POV Camila
- Valentina minha filha, não corre! - Gritei desesperada para a menina baixinha e alvoraçada que estava a poucos quilômetros de mim, correndo feito uma louca desvairada. - Valentina!
- Deixa a menina, Mila! - Dinah ria ao meu lado, levando Lizz em seu colo, que dormia tranquilamente - Ela está feliz, deixe-a
- Você já reparou como esse lugar é grande? Eu não vou perder minha filha, Dinah. Não posso fazer outra.
- E se pudesse você perderia?
- Ah, cala a boca - Empurrei de leve seu ombro dando risada - Idiota.
Valen veio correndo em minha direção, saltitando. O sorriso em seus lábios me deixava completamente derretida, a felicidade estava estampada em seu rostinho. Eu sentia falta de vê-la verdadeiramente feliz e tão despreocupada. Por ter corrido desde que chegamos, sua franja estava grudada na testa pelo suor, e o vestido pouco amarrotado.
- Mama, mama, mama! - Grudou em minha perna, apertando-a com toda força que tinha. Ela ofegava tentando buscar por ar. Eu ri para ela, não tinha como ficar brava vendo aquela felicidade - Eu posso, por favorzinho, comer aquele algodão doce lá?
Apontou para um "carrinho" - que não tinha nada de 'inho'- de algodão doce a nossa frente. Ela olhava com os olhos brilhantes para o enorme algodão doce rosa que um homem fantasiado entregava para uma menininha de provavelmente sua idade. O algodão doce era um exagero de tão grande, praticamente metade de Valentina.
- Eu também quero! - Dinah se manifestou, dando seu lindo sorriso infantil para mim - Vamos Mila, compre para nós
- Até aonde eu me lembro, o nome da minha filha é Valentina, não Dinah - Brinquei, já pegando na mão da menina pequena e a desgrudando da minha perna para que pudéssemos andar - Vamos lá, vamos comprar um algodão doce para a minha princesinha
- Awn Mila, não precisava, eu estava brincando... eu mesma compro meu algodão
- Dinah, cala a boca, eu não estou falando com você - Revirei os olhos, fazendo a mulher rir.
Antes de andarmos, passei a mão pelo cabelo úmido de Valentina e o prendi no topo de sua cabeça, prendendo a franja com uma presilha que eu guardava sempre para essas ocasiões. Ela ficava agoniada quando corria e seu cabelo ficava molhado em sua testa, puxando os fios o tempo inteiro, e por ter um couro cabeludo muito sensível, acabava sempre machucada.
Compramos o algodão doce e fomos para o lugar mais próximo para que as duas crianças - e eu não estava me referindo a Valen e Lizz - se sentarem para comerem seus algodões. Estávamos na grama, em cima de uma toalha estendida. Minha filha estava em minha frente, toda lambuzada, segurando um grande pedaço de algodão doce e colocando em sua boca. A montanha rosa não estava nem na metade, e era tão grande que a pequena mal conseguia segurar. Peguei meu celular e no mesmo instante capturei aquele momento, enviando em seguida para Lucy por email. A rede dele ainda estava desligada, e eu conversava com minha amiga por email mesmo.
Lizz acordou e foi brincar com Valentina assim que as duas terminaram de comer a outra metade do algodão doce. Aí sim Dinah ficou louca, vendo a filha se entupir de doce, mas nada podia fazer, já que ela mesma tinha um gigante algodão em mãos. Dinah como mãe, era a mesma coisa de Lauren; odiava que a filha comesse muito doce, mas se entropia sempre que podia. Era rígida a maioria do tempo quando o lance era alimentação e saúde. As meninas corriam pela grama, brincando com outras duas crianças. Só então tive tempo de conversar com Dinah e lhe falar sobre a minha conversa com Lauren, e as coisas que ela havia me dito.
- Ela está certa - Minha melhor amiga concordou balançando a cabeça de forma positiva. - Nunca pensei que fosse apoiar aquela idiota em alguma coisa, mas é isso aí; ela está certa. Essa coisa toda, esse "triângulo amoroso" por assim dizer, estava indo longe demais. Você deveria ter tomado as rédeas da situação antes, só você tinha o poder de evitar isso tudo.
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Small Bump - Second season
Fanfiction"Mais difícil que perdoar as pessoas, é se perdoar. Perdoar todos os erros cometidos, todos os enganos e falhas. Perdoar a si é uma tarefa muito complicada pois o ser humano tende a se cobrar demais e não permitir erros. Aceitar o que aconteceu é im...