Capitulo I - Sonhos viram realidade?

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Capítulo I

Eu estava completamente entediada, mas não era a única. Ficar numa sala de aula enquanto um professor, que deveria ter idade pra ser o tataravô de todos ali, falava sobre a 1° guerra mundial e como afetou a vida dele era realmente chato.

Uma bolinha de papel caiu em minha mesa e olhei pro lado observando Luise, que parecia extremamente interessada na aula, porém com um sorriso maroto nos lábios. Eu e Luise éramos amigas a poucos anos, mas conhecia ela bem o suficiente pra desconfiar sempre que ela dava aquele tipo de sorriso.

Com seus 1,73 metro, cabelos escuros, olhos verdes e os inseparáveis coturnos, Lui era o tipo de pessoa que adorava irritar todos, seja cutucando, falando alto ou simplesmente soltando comentários irônicos e sarcásticos. Enquanto eu, com meus míseros 1,61m, cabelo e olhos castanhos, era do tipo que muitos chamam de anti social.

"Que tal uma agitada na aula?
Em dois minutos estaremos livres ;)
Bloqueei a câmera, ninguém vai saber"

Olhei para o relógio acima do quadro. Ainda faltava cerca de uma hora até a saída. Depois, olhei para Lui, que ainda estava com o sorriso, mas agora mexia em um pequeno controle remoto embaixo da mesa, apesar da sua "atenção" estar voltada ao professor

Ela me olhou e seu sorriso aumentou por apenas um segundo, então apontou discretamente para o canto superior da sala, onde tinha a câmera de vigilância tapada por algo esverdeado de origem desconhecida, e depois para o sensor de incêndio, onde tinha um ponto preto se mexendo ao redor.

-O que vai fazer? - sussurrei enquanto inclinava o corpo devagar na direção dela

-Espero que não se importe de se molhar um pouco - ela piscou e olhou pro teto, ignorando a pergunta que fiz

Olhei também. O ponto preto parecia um tipo de besouro e ele estava começando a ficar vermelho, então saiu uma espécie de fumacinha dele, como um "pum", o que ativou o sensor. Depois disso foi uma bagunça. Meninas gritando pela chapinha, meninos comemorando e saindo da sala, eu encarando o sensor e Lui sorrindo, feliz.

-O que você fez? - olhei ela guardando minhas coisas rapidamente antes que molhasse demais

-Um pequeno projeto que venho tendo nas últimas semanas. Deu certo - Ela sorriu mostrando o controle enquanto fazia pose de like a boss, então o guardou na mochila e me puxou para fora da sala .

-Aquela coisa preta era sua? Como fez isso? Que demais! - sorri enquanto corríamos para fora da escola junto com todos os alunos que achavam que estava tendo incêndio no local .

-Sim, eu sou demais. As aulas de mecânica surtem efeitos. Mas mudando de assunto, podemos fazer o dever hoje? Tenho outros planos pro resto da semana - suspirou

-Podemos ir pra minha casa agora, e fazemos. Meus pais não se importam. Seus parentes já chegaram?

-Infelizmente. E vou ter que ficar o tempo todo com eles. Inferno na terra - Lui revirou os olhos .

-Que ótimo que não tenho parentes.

-Sortuda desgraçada - ela resmungou e eu ri

Caminhamos até minha casa, que não era tão longe da escola. Assim que chegamos, fomos assaltar a dispensa, pegamos todos os doces e fomos para o meu quarto fazer o dever, o que demorou muito, já que era algo consideravelmente difícil, e nossas respostas nunca eram as mesmas.

-Desisto - resmunguei ligando a tv e colocando no Netflix, o melhor aplicativo já criado .

-Acho que consegui.. - ela sussurrou mordendo a caneta e olhando o papel. - Desistir é para os fracos, Fontaine. E você precisa da nota desse trabalho.

-Eu fiz até onde sabia, depois complemento com algo da internet, Sanches. Não me chame pelo sobrenome. - revirei os olhos.

Do nada um clarão iluminou o quarto, as luzes começaram a piscar, a tv a chiar e então tudo se desligou e ficou silencioso para menos de dois segundos depous um barulho alto vir do lado de fora da casa. Lui e eu nos encaramos e fomos ate a janela olhar para fora. A noite havia chegado, e uma parte da lua iluminava o céu limpo, como se estivesse sorrindo.

-O que foi isso? Um raio? - perguntei

-Não sei, mas está tarde, acho que já vou - Lui começou a arrumar suas coisa, quando seu celular tocou e ela ficou murmurando vários 'uhum' e 'ok'. Quando terminou, se virou para mim - Posso passar a noite aqui? Meus pais chegaram a conclusão de que meu quarto é perfeito pros parentes ficarem.

-Claro... Olha, uma estrela cadente - grudei a cara no vidro da janela

-Opa, estrela de desejo. Hora do pedido - ela fechou os olhos, fiz o mesmo.

Queria​ ir pro Acampamento de semideuses, igual o do livro.

Depois de fazermos nossos pedidos em silêncio, arrumamos o quarto, nesse meio tempo a energia voltou e ficamos assistindo os filmes baseados na saga de Percy Jackson, que alias, não eram fiéis aos livros .

.

Acabei dormindo em algum ponto onde Cronos aparecia e quando abri os olhos, estava no meio de uma praia. A água cristalina refletindo os raios de sol e o clima bom pareciam reais demais pra um sonho. Levantei-me tirando o excesso de areia do corpo, ao longe podia se ouvir sons de luta e espadas se chocando, assim como pessoas gritando e rindo, e também o cheiro divino de café da manhã.

-Lui, ei - cutuquei a perna dela com o pé

-Que droga, apaga a luz - ela resmungou e passou a mão pela areia abrindo os olhos - Por que to deitada em areia?

-Acho que estamos tendo um sonho compartilhado... Estamos numa praia, ou algo do tipo. Vem, sinto cheiro de comida- comecei a andar

-Sempre está com fome - Lui me seguiu. Andamos ate chegarmos perto das casinhas que tinham espalhadas e ela segurou meu braço - Acho que conheço esse lugar. Parece com o mapa do acampamento.

-Acampamento? Meio sangue? Mais motivos pra explorar. Quero aproveitar o sonho - me soltei dela

Andamos até a famosa Casa grande, e era maior do que imaginei. Na varanda tinha um cara gordo jogando cartas com outro que estava numa cadeira de rodas. O senhor da cadeira de rodas olhou para nos duas, um tanto surpreso, e sorriu.

-Ora, imagino que sejam novas. Sou Quiron - ele mexeu sua cadeira se aproximando - Bem vindas ao Acampamento Meio Sangue.

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⏰ Última atualização: Jun 17, 2017 ⏰

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As crônicas das semideusas - O amuleto perdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora