Capítulo 5 |

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Passei o dia todo com Benício, ele foi super legal comigo,me mostrou a faculdade,assistimos duas aulas juntos e depois fomos para um barzinho próximo ao campus,conversamos bastante e confesso que gostei.
Ele ainda comprou uma pipoca para mim.Lindo e gentil.
Eu sorrio lembrando disso.
Tomo um banho e sinto a água morna escorrer pelo meu corpo,saio do chuveiro e me enrolo na toalha. Meu banheiro é tão pequeno que mal posso me mover.
Tropeço no tapete e bato com minha cabeça na pia.
Merda!
Me levanto,minha cabeça doi,sinto meu rosto úmido. Olho no espelho e vejo sangue escorrendo.
Merda,mil vezes merda!
Procuro alguma coisa para por no supercílio, mas não acho.Visto minha calcinha e saio do quarto enrolada na toalha.
Não tem ninguém na sala,nem na cozinha,vou até o jardim.
Vicente está sentado lendo.Ele me olha surpreso.
- Por que está assim?- pergunta sem me olhar direito.
Eu me aproximo.
-Eu cai,bati com o rosto na pia e abri meu supercílio.
Tiro a mão para que ele veja o sangue.
-É,que merda.-diz com indiferença.
Que babaca esse menino! Que raiva!
Me viro para voltar para meu quarto.
-Espera,Ana.- Vicente diz.-Eu te ajudo.
Ele se levanta e vem até mim.
Eu o olho confusa.
-Obrigada,está doendo muito,mas só preciso de alguma coisa para fazer um curativo e um analgésico.-digo séria.
Ele sorri.
-Eu não sou farmácia.-debocha.
Eu semicerro meus olhos e o empurrou.
-Quer saber?Esquece,não quero sua ajuda.-digo irritada.
Ele vem atrás de mim.
-Desculpa,foi mais forte que eu.Eu vou te ajudar.
Eu vou para meu quarto enquanto ele pega algumas coisas no quarto dele.
Fico sentada na cama esperando.
Ouço ele bater na porta.
-Pode entrar.-digo.
Ele entra hesitante e vem até mim,pega um algodão e joga soro nele.
-Eu vou limpar esse sangue primeiro.-diz.
Eu apenas o encaro,ele está tão concentrado.
Vicente pega uma gaze e coloca em cima do machucado.
-Ai,está doendo.-reclamo.
Ele se ajeita equilibrando o peso do corpo com os pés.
-Desculpe.
Coloca um esparadrapo para prender a gaze.
-Pronto,o curativo está feito.-diz por fim.
Eu continuo olhando-o fixamente,Vicente é tão bonito e está sendo tão gentil me ajudando.
Ele me dá um comprimido.
-Acho que vai te ajudar com uma possível dor de cabeça.-diz quase sorrindo.
Nos encaramos,com olhares bem fixos.Ele recolhe as coisas e vai em direção a porta.
-Obrigada,foi muito legal da sua parte.-digo.
Ele me olha e sorri.
-Ah,se vista por favor,não é bom ficar andando de toalha por uma república.-ele diz.
Eu olho para a toalha.
-Não estou só de toalha,estou de calcinha por baixo.-provoco.
Ele enrubesce,mas mantém a postura.
-Tanto faz,dá no mesmo.
-É...boa noite,Vicente.
Ele me olha novamente.
-Boa noite,Ana.
Ele sai do meu quarto fechando a porta.
Sinto meu coração acelerado.O cheiro dele está no ar ainda.

Quarto 2Onde histórias criam vida. Descubra agora