Dama de Vallenttiny: Estrelas Caídas - Almas Gêmeas

I - Hoje, um dia especial

Olho para esses quadros e sempre vejo-os de um modo... especial. As vezes nem percebo, que anos passam e eu envelheço, por fim, olho para trás, mas... não vejo nada.

Sei que tive momentos que amei, e também sei, que se Jhared não estivesse ao meu lado, esses amados momentos não existiriam em minhas lembranças.

Admito que não me lembro de nada. Quero dizer: não tenho a lembrança de muitas vivencias da minha infância.

E hoje, tenho 19 anos exatos. Talvez só um bolinho e umas velinhas seriam o suficiente. Mas claro, como princesa, terei que comemorar com um baile.

Sabe, não tenho a tão desejada liberdade que todo os jovens querem ao ser um maior de dezoito anos. Mas se for para beber bebidas alcolicas, curtir ou farrear, eu posso fazer desde que esteja entre os limites do Castelo e acompanhada de meu guarda-costa.

Não reclamarei. Afinal, ninguem me ouviria. E sei que neste país há muitas garotinhas sonhadoras que gostariam de estarem em meu lugar, querendo ter a mesma oportunidade.

- Allynni. - Suell me acorda da minha reflexão - Minha linda princesa. Ageite sua coroa.

- Sim, senhora. - eu a ageito lembrando de esta ser um presente de meu pai, aos meus oito anos - Ok!?

Ela confirma minha pergunta. Seu olhar mostrou ter esquecido de algo.
É mesmo, a mascara! É como se ela tivesse me lembrado sem mesmo sua boca mexer. Mas como pude!

Eu corro até o meu quarto. Haja vontade de debruçar nesta cama e esquecer tudo isso para acordar somente no outro dia.
Pego a mascara que estava sobre a penteadeira. E a coloco, voltando aonde Suell me esperava.

Eu agardo minha vez. Assim, meu nome é dito. Eu aguardo um momento para que haja espectativa, como na espera de uma noiva.
O truque que a professora de etiqueta me ensinou.

Vou decendo as escadas. Todos olham de cima a baixo. Eu gosto tanto de azul que acho que já se era esperado pelos fotografos e paparazzis de meu vestido ser desta cor.
A gargantilha de diamantes é a novidade, como também, o sapato com salto. Para eles, um luxo. Para mim, um exagero. Mas... o objetivo é agrada-los.

A mascara branca com pedras azuis, foi ideia de meu pai. Mas quem idealizou toda festa foi, claro, a condeça Janaina, amiga e concelhera de meu pai. E talvez, um e outro decoradores de festa.

Oh não! Não acredito. Minha alegria acabou a aqui: na ponta da escada. Como meu pai tem a coragem de botar este... este... Ah!

Mesmo que Kall Max esteja com a mão estendida me esperando, eu simplismente passo direto. Garanto que ninguem faria isso.

Afinal, não estenderei minha mão para um principe "boa pinta" para que depois diga ao meu pai que eu aceitei o casamento. Nunca!

Eu não quero isso.

Já não basta ser um pássaro livre preso nesta gaiola que chamam de castelo, agora querem que me case. Mesmo que meu pai diga que não quer isso, mas o faz pela minha proteção, ainda me questiono: de quê tanto me protege?

Por conta de minha ação vejo um rosto sorridente. Ele estava de viagem a cinco dias, fora visitar seus colegas de guerra, sua outra familia.

Para mim é um irmão que nunca tive. Quem me apoia, intende e aconselha. Ele sim quer meu bem, que eu siga meus sonhos e não que fique escondida por traz de um marido. Mesmo que ele seja filho adotado de Suell e eu seja apenas uma filha de criação, nós nos amamos como uma família de sangue.
É tão atencioso!