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Lisa sabia que, para que não desmoronasse no fim do dia, a casa de Jisoo precisava ser o último lugar por onde passaria.
Já fazia muito tempo que o seu quarto havia se tornado apenas um depósito para aquelas roupas que ela não queria mais vestir, os sapatos que não serviam mais, os livros que ela nunca iria ler e a maquiagem que sua mãe achava que um dia a convenceria a usar. A casa de Jisoo era também sua agora, até lavava a sua roupa lá!
E era por isso, pelo fato de que Jisoo tinha um sorriso tão acolhedor, uma voz tão doce, piadas tão idiotas e um café tão bom que Lisa não queria mais sair dali. Aquele lugar e aquela garota eram o seu porto seguro.
A cada passo apressado que dava com seus tênis All Star surrados - estes que ela só deixaria de lado quando furassem -, mais perto ela ficava de sua tão aconchegante casa.
É. Era tão bom ter algum lugar para chamar de casa.
Fechou o zíper do casaco até quase o queixo, estremecendo levemente sob o tecido por causa do frio. Enfiou as mãos nos bolsos e apressou-se.
Lá estava ele. O alto prédio de cor cinza que já conhecia de cor.
— Boa noite, Lalisa. – falou o porteiro, que já a considerava como moradora do local de tantas vezes que a viu por ali.
— Boa noite, senhor. – respondeu ela.
Caminhou direto para o elevador e apertou o botãozinho redondo com o número sete pintado. As portas de metal se fecharam e ela encostou as costas no metal gelado.
Ergueu a cabeça e deixou um suspiro escapar, como dentro do elevador era mais quente, não saiu nenhuma fumacinha de sua boca. Lisa se virou e encarou seu reflexo no espelho, as olheiras e o rosto cansado, o cabelo seco penteado num rabo de cavalo que já começava a cair.
O plim do elevador indicou que ele havia chegado ao seu destino. As portas se abriram e a porta de madeira branca do 708 apareceu. Lisa quase correu até ela. Toc-toc-toc ela bateu na porta. Click ela se abriu.
O sorriso largo e brilhante de Jisoo aqueceu o coração de Lisa instantaneamente. A mais velha sempre lhe recebia com o maior e mais bonito de seus sorrisos. Puxou-lhe pelo pulso casa a dentro, deixando beijinhos em suas bochechas macias.
— Acabei de fazer café expresso, eu sei que você gosta. – falou. — O que quer que eu desenhe na espuminha?
Lisa não pôde evitar de sorrir. Tirou os sapatos e seguiu a outra até o sofá da sala, ouvindo contente o seu monólogo sobre como era difícil trabalhar numa loja de roupas, mas ao mesmo tempo divertido.
Jisoo pendurou seu casaco num cabide meio torto perto da janela e, dando-lhe outro beijinho na testa, foi para a cozinha.
— O que vai querer desenhado em seu café, senhorita? – perguntou ela, fazendo graça.
— Hmmm... um anjo! – exclamou Lisa. — Ah, mas você não é tão boa com auto-retratos.
O risinho nervoso de Jisoo e suas maçãs do rosto rosadas mostraram que ela ficara com vergonha. Lisa adorava vê-la daquele jeito.
No fim, Jisoo desenhou um gatinho, usando de suas habilidades com 3D para que parecesse que ele estava saindo da xícara. Lisa a segurou com toda a delicadeza do mundo, morrendo de dó de beber o pobre gato.
— Ah, Lisa! Você tem que me beber! Eu sou tããão gostoso! – falou Jisoo, com uma voz fofinha, pondo o rosto perto da xícara.
Lisa riu e bebericou do líquido quente, sentindo-se preencher pela forma mais pura e gostosa de felicidade.
Mas nenhum café no mundo se comparava ao sabor dos lábios de Jisoo.
Quando Lisa a beijava, sentia algo maior que felicidade. Era como se pudesse sentir todos os sentimentos bons de todas as pessoas na Terra de uma vez só, como uma bomba atômica de coisas boas, como se esta estivesse prestes a explodir. Era uma coisa tão boa que ela quase não fazia, por medo de acabar, por medo de se acostumar e se tornar algo banal.
Jisoo por si só era algo incrível. Todos que a conheciam diziam que era tão elegante e delicada, mas quando ela abria a boca, soltava umas piadas bem mequetrefe mas que fazia todo mundo rir. Ela era divertida, enérgica, alegre e saltitante, tudo o que Lisa um dia já foi, mas, a vida adulta e os problemas que vieram com ela acabaram dissipando.
Lisa admirava Jisoo por tantas coisas. Às vezes só pelo fato dela existir já era digna de admiração. Jisoo era todo o arco-íris e mais um pouco numa cidade cinzenta e barulhenta. Era a calmaria depois de um mar cheio de coisas ruins.
— No que está pensando? – perguntou ela, quando a mais nova terminou o café e se aninhou em seus braços.
— Em nada específico. – murmurou em resposta.
— Todo mundo sempre pensa em alguma coisa. – insistiu.
— Estava pensando em você.
Jisoo ficou em silêncio. Mesmo com o rosto deitado em seu peito, Lisa sabia que ela estava sorrindo.
O coração de Jisoo tinha um ritmo constante, que às vezes ficava descompassado quando seus beijos se tornavam algo a mais. Lisa achava aquilo uma gracinha, vê-la descabelada, com as bochechas rosadas e a respiração ofegante. Era tão lindo.
— Vou fazer mais café. – disse, se levantando. Jisoo sempre ia fazer café quando ficava com um pouquinho de vergonha, era normal dela, não querer que Lisa a visse toda desarrumada, descabelada. Mas Lisa nem se importava, ela adorava Jisoo de qualquer jeito, assim como o seu café.
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Entre Sorrisos e Uma Xícara de Café » lisoo
Fanfictiononde todos os sorriso alegres e xícaras de café de Jisoo eram os principais motivos que convenciam Lisa a ficar. one-shot » shoujo-ai; fluffy » lalisa manoban + kim jisoo