deu banho? – Rose caminha para o lado da rua, será que ela veio de taxi? Melhor assim, poderei leva-la para o trabalho.

- Rose por favor! Sou médico, estávamos sozinhos, molhados e com frio e estávamos com areia pelo corpo todo. É normal, não fique assim, envergonhada? – pergunto por não saber o que ela está sentindo ao certo.

- Doutor agradeço tudo o que fez por mim. Só vamos tomar café e nada mais ok? E não preciso de ajuda com as fichas, porque são confidenciais, obrigada. – sorrio, ela está tentando mostrar que não está com vergonha, mas é nítido que ela ficou envergonhada em saber que a vi nua.

- Vamos meu carro está ali. – falo e dou meu braço para ela que sorri, mas não enlaça o seu no meu, me dou por vencido e vou ao lado dela. Abro a porta do carro como um bom cavalheiro, a saia dela é longa, mas transpassada, vejo sua panturrilha linda. Quero muito tocar no corpo dela e fazer carinhos, degusta-la de todas as formas. Entro no carro e conversamos sobre o incidente que deixou a cidade inteira sem luz. Chegamos a cafeteria...

- Então você atende somente crianças? Ah sim lembro que disse que quer fazer especialização na área familiar. Seu trabalho é muito importante para a formação do ser humano Rose. – falo e tomo mais um pouco do meu cappuccino.

- Imagina, só quero ajudar essas crianças a serem adultos mais fortes e capazes. Vejo muitos jovens adultos sem saber o que fazerem de suas vidas, que foram sustentados pelos pais ricos que não davam o mínimo de atenção, só dinheiro. – fala empolgada com o tema.

- Verdade, no caso tive sorte de ter uma mãe presente, mesmo tendo perdido meu pai ainda criança, minha mãe sempre cuidou de nós. Mesmo assim meu pai fez muita falta... – falo um pouco da minha vida, mas Rose apenas escuta.

- Sinto muito, deve ser difícil perder alguém tão querido. – fala e massageia a minha mão em cima da mesa, é a primeira vez que ela me toca assim. Pego sua mão com as minhas e seguro.

- Obrigado! E você, só sei que tem um irmão, Raphael não é? E seus pais? – pergunto e ela me olha um instante, depois desvia o olhar.

- Meus pais são maravilhosos, meus melhores amigos. Não tenho o que reclamar deles, sempre tentei ajuda-los com o restaurante que eles tem, minha mãe apesar de não precisar, não abre mão de sair todos os dias e trabalhar ao lado do meu pai. Bem minha hora já foi, desculpe tenho que ir. Obrigada pelo café e companhia. – Rose fala se levantando e deixando metade de seu café preto e sem açúcar na mesa. Ela deve se cuidar.

- Eu te levo. Faço questão. – falo e Rose nega. Me aproximo dela e abraço, não é comum isso, mas necessito sentir o cheiro de seus cabelos no sonho. Leve e refrescante, Rose de início estranha, mas timidamente corresponde. Depois de alguns segundos assim, a libero, mas seguro seu rosto entre as mãos e beijo o canto de sua boca. Minha vontade de deslizar para a sua boca toda é imenso, mas preciso ir devagar, Rose é diferente.

- Vamos? – pergunta e sai em disparada pela porta. Sorrio vendo a cena, vou amar ver essa timidez toda sendo trocada por desejo. Mesmo que levemente, sei que vamos nos envolver, vou tratar de cuidar disso ou não me chamo Roger Scofield.

MisteriosaOnde histórias criam vida. Descubra agora