Epilogo

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X

Regina

Eu já estava cansada de ficar enclausurada esperando a noite chegar, e hoje nem era um dia tão ensolarado, estava mais para nublado, talvez fosse bom sair um pouco e caminhar pela cidade.

- Senhora ? - Olhei para trás e era Henry, o enteado de minha empregada Ingrid.

- Sim Henry, aproposito já disse que o senhora não é necessário.

- Desculpe madame - Revirei os olhos, por mais que eu tentasse fazer com ele me tratasse de uma maneira mais informal nunca funcionava. - Vai a cidade ?

- O que já falei sobre ouvir os pensamentos alheios Henry?

- Desculpe madame.

- Vem cá - fiz sinal para que ele entrasse no quarto.

- Não conte a Ingrid que li seus pensamentos madame. - O garoto falou de forma bem assustada, estranhei aquilo, não era a primeira vez que ele se comportava assim. - Ela não gosta dessas coisas, e diz que só devo tratar a senhora, por madame, senhora ou senhorita.

- Henry, eu te dou a permissão de me chamar de Regina querido.

- É melhor não madame - Ele continuava com aquele tom assustado na voz, acariciei os cabelos dele, e estava preocupada com a forma que Ingrid devia tratar ele.

-O que Ingrid acha de seu dom meu querido ?

- Promete que será nosso segredo madame ? - Ele falou levantando seu dedo mindinho para que selassemos um acordo e eu achei uma graça, e então fiz o mesmo.

- Prometo.

- Ela não gosta, diz que sou uma aberração e que devo deixar isso de lado, as vezes me chama de monstro e me bate. - fiquei brava de imaginar Ingrid batendo em um menino como Henry, ele era pequeno, tinha apenas dez anos- As vezes ela me castiga - ele me mostrou seu braço todo marcado com queimaduras, aquilo me embrulhou o estomago.

- Henry você é um garotinho, muito especial, e as pessoas vão ter medo disso, ou até mesmo inveja e vão tentar machucar você, mas você não deve mudar ou esconder quem você é - Eu falando sobre não esconder quem se é na verdade parecia piada, logo eu que escondia quem eu era a muito anos, e inventei um irmão que não existia para fazer minhas obras de caridade.

- A senhora também se esconde não é?

- Como assim Henry.

- A senhora parece com uma moça de um livro que vi na biblioteca da senhora Bella.

- A é me conte mais dessa mulher - Me ajeitei em minha cama com ele em meu colo.

- O nome dela é Alice, ela tem os cabelos negros da cor da noite assim como os da madame, tem os olhos de um azul manso e profundo, assim dizia o livro - Dei risada da forma fofa que ele narrava - Alice usava roupas escuras, pretas, vermelhas ou vinho, e ela não saia muito durante o dia, o sol machucava a pele dele, e feria seus olhos. - O garoto era muito mais esperto do que muitas pessoas que conviveram anos comigo e nunca perceberam. - Ela gostava de sair de noite, ela sempre ia se alimentar de noite também, e quando não comia direito os olhos mudavam de cor, para preto, ou vermelho, como os da senhorita mudam quando fica muitos dias sem sair.

- O que Alice é ?

- Alice, ela é uma vampira guerreira - Ele se levantou e ficou em pé na minha cama e fez como se enpunhasse  uma espada - Ela tem mais de mil anos e luta como ninguém, e esta em busca de uma vida melhor para os vampiros - Ele contava fingindo lutar com o vento - Ela só quer que os humanos os aceitem - Ele disse ofegante e se sentou em minha frente - E eu acho que a senhora é uma vampira, mas uma vampira boazinha igual Alice do livro - Ele abriu a boca e apontou pros seus caninos - E esse dentes devem sair quando come. - Dei risada das caretas que ele fez tentando puxar suas presas, fomos interrompidos por Ingrid.

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