Prólogo

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Isadora estava cansada de esperar, por isso ela tomara a decisão de escrever uma carta revelando todos os seus sentimentos. Ela amava André. Não lembrava quando exatamente aqueles sentimentos haviam começado, mas sabia perfeitamente o quanto eles haviam crescido depois de irem embora na sexta-feira juntos e descobrir que moravam apenas 3 quadras um do outro.

'' Me encontre depois da aula atrás da cantina. ''

Ela estava nas nuvens.

- Vou encontrar o André depois da aula. – ela deixou escapar um risinho nervoso.

Estava na educação física e treinava uns saques de vôlei com Nathana, Aline, Ágatha e Thays.

- Finalmente! – brincou Aline.

- Vai dar tudo certo! – torcia Ágatha depois de sacar a bola para Nathana.

- Eu não teria tanta certeza assim. – soltou Thays e ambas pararam o que estavam fazendo.

- Como assim? – Isadora cruzou os braços e arqueou uma sobrancelha.

- Parece que você não é nem um pouco o tipo dele. – continuou a garota como se tal comentário não fosse nada demais.

- Isso aí para mim parece mais dor de cotovelo, hein? – rebateu Nathana que já estava perdendo a paciência com a garota.

Thays não disse mais nada e simplesmente saiu de lá.

- Não liga não, Isa, ela deve estar com inveja. – Ágatha tentou consola-la.

[...]

Faltava exatamente um minuto para que Isadora encontrasse com ele. André sentia as palmas das mãos suarem e por vezes as limpava na própria bermuda. Estava encostado na mangueira que tinha sido plantada ali pelo menos um bom tempo atrás e que agora fornecia uma ótima sombra contra o sol quente.

- André! – ouviu uma voz conhecia chamar.

'' Ah não, agora não! '' – pensou na mesma hora.

Era Bruno que vinha acompanhado de mais dois colegas da sala, um deles segurava uma folha e um lápis.

- Quer votar na menina mais gata da sala? – ele estendeu o papel na direção dele.

- Não, cara. Bruno, na boa... Não leva a mal não, mas eu tô esperando alguém aparecer... – tentou o garoto.

- Ao menos quer saber quem está ganhando? – insistiu o outro.

André estava começando a perder a paciência com ele. Bruno era conhecido por ser extremamente chato.

- Não! – respondeu mal humorado.

- Que pena. Depois que a votação acabar vamos decidir entre nós quem vai ter a coragem de se aproximar dela. Vejamos... Isadora tá ganhando com mais da metade dos votos da sala.

Isadora. Aquela Isadora? A Isadora... Dele?

André sentiu uma onda de raiva lhe invadir. Que história era aquela? Ele jamais deixaria que um cara nada a ver se aproximasse dela, ainda mais quando era ele que estava apaixonado por ela desde... Desde quando mesmo?

'' Preciso fazer alguma coisa para desencorajar esses caras... Ahá! Já sei! ''

- Isadora... Isadora Lisboa?- perguntou como se não quisesse nada.

- Ué... Agora tá interessado? – brincou o outro garoto que ele não sabia quem era.

- Não mesmo, ela não é muito meu tipo. – André falava como se não fosse nada demais. – Acho que a Thays é mais bonita.

André torcia desesperadamente que os garotos achassem que ele tinha razão, mas estranhamente eles ficaram quietos e esconderam a folha atrás das costas.

Ele sentiu o corpo travar.

Quando se virou, lá estava Isadora com uma expressão estranha. Como se tivesse acabado de chupar limão. Como se... Se estivesse escutado o que ele acabara de dizer.

- Hum... Bem... Depois a gente conversa. – a voz dela saiu como um fiapo, ele percebeu que ela mordia fortemente o lábio inferior.

Isadora foi embora claramente segurando o choro e com seu sentimento de amor completamente amassado entre uma das mãos. 

Sentimentos EncubadosOnde histórias criam vida. Descubra agora