"— Meu nome é Ruan, 15 anos, estudo na mesma turma de Nathan, meu primo. Há pouco tempo atrás, meu tio disse que era bissexual como se fosse a coisa mais normal do mundo e isso chocou Nathan, mas só no começo. E com o tempo, aquelas vontades e desejos foram desaparecendo aos poucos, tenho quase certeza que aquilo só era uma carência ou um desejo doentio de curto-prazo. Não me importo mais com isso... isso já passou mas... ainda sinto algo faltando... um buraco dentro de mim."
— RUAN, PARA DE MOSCAR!
— Moscar?
— Se distrair, lerdo!
— O que foi?
— To afim de dar uma volta no shopping mas odeio ir sozinho... Pode ir comigo? Eu pago o ingresso do cinema e o lanche!
— Qual filme e com que dinheiro?
— Sei lá, um filme de terror qualquer, e eu ganho todo mês 100 reais do meu pai. É meio que uma forma dele pagar a presença de pai dele, só não vá achar que sou mimado!
— Tudo bem, mas não pode ser hoje...
— Por que?!
— Eu não visitei minha mãe no dia das mães... então, eu queria ir hoje. Mesmo que já tenha passado quase uma semana.
"Ele deve ter se esquecido que minha mãe morreu, assim, também, o motivo de eu estar morando aqui... pra ser sincero, até eu esqueci. Quando vim pra cá, eu chorava muito quando dormia, sonhava toda noite com meus pais e então acordava de madrugada para dormir com Nathan, eu me sentia sozinho e incompleto, mesmo quando minha tia e o Nathan fazia de tudo pra me animar como se meus pais não tivessem morrido e eu não fosse um menino órfão. Foi bom parar de chorar e parar de pensar na morte deles todos os dias, mas eu comecei a esquecer eles por completo e ainda me sinto sozinho como se algo faltasse dentro de mim..."
*Nathan está me abraçando*
— Idiota, você não precisa me contar uma coisa dessas se você for chorar e ficar deprimido depois.
— Ahn?
"Estou chorando... e nem percebi..."
— Ruan, o que houve?
— Eu devo ser o pior filho do mundo! Esqueci de ir levar flores ao tumulo da minha própria mãe no dia das mães!
— Para! Você não é o pior filho do mundo só porque esqueceu de levar as flores ao tumulo dela, isso se chama "seguir em frente", você conseguir em frente em pouco tempo, isso é uma coisa boa não é? É muito bom rir e aproveitar o tempo com as pessoas que ainda estão aqui do que chorar por pessoas que nunca mais poderá vê-las. Isso não é a mesma coisa que esquecer! Ninguém esquece uma coisa dessas, mas se você manter lá dentro do seu coração em um canto que não te faça sofrer...
"É ele, a pessoa que me faz sentir completo e amado..."
*Segura o rosto dele e olha para os olhos dele mesmo com lágrimas em nossos
— Ru-Ruan?
*Beija a testa dele*
/ As orelhas e as bochechas coradas fazem Nathan ficar cada vez mais fofo /
*Começo a beijar ele encostando os meus lábios nos dele*
— Nathan... prenda a respiração e devagar abra sua boca...
*Puxo a nuca dele o beijando lentamente*
"É estranho, é como se fosse a minha primeira vez, eu nem consigo descrever essa sensação... não é ruim, é boa e fica melhor ainda quando é correspondido... eu não quero ficar longe dele."
/ Após o beijo, Nathan respira ofegadamente e mesmo após o beijo... o rosto de Nathan... /
"Está tão fofo..."
*NATHAN*
"Não sei o que fazer, não sei o que falar... isso foi do nada e me senti no clima... Será que gosto dele? Impossível! Eu nunca gostei de homens ou qualquer coisa parecida, mas eu não posso negar que... eu fui pego pelo clima, na hora eu apenas senti que... era o momento certo com a pessoa certa. Isso é certo? Tipo, ele é meu primo e também é homem. Minha cabeça está doendo e nem sei o que está acontecendo comigo... Eu... Deus... Que sensação... é essa? Não consigo... ficar de olhos... abertos..."
Fim
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Uma Pequena História
RandomA vida de Nathan era como a de qualquer garoto tímido, inseguro e marrento, porém com a chegada de seu primo, órfão, as coisas parecem mudar nela. Nathan sempre fora quieto e antissocial, tinha poucos amigos e escondia uma paixão. Já, seu primo, Rua...