12 de junho de 2016

43 7 3
                                    

10:49

            Acordei nesse horário. Não porque queria, mas sim porque as pessoas estão fazendo barulho...

            - Toque alguma coisa. – Guilherme entrou no quarto da minha mãe com meu violão na mão. Foi um momento constrangedor. Eu estava de pijama. Em um colchão. No quarto da minha mãe.

            - O que?

            - Qualquer coisa que cubra esse barulho do lado de fora. – Luciana, filha de uma amiga da minha mãe, entra no quarto, Maiara vem logo atrás. Começo a tocar a música mais fácil de todas, O Sol. Guilherme mostra uma tablatura e eu começo a toca-la.

_____________________________________________________________________________

11:12

            - Até amanhã. – Ália falou me abraçando. Ela mora em uma cidade ao lado.

            - Até.

            - Não aguento mais esse menino me enviando mensagens. – Ela falou.

            - Vai passar rápido.

            - Acredita que ele queria que eu não voltasse pra casa?

            - Agora deu...

            - Aí eu disse "meu filho, dá licença, querido".

_____________________________________________________________________________

13:24

            Eu, Maiara, Luciana e Guilherme estamos brincando de adivinhações.

            - Um garoto está em uma sala de aula dormindo antes de uma prova. Ele costuma fazer muito isso, o professor chega perto dele pronto para lhe mandar para fora, mas ele fala uma palavra e o professor pede desculpa por tê-lo incomodado. O que foi que ele disse? – Guilherme perguntou.

            - Amém. – Respondo rapidamente. Ele me olha decepcionado.

            - Mas que droga Mina. Como você já sabia?

            - Você me contou essa piada a muito tempo.

            - Quando?

            - No dia que nós fomos para piscina. – Ele sorriu. Lembranças daquele dia voltam para minha cabeça. Todos estávamos brincando na piscina de procurar a moeda debaixo d'agua. A mãe de Guilherme jogava a moeda na água e nós procurávamos. Em uma dessas rodadas Guilherme me puxou e me deu um beijo. Okay  não um beijo, um selinho. Até porque acho que deve ser impossível beijar alguém debaixo d'agua... Acho que depois disso eu comecei a gostar mais dele. Burrice minha. Mais um para a lista de merdas.

_____________________________________________________________________________

16: 53

            - Parabéns para você! Nessa data querida... – Estavam cantando parabéns para mim. De novo. Quer dizer meu aniversário na verdade hoje... Até que eu gosto do meu aniversário. Eu pensei que não gostava, porque é no dia dos namorados, mas não é tão ruim, até porque eu não tenho namorado mesmo, então tanto faz.

_____________________________________________________________________________

17: 13

            Just dance. Oba. Eu amo Just Dance. Existe coisa mais incrível na vida? Dancei com Guilherme, com Maiara, Luciana e Vivian. Me faz lembrar do encontro de motoqueiros. Com certeza aquele foi um dos melhores dias da minha vida. O grupo de motoqueiros que eu faço parte vieram para minha cidade para um encontro de motoqueiro que teria aqui. E junto com eles trouxeram uma banda de rock que eu e Vivian adoramos. Eles não são famosos ou coisa assim, mas eles tocam Mamonas Assassinas e isso é suficiente.

            Eu enfiei na minha cabeça que estava apaixonada pelo guitarrista, o que era muita imaturidade da minha parte já que ele deveria ter uns 23 anos e eu só tinha 14. Essa coisa de garoto BEM mais velho eu deixo para Vivian, ops, falei demais...

            Retornando, eu achava que estava apaixonada pelo guitarrista e a melhor parte do meu dia foi quando ele aceitou dançar no Just Dance conosco. Claro que não poderias colocar músicas fáceis para ele. Então ele dançou Bang Bang e Problem. Depois de uns dias eu superei minha paixão platônica.

_____________________________________________________________________________

22: 43

            Entro no meu quarto. Finalmente vou poder dormir nele. Olho para minha cama. Mas o que diabo Guilherme está fazendo aqui?

            - Sua mãe mandou eu dormir aqui por conta do ar condicionado.

            - Okay, então vai para o colchão. – Ele rolou para o chão.

NOTA: Como não fazer merdas se o mundo, inclusive minha mãe, está cooperando para isso?

            - Lembra o que aconteceu aquele dia na piscina? – Ele perguntou subitamente. Mas é claro que eu lembrava de tudo o que tinha acontecido.

            - Não.

            - Como não? – Ele perguntou.

            - Já faz muito tempo.

            - Que droga, como você pode não lembrar. Achei que tinha sido importante. – E foi.

            - Não sei do que você está falando. – Ele revirou os olhos.

            - Mas que droga Mina, a gente ficou aquele dia.

            - Então é disso que você está falando.

            - Sim!

            - Eu lembro disso, mas não achei que poderia ser considerado ficar.

            - Lembra da vez que a gente se beijou na sua antiga casa. – Droga. É claro que eu lembro, foi a primeira vez que ele me beijou. É extremamente constrangedor dizer que estávamos brincando de procurar um dinossauro de borracha no escuro e... Bom, acho que você já deve ter entendido. Não foi bem um beijo, foi mais um selinho.

            - Lembro, mas também não considero que a gente ficou aquele dia.

            - O que você acha de resolvermos isso agora? – Ele realmente perguntou isso? Eu estou enlouquecendo? Ele fica de pé no colchão. Olho para o relógio. 23:23.

            - Não posso fazer isso, você ficou com uma de minhas melhores amigas ontem... hoje de manhã.

            - Ela não precisa saber. – E me beijou. Okay, dessa vez não foi um selinho.

Meu erro de dia dos namoradosOnde histórias criam vida. Descubra agora