Point Of View Claire Mitchell
"Quando estamos falando do amor, nunca é tarde demais."
Nova York – Estados Unidos
Uma semana depois...
Eu não deveria, mas estava esperando uma ligação ou pelo menos uma mensagem do garoto do bar, não sei por qual motivo, razão ou circunstância ele não saia da minha cabeça, os olhos e o sorriso estavam gravados na minha mente desde aquela noite. Porém, tentei afastar esses pensamentos e focar em todas as tarefas que eu tinha para essa semana, estava lotada e me sentindo esgotada.
Acordei com um mau humor terrível, e decidi que por hoje, irei me dar uma folga, então chamaria Sofia e Charlotte para irem comigo ao shopping. E amanhã voltaria aos trabalhos, já que em alguns dias o carregamento de Cannes chegaria à Nova York e eu precisaria estar pronta.
Desci as escadas. Encontrando Sofia jogada no sofá da sala, assistindo um desenho qualquer na televisão.
- Quantos anos você tem mesmo, criança? – perguntei rindo.
- A mesma idade que você, amor, já trocou suas fraldas hoje? – ela me olhou com uma sobrancelha arqueada e rindo, fiquei séria na mesma hora.
- Vá à merda – falei, indo até a cozinha.
- ALGUÉM ESTÁ DE MAU HUMOR NÃO É MESMO? – ela gritou da sala e eu apenas balancei a cabeça negativamente, pegando um suco na geladeira.
Eram 08h30min da manhã e a casa estava toda arrumada, provavelmente Margot, minha governanta já tinha arrumado tudo.
- Onde está Charlotte? – Quero tirar o dia de folga para irmos até o shopping, o que acha? – perguntei para Sof, me sentando ao seu lado no enorme sofá.
- Estou aqui – olhei para a escada, vendo Charlotte com a cara toda amassada de tanto dormir.
- Você está horrível – Sofia disse a encarando como se a mesma fosse algum bicho.
- Obrigada amiga querida – Lott sorriu cínica e foi ate a cozinha.
- Vocês irão comigo até o shopping mais tarde e agora decidi que não está aberto a discussões – virei o rosto dando um breve sorriso e voltei a me concentrar na tevê.
- Está bem, sem problemas. Realmente necessito de um descanso – veio até nós com um sorriso e se sentou no sofá.
Ficamos ali até umas 4:00pm, vendo uns filmes e fofocando. Eu estava completamente jogada no sofá e quando me levanto olha para as duas gordas que estão com uma bacia enorme de pipoca.
- Vamos nos arrumar e sair em 30 minutos – assentiram, com as bocas cheias, largaram a bacia na cozinha e subiram correndo para cima, assim como eu.
[...]
Fazia umas duas horas que estávamos andando por todas aquelas lojas. Segurando várias sacolas de roupas, sapatos e bolsas, e ainda sim as maníacas consumistas queriam mais. Decidi não trazer seguranças, pois precisava de um pouco de paz e tranquilidade apenas com as meninas, e nós sabíamos nos cuidar muito bem.
- AI MEU DEUS! Olha aquele sapato, eu preciso comprar – Charlotte disse correndo até a loja e eu ri.
- Eu juro que vou enfiar o salto daquele sapato, no nariz dela – Sofia bufou, indo atrás e eu a segui rindo.
Eu estava começando a sentir uma sensação estranha, como se estivesse sendo observada. Olhei para os lados e não via nada, então entrei na loja indo até onde as duas estavam.
[...]
- Preciso urgentemente de um descanso, não aguento mais – respirei fundo, me sentando em uma das cadeiras na praça de alimentação.
Estava destruída, assim como as meninas também, andamos por todo o shopping e só não levamos todas as lojas por ser impossível. Estávamos com milhares de sacolas espalhadas e eu estava feliz, mas aquela sensação ruim ainda me incomodava, me deixando inquieta a olhar por todos os lados.
- Você está bem? – Sof me olhou preocupada.
- Só estou tendo um pressentimento ruim, é melhor irmos para casa – eu disse, pegando as sacolas e me levantando, fizeram o mesmo.
Olhei fixamente por trás de Charlotte e pude ver um homem de capuz nos encarando. Ele colocou a mão no bolso e tirou uma arma do mesmo. Merda.
- MENINAS ABAIXEM – eu gritei no exato momento em que ele atirou.
Olhei para o lado vendo Charlotte pegar a arma no cós da calça e mirar no homem, atirando contra ele. Sofia estava atirando também, mas notei algo diferente nela, além da expressão de dor em seu rosto, uma mancha vermelha se formava em sua camiseta branca. Elas pararam de atirar quando o homem encapuzado saiu correndo para fora, e não me dei o trabalho de ir atrás, estava muito preocupada com minha amiga, que estava caída ao chão com a mão na barriga.
Eu e Charlotte corremos até ela, nos abaixando. Levantei sua blusa e vi que o ferimento não foi tão grave, ela ficaria bem, eu espero.
- Charlotte ligue imediatamente para o Matt – as palavras saiam desesperadas. Ela pegou o celular, tremendo muito e começou a digitar os números.
Eu podia ouvir as pessoas ao nosso redor, podia ouvir o barulho das sirenes se aproximando, mas nada importava naquele momento, aquele desgraçado havia tentado nos matar e pior, quase matou uma de minhas melhores amigas. Isso não ficaria assim.
Eu irei encontrar o responsável por isso, e o farei pagar.
"Você é uma doença, e eu sou a cura."
