Madness

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Era a primeira manhã de inverno do ano, dava para perceber pela neblina que cobria as ruas e a grande queda de temperatura comparada com o resto do mês que passava em um piscar de olhos. Graças a Deus essa era a última semana antes das férias.
Estávamos tendo mais uma entediante aula de Português, aprendendo mais regras que pareciam não quererem entrar dentro de nossa cabeça. Tudo permanecia normal, até uma longa e barulhenta sirene tocar pelos cantos da escola, um pouco diferente do sinal do recreio. Ninguém sabia o que era, talvez este fosse apenas um teste para testar um novo sinal ou uma sirene divina que veio nos dizer que o fim do mundo estava próximo. Prefiro acreditar na primeira opção mesmo.
A professora saiu da sala para verificar o que estava acontecendo, porém desta vez ninguém ficou nos vigiando como de costume, isso fez com que a sala ficasse mais inquieta do que já era. A porta estava fechada, porém ninguém se atreveu a abri-la.
A tal sirene misteriosa voltou a tocar, finalmente tomei a iniciativa de abrir esta porta problemática. O bando de curiosos vieram olhar junto comigo, a paisagem surpreendia a todos.

As chamas alaranjadas surpreendiam a todos. Fogo. Era um incêndio dentro da escola, da nossa escola. Ficamos observando perplexos, sendo que continuaríamos olhando se não houvesse uma explosão das lâmpadas fluorescentes por causa do calor, e isso acabou nos jogando um pouco para trás.

— Fujam! — Gritaram.

Enquanto eles saíam correndo, desesperados​, eu tentei manter a calma, mesmo que não fosse fácil. Arrumei meu material e coloquei a mochila nas costas. Eu já estava pronta para sair, mas olhei para trás antes, faltava certas pessoas para me acompanhar.

— O que está acontecendo? — Eduarda perguntou após todos nós, cinco pessoas problemáticas, nos reunirmos.

— Incêndio. — Respondemos em sincronia. — Verde!

Sempre tivemos essa mania, toda vez que disséssemos qualquer coisa juntos, quem tocasse em algo de coloração esverdeada primeiro teria mais sorte. Desta vez, o trevo de quatro folhas foi para mim com um toque no quadro negro.

— Sério? Fogo?!

— Não, água. — Mharessa retrucou.

— Claro. Com certeza. — Respondeu com ironia.

— Sim, é fogo. — Conclui.

— Você não percebeu? — Anne ficou boquiaberta com a desatenção da amiga.

— Desculpa, sou lerda.

Era possível ouvir muitos gritos vindos de fora. Só havia restado a gente na sala, literalmente. Com pessoas como estas, não parecia que o mundo estava "acabando".

— Vamos sair logo daqui, não quero virar churrasquinho. — Nick empurrou a gente para o outro lado da parede. Realmente lembrava mesmo um forno, com bastante fumaça e bem quente. Nestas horas, os bombeiros não aparecem, mesmo que a base deles seja na outra rua aqui do lado. Que coisa, não?

— Só sobrou nós aqui? — Questionei.

— Parece que sim. — Anne me respondeu com uma pitada de dúvida, porém esta já foi resolvida. Ouvimos mais gritos indo na direção da luz, ou seja, da entrada do prédio. Provavelmente esse era o sinal perfeito para o final de nossa fuga.

— Pela porta da frente! "Bora"! — Dei a ordem, eles sempre me consideraram como a líder do grupo, talvez por causa de eu ser a mais responsável e organizada.

Saímos correndo em direção ao lugar que determinei, parecia o fim de mais uma aventura maluca.

Apenas parecia. Quando faltava mais ou menos seis metros para chegarmos na rua, Dudinha caiu praticamente na metade do corredor e não levantou mais. Parei minha correria e voltei para dar auxílio, em seguida eles também vieram.

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⏰ Última atualização: Jul 10, 2017 ⏰

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