Capítulo 3

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Luck

Estava todo suado, e consequentemente sujo, graças ao povo que treinou mais de uma hora e depois veio se esfregar em mim. Os bonitos acharam a maior graça isso, e eu lá, todo errado, e qual a consequência disso? Exatamente, tomar banho com uns 20 caras, super minha cara mesmo.

Juan e Dan me pegam e me levantam no ar: "Pronto, acabou a chance de correr daqui, só vai então", penso comigo mesmo. Infelizmente fui carregado até o vestiário, era bem constrangedor ver geral se despindo com tanta naturalidade, todos estavam de cueca box indo para os chuveiros. Todos os chuveiros tinham box para fechar, e eram separados por divisórias de paredes de concreto, cobertas de ladrilhos brancos.

Após todos irem para a área dos banheiros, comecei a me despir, estava mais tranquilo agora, não havia mais ninguém ali, os que não competiam pelo chuveiro, estavam aproveitando o banho. Retiro minha camiseta lentamente e sento em um dos bancos para esperar.

Após uns 10 minutos, alguns jogadores voltaram para os armários com suas respectivas toalhas amarradas na cintura. Me levanto um pouco corado e decido ir para a área onde ficavam os chuveiros. Ao entrar, estranho não haver mais fila: "Sério que já tomaram banho!?", penso levando a mão até a nuca.

Como não havia fila, decido ficar ali esperando, estava só de calça jeans, então não haveria problema se alguém saísse do box. Após alguns minutos um cara não muito alto sai do último box, e ao passar por mim diz:
- Está liberado.
Sorrio em resposta e confirmo com a cabeça. Retiro minha calça, agora ficando apenas com a cueca box, retiro meus sapatos e deixo no canto, logo depois, dobro a calça jeans deixando a mesma em cima dos meus sapatos: "Se tu sujar eu não vou te colocar na secadora pra secar depois de lavar", olho bravo para a calça enquanto falo comigo mesmo.

Dou um tapa fraco em minha testa: "Besta demais". Vou em direção ao último box, nenhum dos outros meninos havia saído de seus respectivos chuveiros: "piso frio, credo", ao passar pelo penúltimo box, a porta do mesmo é aberta rispidamente, mas cuidadosamente para não causar muito barulho. Sou puxado para dentro e tenho minha boca calada por uma mão e um sussurro em meu ouvido com uma voz conhecida.

- Calma sou eu, só fique quieto. Ao terminar de falar isso, sou largado e encaro quem havia feito isso.

Em questões de segundos fico extremamente vermelho, era Juan que havia me puxado para dentro do box, estava em estado de pânico, sentia quase adrenalina pura circulando pelo meu corpo, ver Juan apenas de cueca box branca e ainda molhada, era confuso e estranho o que aquilo estava produzindo em mim, ao mesmo tempo eu estava gostando.

Tendo dizer algo, mas era como se minha voz não estivesse mais comigo, não conseguia produzir um som se quer, estava ali, sem reação alguma. Juan apenas fez um sinal de silêncio e e assenti impotente.

Juan

Eu não sabia o por quê, nem entendia o que me fez fazer isso, simplesmente meu corpo fez a ação antes mesmo que eu pudesse pensar. Quando parei para pensar,  Luck já estava em meu box em estado de choque, meu coração batia muito forte, não sabia explicar o que estava sentindo, apenas pedi o silêncio de Luck.

Apesar de não saber o que estava realmente fazendo, e vendo Luck ficar cada vez mais vermelho, puxei ele para junto de mim embaixo do chuveiro, aquilo podia ser a coisa mais Homossexual que já tinha feito, se não a mais. Me abaixei um pouco para ficar em sua altura, e enchi de shampo seu cabelo, quando mais mexia, mais espuma fazia, e aos pouco Luck foi perdendo o estado extremo de vergonha.

Continuamos no banho sem falar nada, escutávamos toda hora os chuveiros desligando e o restante dos jogadores saindo, continuávamos e tomar banho como se fizéssemos isso todo dia. Me virei de costas tirando a cueca box, mesmo sabendo que Luck estava ali, continuei a me enxaguar e ao terminar, coloco uma das mãos tampando minha nudes, enquanto outra ia em direção a toalha pendurada em cima da porta do box.

Saí e dei uma última olhada em Luck, que já não sabia qual cor seu rosto iria aderir para explicar seu estado extremo de vergonha. Dei apenas um sorriso antes de fechar completamente a porta do box.

Fui em direção aos armários, minha cabeça estava a mil, não acreditava que tinha feito isso, não acreditava naquele turbilhão de emoções que aconteceram naquele box, não sabia como reagir a tudo isso.

Comecei a me vestir tentando esquecer o que havia acontecido, coloco uma camiseta preta de manga curta, uma cueca box preta e um calção folgado. Calcei meu chinelo e fiquei a espera de Luck. Não saberia explicar a ele o porque eu acabará cometendo tal ato, não iria mentir, ou tentar formular alguma resposta pobre como fazia com meus professores. Sentei no banco e fiquei esperando, batucando os dedos em cima do banco como forma desesperada de pensar em uma justificativa plausível.

O mais estranho de tudo, era como Luck aparentava ser, não era como eu, ou o restante dos meninos, ele tinha características físicas mais femininas, não sei explicar, ele era baixo como as garotas, com curvas em seu corpo, como se tivesse sido lapidado aos poucos... Não sei porquê estou dizendo isso, nem o quão estranho isso está sendo pra mim, mas ele me atraia, não pelo ser corpo, mas por sua personalidade: "Tá bom, o corpo tem sua percentagem de influência", penso comigo mesmo.

Não demorou muito e Luck estava parado na saída dos boxes me olhando, com um tom mais claro de vermelho em seu rosto.

-Ei, se quiser privacidade... Tento falar como se a 10 minutos atrás eu não tivesse puxado ele para dentro do meu box e tomado banho junto com ele.

Vejo ele começar a aderir um tom mais avermelhado em seu rosto. Não sei se era minha presença, ou se era eu estar encarando ele como se ele já não tivesse motivos pra ficar tímido.

Me levantei do banco, e fui em direção da saída. Fiquei esperando ele sair do vestiário encostado na parede ao lado da porta. Ao sair vejo Luck aderir um tom avermelhado em suas bochechas, pego seu braço e o puxo para um abraço.

-Não tem porque sentir vergonha, não ocorreu nada demais, e se quiser fica so entre nós. Olho para baixo e vejo um rosto menos avermelhado e tendo feições mais calmas. Parecia que ele queria esse abraço a muito tempo.

Após alguns minutos bem aproveitados, saímos para o estacionamento onde entramos em meu carro e fomos para sua casa.

Ao chegarmos em sua casa, Luck desce me dando um tchau um pouco envergonhada e virando em seguida para entrar em sua casa. Acompanho ele com os olhos enquanto me perco na levesa em que ele caminhava, só me tocando que havia perdido a noção quando escuto uma buzina do carro de trás, me recomponho e me dirijo para cara.

Luck

Chego em casa com uma sensação de êxtase percorrendo cada centímetro do meu corpo, era difícil descrever o quão bom tinha sido aqueles 10 minutos tomando banho, que mais pareceram horas. As imagens do Juan vinham e inham da minha cabeça como flashbacks.

Me deito na minha cama com a cabeça a mil, não sabia com que cara chegaria para falar com Juan, ele era para me instruir na escola, me ajudar no início, mas depois de hoje não sei dizer o que vai acontecer...

×××

Luck acabou dormindo nesse mar de pensamentos, seu corpo cansado e sua mente exausta deixaram o sono ir tomando conta do jovem que acabou cedendo sem perceber.

Sua mãe, ao chamar para o jantar, viu que seu filho estava dormindo quietinho e calmamente, queria ela saber o que havia acontecido para tal cansaço dominar ele.

Stay With MeOnde histórias criam vida. Descubra agora