Carta 1: de coração aberto para David Woodligt.

236 27 44
                                    

Olá. Novamente estou aqui, né? Como sempre. Com um lápis em minha mão, escrevendo essa carta para você, D. Sabendo que você nunca vai ler.

Me desculpe parecer um louco hoje, me desculpa mesmo, mas eu não consegui evitar, eu precisava te entregar aquele poema Manuscrito. Pra falar a verdade quem conseguiria? Você que quando anda, joga esse seu cabelo liso e sedoso, para o lado fazendo que meu corpo entre colapso com as estrelas. O mais extraordinário de tudo isso , é que quando você joga-o  para o lado, você também joga para fora de si toda a sua alegria interna.
Eu quero que você saiba que eu não escolhi gostar de você. Me desculpe, é, eu sei, a mesma mesmice de sempre, o blá, blá, blá que não cansa de ser falado. Mas só aconteceu. Você lembra? De quando eu te passava as colas, e sua mão deslizava sobre a minha, assim eu conseguiria apoiar meu cotovelo na sua perna esquerda, e você ficava olhando para baixo minutos por minutos, para ver se eu levantava mais o braço, para você poder alimentar seu ego, e dizer para seus amigos que eu estava tentando tocar no seu pau. Engraçado né? Mas não é. E quando eu sobre colocava minha mão sobre a sua, e quando eu passava pela a porta da sala de aula para eu ir embora, e eu me jogava para cima de você, só para poder sentir sua respiração ofegante e quente em cima dos meus lábios vermelhos, mas não vermelho sangue, e sim vermelho cereja, lábios rachados como seca em interior distante.
Como eu pude ter sido tão... tão idiota? Acho que é porque você tem sardas espalhados em seu rosto branco e corado, e um cabelo lambido, Nem se fala de como você se move, você me faz flutuar. Poderia ser porque era você, porque era você me tocando. Não entende?
David? O que eu fiz? Eu te ignorei? Eu te machuquei? Sério? O que eu fiz? Você só me magoou, até demais da conta, para falar a verdade, você me fazia subir navegar um barco enorme, só para quando eu chegar  no meio da margem me fazer naufragar. Meus pensamentos, meu coração se despia quando eu só ouviu seu nome.  Você me magoou, me magoou demais. E eu quero que fiquei sabendo disso. Mas eu não lhe culpo, não posso jogar eu como uma fardo para cima de você. Uma pessoa que nunca, jamais, poderia me amar, e ao menos sentir minha essência.

Eu tive um sonho com você hoje, D. Eu estava preso dentro deste sonho, não conseguia acorda de jeito nenhum. Por  algum motivo eu não quis acorda, eu estava adorando.
Você estava deitado, e eu estava sobre seu corpo, em uma cama de lençóis branco, o seu travesseiro sempre ficava acima do meu, e você deslizava suavemente sua mão quente sobre minha pele morta e gelada.
E nós sorriamos um para o outro, como duas crianças inocente, sem saber como o mundo é cruel. Foi perfeito, D. Eu te tinha naquele momento. Só por aquele momento. Acordei com meu coração batendo, estava fora de si, me vestir rapidamente no meu quarto estrelado para ir a escola, porque eu queria te vê, mas você faltou. Você sempre me enche com água, como se eu fosse uma garrafa de Coca Cola vazia, só para poder me despeja no chão. Que desperdício.

Se um dia essa carta chega em suas mãos, por favor, saiba que eu te amei, eu te desejei muito, eu estava disposto enfrentar qualquer tipo de preconceito só para estar com você. Mas como eu disse no começo eu não lhe culpo. Eu só quero que saiba que você me machucou, me matou, e me fez de refém do seu amor que nunca vai ter sentido quando se trata de mim.
E agora eu estou aqui, sentado no escuro escrevendo essa carta, e agora nesse exato momento, estou dançando com meus demônios. Espero que um dia na solidão eu me preencha.

Do seu não amigo, não namorado, e não amado Charlie Young.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jun 18, 2017 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

As cartas não lidas de Charlie Young.Onde histórias criam vida. Descubra agora