Capítulo Único

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eu escrevi isso em apenas 1h, e só estou postando para receber comentários para ver se ficou bom ou uma merda.
espero que gostem, xoxo.

As últimas horas do jantar foram preenchidas por dúvidas silenciosas e uma constante ansiedade. Will e Hannibal já haviam ultrapassado o tedioso relacionamento de antes, onde ainda estavam estudando suas mentes e seus anseios, e chegaram à conclusão de que deveriam dar um passo firme a mais nesta relação, antes de qualquer coisa.

Por mais que suas trocas de olhares e frases rasas fossem o suficiente para enviar uma dica para ambos homens, era inevitável deixar de sentir este breve sentimento de inquietação que às vezes visitava suas mentes em horários não adequados.

Hannibal abraçou o jovem paciente por trás, enquanto percorria suas mãos precisas pelo fino tecido da camisa cor salmão de Will, vez ou outra brincando com os botões entre os dedos longos, fazendo menção de tirar de uma vez aquele pedaço de pano, para que pudesse sentir como seria tocar em uma área mais sensível do corpo completamente exposta, como desejou desde muito cedo.

Hannibal pressentia que isto iria acabar acontecendo algum dia. A datar do começo de suas sessões com Will, suspeitava que o paciente o iria deixar mais perplexo que o necessário, e não só apenas por conta de sua mente, e sim por conta de tudo que preenchia essa essência do agente especial do FBI, especialmente sua personalidade.

O psiquiatra fez o encontro de sua boca com o pescoço exposto de Graham, assim que o libertou um pouco de sua camisa, traçando por ali uma trilha de beijos e sucções de leve, o marcando de um tom mais avermelhado; deveria ser seu senso de predador o avisando para marcar a sua presa com todo o cuidado do mundo, ou tudo estaria perdido.

Will sentiu-se numa gloriosa sensação de paz quando pôde saborear a agradável características que era beijar Hannibal Lecter; o homem mais velho dominava sua preia como se estivesse participando de uma importante batalha para sobrevivência, onde apenas um continuaria de pé.

O corpo de Graham arrepiava-se mais ainda a cada toque quente e necessitado que o psiquiatra deixava pela sua pele, praticamente numa sensação de fazê-la queimar, como se estivesse trancafiado em um dos mais profundos confins do inferno e, talvez, realmente estava; desejar Hannibal Lecter havia sido seu maior pecado, e não se surpreenderia se no final acabasse sendo punido por este desejo egoísta.

Entretanto, estar com Hannibal era como estar num museu de pinturas clássicas de pintores não renomeados, e Will felizmente era um daqueles cantos vazios na parede, esperando para que Hannibal o preenchesse com sua arte estupenda. Em fato, toda vez que sentia os dedos longos do psiquiatra apertando suas coxas ou sua nádega já exposta, o puxando para mais perto, para consumi-lo; parecia como se aqueles dedos fossem pincéis, prontos para cobrir a pele ainda não tocada do paciente, com as mais bonitas obras-primas em suas mais belas formas.

Depois de tanta proximidade, Will não anisava mais com medo pensando no que aquilo levaria; estava mais focado nos sons que saíam de seus lábios com prazer, toda vez que Hannibal decidia aumentar o ritmo, indo mais fundo do que Will podia imaginar.

O prazer secreto de cada um era observar com cuidado a gloriosa expressão que cada um carregava consigo nestas horas. Hannibal era obcecado em prestar atenção em cada expressão de prazer estremo que Will portava no rosto toda vez que estava perto do êxtase, com seu cachos bagunçados pela fronha branca do travesseiro; e Will amava observar Hannibal tendo mais prazer com ele do que com todas aquelas partes de corpo que logo virariam uma bela refeição.

Estas noites de prazer mútuo nunca acabavam com promessas de amor nem palavras preenchidas pelo mesmo clichê de sempre; apenas existia a mesma troca de olhares de sempre, como se apenas aquilo bastasse para explicar suas emoções - boas e ruins. - no exato instante.

Todavia, Will deveria ter suspeitado desde o princípio que Hannibal nunca se deixaria levar por aquelas noites de prazer, e que um predador deve sempre permanecer como um predador; o agente especial do FBI talvez sempre soube dos dolorosos riscos, porém uma parte de seu corpo queria testar a teoria em prática.

A noite em que prometeram fugir juntos fora lotada de surpresas e escândalos, coisas que afetaram o último fio da meada de esperança que Will ainda tinha sob o psiquiatra.

Pensou que tudo estava bem, e abaixou sua arma com suas mãos trêmulas assim que viu a imagem do canibal coberto de sangue - possivelmente de Jack. -, e a única coisa que conseguiu fazer foi sussurrar seu nome com um tom amoroso e apavorado, antes de caminhar lentamente até onde o homem estava parado.

No meio deste processo, exatamente ao seu lado, viu a figura de Abigail e assustou-se a princípio pois, até então, pensava que a garota estivesse morta, porém estava errado. Hannibal havia a escondido todo esse tempo.

Essa cena um tanto familiar provavelmente encheu o coração fraco de Will com um calor agradável, o fazendo acreditar que todos eles iam fugir juntos, para algum lugar bem longe de todos, e recomeçar do zero numa nova vida; entretanto estava completamente enganado, cego por seus sentimentos pecaminosos.

Ainda estava assustado, contudo, quando sentiu as mãos de Hannibal envolver seu rosto de forma quase angelical, uma pontada de paz o abrangeu como das vezes em que dividiam o mesmo ar e o mesmo espaço juntos completamente sozinhos, mas o que veio em seguida definitivamente não era nenhuma das ideias que passava pela sua mente.

Will pensava que, se algum dia fosse punido por tudo aquilo que havia desejado, seria pego de surpresa por qualquer pessoa, e não pelo próprio Hannibal; pelo próprio homem a quem entregou sua alma, e seu corpo, e toda sua mente.

A dor da facada de surpresa não foi nada em comparação à decepção que sentiu quando percebeu que estava sangrando e que gemidos de dor saíam pelos seus lábios secos, enquanto Hannibal apenas o abraçava como um agrado final, antes de deixar o paciente ir de encontro ao chão, com uma mão pressionando sua barriga na tentativa de estancar todo aquele sangue que começava a se espalhar.

Como se tudo que havia acontecido já não fosse o suficiente, teve que assistir, de perto, pela segunda vez, Abigail sendo esfaqueada pelo pescoço, num ato brusco porém de forma lente, porque sabia que Hannibal queria que o paciente observasse com atenção a morte daquela garota, novamente. Talvez por conta de algum segredo do passado.

Quando a jovem de cabelos longos finalmente foi de encontro ao chão, Will aproximou-se com dificuldades, pressionando sua outra mão livre no pescoço da jovem, mesmo sabendo que seria impossível estancar aquele ferido e que Abigail provavelmente já estaria morta em pouco tempo, afundando em seu próprio sangue.

— A polícia está a caminho, e isto que eu faço não é um estilo de vida adequado à você, Will. - o psiquiatra disse brevemente, olhando para ambos corpos ensanguentados caídos no chão, numa luta pela sobrevivência.

— O que... v-você quer dizer com isto, doutor Lecter? - perguntou com dificuldade, fazendo mais pressão ainda em seu ferimento, esforçando-se para ajustar sua respiração.

— Não seria adequado você fugir comigo, por mais que fosse seu maior desejo. - respondeu com um olhar preenchido por tristeza e arrependimento. - Isso não é o que eu sempre quis para você, Will. Para nós. Eu não queria te colocar numa situação de extremo risco. Eu não queria te destruir.

— Mas você já destruiu. - respondeu por fim, gaguejando, relembrando-se da primeira noite em que estiveram juntos e esperou que o psiquiatra fosse lembrar também, porém o mesmo apenas saiu andando em silêncio, com a cabeça abaixada, deixando Will completamente sozinho em seu próprio inferno.

But you already destroyed・Hannigram Onde histórias criam vida. Descubra agora