prólogo.

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Eu havia ganhando minha primeira câmera aos sete anos, do famoso Papai Noel.

Assim que abri o embrulho colorido e vi o que era, eu fiquei completamente feliz. Eu já vinha comentado com a minha família sobre querer ser fotógrafo quando crescesse, e minha mãe levará esse mais a sério do que o "eu quero ser um astronauta".

Nos primeiros meses, aquela câmera havia se tornado tudo pra mim. Eu tirava diversas fotos em diversos momentos, de diferentes pessoas.

Havia me tornado, com muito orgulho, o fotógrafo particular da família.

Foi aí que eu vi que era isso que eu queria fazer. Era isso me fazia bem. Foi em tirar fotos que eu achei meu porto seguro.

Assim que acabei o colegial e consegui uma bolsa de estudos na faculdade de Londres eu estava realizado. Conseguir uma bolsa havia sido o Santo Graal para mim, aquilo era tudo o que eu mais queria, o sonho que antes parecia totalmente impossível e inalcançável estava ali, há um palmo de distância.

Quando cheguei em Londres, tudo parecia perfeito, parecia feito para mim. Eu estava totalmente envolto pela minha própria bolha de felicidade.

E a minha felicidade aumentou quando eu o vi.

Todos os fotógrafos, independente se forem ou amadores ou profissionais tem a sua foto. A foto das fotos. A foto que faz você ficar reconhecido. A que coloca você no topo.

Depois de entrar em um dos primeiros cafés que encontrei para não molhar a minha câmera, até porque a última coisa que eu queria era uma câmera estragada, eu o vi. Sentada em uma mesa afastado de tudo e todos, cercado por diversos livros, dentro de sua própria bolha.

flashback on:

Depois de pedir um café preto, com o intuito de me esquentar, varro meus olhos pelo local que estava completamente cheio, a procura de uma mesa vazia para poder sentar e tomar o meu café, enquanto espero a chuva cessar um pouco.

A tentativa de achar uma mesa vazia estava totalmente falha, todas elas estavam completamente ocupadas. Até que eu o vejo. Sentado em um canto afasto do café, com uma xícara de chá em mãos, estava a pessoa que viria, futuramente, se tornar meu -único- modelo.

Ele parecia totalmente alheio a tudo e todos, enquanto bebericava ora ou outra seu chá, lendo atentamente seu livro.

Após escutar meu nome ser chamado, pego a embalagem descartável que havia meu café dentro e caminho decido até sua mesa. Eu iria pedir para me sentar naquela cadeira vazia que estava em sua frente.

"Hey, com licença." Pigarreio, para chamar sua atenção, o que funciona já que ele tira os olhos do livro, os focando em mim, enquanto franze o cenho.

"Sim?" Ele questiona, ainda olhando atentamente para mim.

"Será que eu posso me sentar ali." Aponto para a cadeira vazia em sua frente."O café está meio cheio, e não tem mesas vazias sombrando." Explico superficialmente o motivo para eu querer sentar ali, não é como se eu já fosse chegar nele dizendo: "vou tirar várias fotos suas porque você é a porra de um Deus-Grego, mas não se preocupe, eu não vou fazer barulho."

"Claro, é tu-tudo bem." Ele acena com a cabeça, tirando alguns livros que estavam expalhados pela mesa, os colocando em uma pilha.

Bebo um gole do meu café enquanto o observo discretamente, ele parecia totalmente concertado em sua leitura.

Desvio meu olhar para seus livros, e vejo que alguns deles tem o carimbo da University of London, crispo os lábios tentando conter o sorriso que queria aparecer.

"Então você estuda na University of London." Aponto para a pilha de livros com o carimbo da universidade, para ele não achar que eu sou algum tipo de stalker.

"Yep, eu estudo lá." Ele desvia os olhos do livro e tira seus óculos de grau. Contenho a vontade imensa de gritar um "Os coloco de volta."

"O que você cursa lá?"

"Teatro, eu curso teatro lá, e você?"

"Fotografia."

"Mesmo? Eu sempre me interessei por fotografias, mas nunca consegui tirar nenhuma boa, eu só-só tirava da minha família." Ele encolhe os ombros, e suas bochecas ganham uma tonalidade mais avermelhada. Adorável.

"Que legal! Tirar fotos não é tão fácil quanto parece, mas com o tempo e prática você pega o jeito."

"Yep, eu sei, mas desisti de fotografia, de qualquer forma." Ele dá de ombros, voltando a prestar atenção no livro que estava lendo.

Assim que Stacys Mom começa a tocar, e percebo que vinha do toque de seu celular, a única coisa que quero fazer é gritar diversas súplicas para que ele me deixe tirar a foto.

O que vem assim que ele atende o telefone são murmúrios desconexos e a única coisa que consigo realmente captar fora "Ok Niall, eu já estou indo, sim? me dê alguns minutos." E então ele desliga.

Eu não conheço esse Niall mas já não gosto dele. Esse cara arruinou a chance que eu tinha para tirar a foto. Para pedir para tirar a foto.

Levanto da cadeira e ele faz o mesmo, guardando suas coisas na mochila, e eu pego a minha, conferindo rapidamente se eu não havia perdido nada durante o caminho.

E ambos seguimos para fora, e não estava mais chovendo, e eu agradeci por isso. Assim que olho para o lado, ele está lá olhando para o céu com um sorriso discreto nos lábios.

"Bem, a gente se vê por aí..." Foi então que eu percebi que não sabia o nome dele. Como eu queria tirar a foto de alguém ser saber o nome da pessoa?

"Louis, meu nome é Louis. E a gente se vê por aí..."

"Harry, meu nome é Harry."

"Certo, nos vemos por aí então, Harry." Ele acena com a mão e começo a fazer o caminho oposto ao que eu iria fazer.

Volto a caminhar para o apartamento onde ficaria agora, mas antes, olho para trás, para conferir se Louis era realmente real.

E lá estava ele, olhando para trás também, e assim que ele me vê virando a cabeça para trás, ele volta a caminhar normalmente.

flashback off.

E foi nessa troca rápida de olhares que eu jurei para mim mesmo, que iria encontrar Louis novamente e iria pedir a minha foto.

- X -

oi gente, tudo bem?
eu estou repostando Shy porque o wattpad bugou tudo na primeira vez.
espero que vocês gostem!
até o próximo!
p.s.: desculpem qualquer erro.

all the love <3

s h y Onde histórias criam vida. Descubra agora