- Atrasada, atrasada! - Essas eram as palavras que atormentavam os pensamentos de Helena enquanto seu salto agulha batia frenético pelos corredores de seu apartamento. Acabara de se formar em jornalismo, e consquistou seu primeiro emprego meio-período em um emergente jornal local. Da janela semi-aberta centralizada em uma das paredes de seu quarto havia material de notícia quentinha: No meio da rua um homem nu completamente fora de si havia bloqueado a rua com pneus e entulho, trancando o trânsito e irritando um numero considerável de pessoas que almejavam chegar ao trabalho. Era um acontecimento tão fresquinho que nenhuma viatura sequer havia chego. Ao terminar de se arrumar arrancou o casaco preferido do cabideiro- Um casaco muito, muito caro e especial que comprara para aguentar o frio do inverno - e bateu a porta de entrada, trancando-a com uma rapidez jamais vista. Já na calçada evitou olhar para o doido, apertou o cachecol vinho em torno do pescoço e seguiu a pé por um pedaço considerável até o ponto de táxi da avenida principal. Chegando lá, um taxista velhinho com um bigode grisalho grosso estava lendo o jornal matinal. Helena o chamou, mas ele não ouviu. Parecia meio surdo.
- MOÇO! PRECISO DE UM TÁXI! - Ela gritou, e o velho pulou de susto, derrubando o jornalzinho no chão. Ele a observou de cima a baixo com uma cara assustada e indagou:
- Claro, mas tens dinheiro para pagar? - Um pouco indignada, Helena retrucou:
- Ué, é óbvio que sim! Aqui na minha bolsa, eu tenho.. - Tentou apalpar sua bolsa debaixo do braço, mas nada encontrou. Ajustou os óculos fundo de garrafa na ponta do nariz e procurou por ela mesma toda, mas nem sinal da bolsa. Foi então que um lembrança a atingiu em cheio, como um raio: Ela deixou a bolsa em cima da bancada da cozinha.
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Mini conto #1
Short StoryEra um dia frio. Gélido mesmo! A azarada recém-jornalista Helena se arrependia de ter esquecido a bolsa em casa. Sem dinheiro para transporte público, ela tenta chegar ao trabalho a tempo de escrever uma matéria bombástica, mas ela mal sabe as coisa...