Prólogo.

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5 anos depois do primeiro encontro.

Chego em casa depois de mais um dia cheio na editora, a Trio Literário está indo melhor do que eu e as meninas esperávamos.
Largo a bolsa no sofá e vou direto para o banheiro, preciso de um banho antes de sair novamente.
Verifico a hora e são 18:30, marquei as 20:00 com o Erick, tenho tempo suficiente. Coloco meu Spotify no aleatório para tocar enquanto tomo meu banho.
Depois do banho vou ao meu quarto escolher uma roupa, sem nunca desligar a música.
Escolho um vestido de alças preto com margaridas brancas e calço meu all star branco, enquanto faço minha maquiagem e cabelo começa a tocar uma música a qual eu reconheço a melodia e a letra e "corro" até o meu celular para ver o nome do artista e adicionar a minha playlist.
Quando meus olhos batem com o nome dos autores da tal música eu me espanto e muitas lembranças me invadem ao mesmo tempo.

The Bad Society. Kile Fernandes. Banda. Bares. Sonhos. Rock. Beijos quentes. Noites intensas. Amor passageiro. Arrogância. Conflitos. Teimosia. Grosseria. Discussões. Paixão. E por fim, destinos diferentes.

Eu não consigo acreditar que ele conseguiu, não que ele não tivesse potencial, porque ele tinha e muita determinação também, mas nunca pensei que ele deixaria o orgulho de lado para trabalhar com aquela gravadora.
Meus pensamentos são interrompidos pela campainha, que me avisa que Erick chegou.
Vou em direção a porta e quando abro encontro Erick mais bonito que o normal.
Ele é moreno com os cabelos cumpridos na medida certa, tem os olhos amendoados e a pele clara, está vestido com uma jeans escura e uma camisa de malha cinza e sua clássica jaqueta jeans por cima.

Eu e Erick nos conhecemos a dois meses atrás quando eu voltei ao meu antigo emprego na biblioteca, passamos horas conversando e nos demos bem.
Trocamos telefones e uma semana depois ele me chamou pra tomar um café com ele, em um dos inúmeros starbucks da Avenida Paulista, e eu como amo café e já o achava uma graça, resolvi dar uma chance.
Demos nosso primeiro beijo nesse dia, depois dele insistir em pagar a conta, desde lá estamos ficando e hoje ele me convidou pra jantar.

- Você está incrível, Ali.- ele diz se aproximando e me beija.

- Você também não está mal.- o elogio depois de nos separarmos.

- Então, senhorita escritora, vamos ?

- Claro, Dr. Erick.- respondo e ele ri.

Erick sonha em ser psicólogo e agora já está conseguindo um lugar para abrir seu consultório.
Pego minha bolsa no sofá, tranco o apartamento e vamos para o carro, que está estacionado em frente ao prédio.
Ele abre a porta pra mim e eu agradeço.
O caminho é tranquilo e preenchido por nossas conversas e risadas, contamos do nosso dia e eu vejo o quanto ele está empolgado e orgulhoso do que está conquistando e do que eu conquistei também e eu sinto o mesmo por ele.
As coisas com Erick sempre foram fáceis, a gente parece se conhecer a anos e ele foi um amor de pessoa comigo desde sempre.
Já com Kile não foi bem assim....
Trato logo de apagar esse pensamento da minha cabeça e volto a me concentrar na melodia do rádio.

O jantar correu bem e Erick me surpreendeu com um pedido de namoro super fofo que ele combinou de trazer escrito no prato da sobremesa e eu óbvio aceitei, ele me passa segurança, está comigo quando eu preciso e eu sinto que quero dividir minha vida com ele.
Príncipe encantado não existe, mas ainda assim Erick é o meu.
Nos despedimos no carro com um beijo e a frase que Erick fala e o gesto que ele faz me lembra na hora Kile e nosso segundo encontro nos esbarrões da vida.

- Sonhe comigo, marrentinha.- ele diz e passa a mão jogando seu cabelo pra trás.

O beijo para me despedir e volto para o meu apartamento.
Me jogo no sofá e fecho os olhos e a primeira imagem que me vem é a do moreno, teimoso e arrogante que me enlouqueceu a cinco anos atrás.
Por que isso agora?? Todas essas lembranças??
Kile foi uma parte da minha vida que eu não posso apagar e talvez a parte mais conturbada dela.
Bem, não deve estar dando pra entender nada, quem é Kile vocês devem estar se perguntando...

Então, vamos voltar lá trás, vamos começar do começo, e do nosso nada agradável primeiro encontro....

Bad meets GoodOnde histórias criam vida. Descubra agora