Chapter 3

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Okay okay gente, aparição de uma nova personagem e também protagonista, digam por favor o que acham, compartilhem a história e façam bom proveito. Obrigada!
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POV - Méridge

Eu estava cansada. De tudo. Da minha casa. Dos meus pais. Da minha escola. Daqueles que dizem ser meus amigos. Da minha vida. Nada acontecia, mas aconteceu. Naquela casa inútil em que eu morava, sem nada de diferente pra colorir a minha visão, algo aconteceu. Os meus vizinhos bizarros, apareceram com alguém novo na família. Uma menina de pele morena, com cabelos cor de mel, olhos castanhos claros, lindos, diga-se de passagem, boca bem desenhada e rosto com a leveza mais nobre. Tudo isso consegui reparar das janelas de minha casa. Quem será essa garota? A tempos algo não me intrigava, mas isso me intrigou. Da janela de meu quarto consegui ver onde ela irá ficar, parecia tão confusa quanto algo recém-nascido.
- Méridge, desce aqui um instante! - disse minha mãe, pra não perder o costume de me atrapalhar. Coloquei o travesseiro sob minha cabeça, afim de isso ser um sonho. Mas logo continuou.
- Méridge querida! Pretende ficar deitada a vida inteira? Temos visita - agora pra ajudar, visita. Levantei da minha cama, ainda estava de pijama, o que é normal pra mim às 10h da manhã. Quem faz visita às 10h da manhã? Provavelmente, alguém muito infeliz. Escovei os dentes, prendi meu cabelo em um coque, coloquei uma calça jeans rasgada e desgastada, um chinelo preto e uma blusa de banda que roubei do Dominique, meu irmão de outra mãe. Desci as escadas, quando cheguei ao fim, lá estava a família Madox! Com participação especial da sua mais nova integrante da qual ainda não sabia o nome.
- Méridge, esses como bem sabe, são o Sr. e a Sra. Madox, eles acabaram de adotar Alice, e eu os chamei pra tomar café aqui, me disseram que queriam que Alice conhecesse alguém da nova escola, são da mesma turma, então, por que não?
- Claro... Bom dia senhores, e bom dia... Alice. - a menina apenas fez um cumprimento com a cabeça, parecia estar com medo ou vergonha de algo. Não sei bem.
Nos dirigimos até a cozinha, onde nos sentamos na mesa. Sinceramente, minha mesa de café da manhã nunca esteve tão cheia quanto naquele dia. Sr. e Sra. Madox conseguem isso, até quando parece impossível. Por que será que eles quiseram adotar uma menina que dizem ser da minha idade?
- Bom... Méridge, Alice tem a sua idade... Ela morou no orfanato desde seus três anos. Apesar de estar quieta agora, tenha certeza de que é uma garota super gente boa.
- Tenho certeza de que é, Sra. Madox - olhei para Alice, que estava comendo um pedaço de torta de maçã, e quando olhou pra mim, logo desviou o olhar.
- Bom... Alice, quer ir comer no meu quarto? Assim, nos conhecemos melhor, sem a presença de adultos.
- Claro! Claro! Por que não? Podem ir - disse minha mãe, louca pra sairmos de lá, ela tem negócios com a família Madox, os quais desconheço até hoje.
Alice não disse nada, assim como seus pais adotivos, apenas levantou da cadeira, afim de seguir-me. Subimos as escadas e enfim, chegamos ao meu quarto, fechei a porta. Alice olhava fixamente para a vista de minha janela, provavelmente, suspeita de que a vigio. Nada que não seja verdade.
- Ei... Essa janela dá pra janela do meu quarto - disse Alice.
- Sim - respondi, Alice foi se aproximando da janela, até segurar a cortina e observar o outro lado.
- Era você que estava me vigiando ontem? - fui me aproximando de Alice, até ficar perto de sua cintura, ela ouvia minha respiração e eu podia sentir o cheiro de seu perfume.
- Relaxa, eu não mordo, só ameaço - sai e deitei na minha cama. Alice estava tão assustada que fiquei com vontade de rir da cara dela, mas não queria a constranger. Muito delicada pra isso.
- Por que estava fazendo isso?
- Algo diferente sempre me chama atenção. - olhava fixamente para Alice e ela sentia isso.
Ela se distanciou da janela e começou a observar o meu quarto. Deve ter se assustado com os posters de bandas que provavelmente, ela nunca ouviu. Apesar de ela ter e aparentar 16 anos, sua inocência transparecida em sua face, fazia qualquer um acreditar que tinha 10 anos ou menos.
- O que foi? - perguntei.
- Nada.
- Você não é muito de falar, né?
- E-eu não sei... Sobre o que quer falar?
- Meu Deus... Ajuda essa alma. Tá... Bom, me fala sobre você.
- Eu passei 13 anos da minha vida em um orfanato e...
- Não, não! Disso eu já sei. Me fala sobre o que você sabe do mundo, o que te chama atenção, seus sentimentos.
- Nada. Ainda.
- Tá... e o que te chama atenção?
- Amor.
- Tu não sente nada ainda e o que te chama atenção é o amor?
- Sim.. Eu sei o que vejo nos filmes. Não basta?
- Vamos sair vai. Esse papo tá me dando náuseas. - fui me dirigindo a janela.
- Tenho que falar com meus... com eles primeiro.
- Que? Ah, por favor! Vem, pula pela janela, não é tão longe do chão.
- Pular da janela? Eu nunca fiz isso.
- Vai fazer agora, vem - ela foi se levantando e vindo até mim, abri a janela e deixei espaço para ela passar, ela estava com medo, dei suporte a ela, segurei sua mão e sua cintura com firmeza, porque de acordo com o que vi, ela não comia pouco naquele orfanato. Mas, o corpo dela não deixava de ser escultural o bastante para se apaixonar. Ela pulou e em seguida, pulei também.
- Vamos, não faz barulho, pra eles não nos verem.
Fomos andando bem mansinhas até que conseguimos chegar na rua, então corremos o mais longe que pudemos até que...
- Espera! Pra onde a gente vai?
- Pensei que nunca ia perguntar, confia em mim, você vai gostar. - respondi.
Impressionante o modo como ela se sentia admirada com tudo, seus olhos brilhavam a cada árvore que víamos ou até mesmo a cada flor que aparecia, e quando algo não lhe agradava tanto, sua cara de confusão era a mais adorável possível. Fomos chegando aonde eu queria. Segurei uma de suas mãos.
- Ei!
- O que foi criança? - perguntei
- Por que tá segurando minha mão?
- É crime agora? Vamos passar em um lugar não muito confiável, se nos virem de mãos dadas vão nos deixar em paz.
- E por quê?
- Vão pensar que estamos juntas e não vão mexer com a gente.
- Mexer com a gente?
- É, você não vai gostar de saber como é. Vem.
Passamos pelo famoso beco, aquele que ninguém gosta, até que chegamos a casa de Greta. Greta é uma garota de cabelos ruivos ondulados, que sempre dá uma festa, e, como era o último dia de férias, uma festa não podia faltar.
- Bem-vinda senhorita Méridge! Veio acompanhada dessa vez? - disse Greta.
- Essa é Alice, Alice essa é Greta, sejam felizes, eu vou procurar alguma felicidade, tchau! - eu disse, entrando na festa que como sempre, era igual todas as outras mas nunca perdia a graça.
- Então Alice, só entra aí e se diverte - por mais que estivesse longe, não estava perdendo Alice de vista, nessas coisas de vigilância, eu sou muito boa. Alice entrou sem saber o que fazer, fui dar um pequeno empurrãozinho.
- Alice! Vem cá! - ela foi se aproximando enquanto enchia um copo de vodka pra ela.
- Bebe isso aqui e seja feliz - disse entregando o copo, o qual ela rapidamente bebeu. Aos poucos Alice foi se soltando e se soltando cada vez mais. Tive a incrível chance de vê-la dancando e ela estava incrível com seu vestido meio velho de cor roxa e seu all star branco, sujo de qualquer coisa que fizemos naquele dia. As luzes em seu rosto destacavam ainda mais seus olhos e seus cabelos, ela estava linda. E livre. Logo o dia foi virando noite e Alice bebia cada vez mais. Até que algumas garotas junto de alguns garotos começaram a assustá-la. Provavelmente, viram que ela estava bêbada e quiseram tirar proveito disso. Eu sei, porque já passei por isso. Ela estava muito distante e eu não estava conseguindo chegar perto dela, parecia que o universo não queria que eu a ajudasse. Corri o mais rápido que pudi no meio daquela multidão que dançava e dançava, Alice estava tão bêbada que nem percebia a gravidade do que estava passando. Estava conseguindo me aproximar quando vi Greta no meio de toda aquela palhaçada, também aproveitando de Alice com aquelas garotas e garotos, que mais pareciam vermes. Nunca pensei que Greta fosse capaz disso. Consegui chegar e alcançar Alice.
- SOLTA ELA! SOLTA! QUAL É O PROBLEMA DE VOCÊS?! - Greta me viu e logo se assustou.
- Méridge, não é o que você tá pensando, por favor, eu estava tentando ajudar - disse Greta.
- Eu vi o quanto estava tentando ajudar. SOLTEM ELA, NÃO OUVIRAM?! - peguei um braço de Alice e coloquei sobre meus ombros e a levei para fora. Alice vomitou tudo o que tinha direito. Como eu pude fazer isso? Foi eu quem ofereceu o primeiro copo, por que eu fiz isso?! Eu nunca vou me perdoar.
- Mé-Méri.. Eu quero ir embora, por favor, me leva embora - disse Alice me olhando com aquela cara de inocência perdida... Por que eu fiz isso?!
- MÉRIDGE! Me perdoa, por favor! - Greta disse correndo atrás de mim, enquanto eu carregava Alice.
- Me deixa Greta! Volta pra sua festa!
- Vai me deixar aqui mesmo?! E o que tínhamos?!
- Não temos mais! Me deixa em paz Greta! Vai embora!
- Está com ciúmes porque toquei nela e não em você?! - deixei Alice com cuidado no chão, me dirigi até Greta, a empurrei, o que fez com que caísse no chão, pessoas ao redor viram e vieram me segurar. Não queria causar tumulto, então me contive na sanidade que insistia em querer sumir.
- Poderia ser quem for, de uma pessoa como você, nem ciúmes vale a pena sentir. Eu tenho nojo de você. Como pude pensar em ter algo com você? Olha o que fez com Alice!
- Eu não queria te perder.
- Me perder pra quem?! Você é doente. Eu vou ajudar quem merece o meu esforço. - me dirigi até Alice novamente, a carreguei e fomos embora.
Eu não podia levar Alice para a casa dela, a levei para a minha. Dei um banho nela, com as suas roupas íntimas ainda em seu corpo. Coloquei um de meus pijamas em seu corpo e a deitei na minha cama. Quando fui me deitar no colchão que coloquei no chão, Alice puxou meu braço.
- Fica aqui, eu estou com dores. Por favor, deita aqui comigo.
- E-eu não posso Alice... Me desculpa, eu não posso. - não posso, já a machuquei demais. Deitei no colchão do chão, enquanto as lágrimas corriam, fui botando minha mente a dormir, então, nada na minha mente, existia mais.
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Eu realmente espero que vocês estejam gostando, estou indo rápido demais? Alguma suposição? Não? Estarei no aguardo qualquer coisa, duuuuuuh.

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