Linha Tênue

Capítulo 2

- Quer ir almoçar?- A porta se abriu subitamente assustando Manu.

- Ai, André. Que susto!- Levou a mão até seu coração e ele deu um sorriso, lembrando de como aquela cena ocorria com bastante frequência.- Hoje não dá. Vou almoçar com o Armando.- Estalou os dedos.

- Tudo bem. E um jantar na minha casa?- Perguntou fechando a porta e se aproximando da mulher.- Precisamos conversar.

- André... A Lilian.

- Não vai acontecer nada demais, Manu. Preciso de explicações. Você foi embora sem mais nem menos, me impediu de ir atrás de você, me bloqueou em todos os meios de contato. Me deixou aqui sem nada. Fiquei sem chão.- Pôs a mão nos cabelos, agora, loiros  de Manuela.

- André...- Fechou os olhos.- Para...

- Por que, Manu? Hein?- Sussurrou próximo ao seu ouvido.- Você me deixou em um momento difícil.- Beijou sua bochecha.

- Eu tive meus motivos.- Falou em um sussurro longo.

- Então me conta.

- Não posso.

- Por favor...

- André.

Ele a beijou. Igual da primeira vez. Sem cerimônia alguma, repentinamente. Os dois encontraram seus passados se encarando. A sensação de deja vú os acompanhava constantemente nesse dia.

Me ví encarando Manu durante a reunião inteira. Sua pele demasiadamente branca, seus cabelos curtos e escuros, seu nariz fino, seus olhos marcantes e extremamente focados no gráfico exibido pelo datashow no auditório me deixavam louco. Sua boca vermelha e carnuda me despertava a curiosidade de saber qual seria o gosto dela, doce, talvez, quando se tratava de Manuela, tudo parecia ser perfeito e desconhecido, é difícil explicar.

Minha imaginação começou a me trair, quando ela mordeu a caneta. Apertei a mesa de vidro tentando controlar meus impulsos. O que era aquela mulher? Ela é sexy de um jeito tão... Sei lá, não tem explicação.

- Mas, Pedro.- Sua voz doce e delicada, mas firme ao mesmo tempo, fez meu corpo acordar.- A Vale vai cair, você tá acompanhando todos os escândalos? O último foi bem pesado, só não foi exposto na mídia ainda, é melhor avisar nossos investidores para eles venderem essas ações enquanto estão valorizadas, se não eles saem no prejuízo e nossa comissão vai lá pra baixo.

Sua inteligência me deixava mais viciado nela, eu precisava sentir a boca dela na minha, precisava descobrir se uma noite com ela seria melhor do que as minhas fantasias.

A reunião havia acabado e eu estava atrás de Manu. Fui até sua sala e fechei a porta.

- O que foi, André? Aconteceu alguma...- Não a deixei terminar a frase e a beijei intensamente.

Segurei sua cabeça de início para não deixá-la fugir de mim, mas quando ela começou a retribuir segurei apenas seu cabelo e a outra mão desci para sua cintura a apertando contra meu corpo mais ainda. Suas mãos foram para meu cabelo e meu pescoço enquanto nossas línguas se mexiam de forma urgente, como se aquele beijo fosse necessário para ambos.

Desci os beijos para seu pescoço, lambendo e chupando, em seguida abrindo alguns botões de sua blusa e vendo seu sutiã preto de renda. Voltei os beijos para sua boca, bagunçando seu cabelo com uma das mãos enquanto a outra apertava seu seio. Abri um espaço em sua mesa rapidamente com a mão e a sentei ali para facilitar meu trabalho.

Puxei seus cabelos para sua cabeça ir para trás e beijei seu pescoço, ela estava muito arrepiada, sem muita reação, apenas devolvendo minhas carícias.