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           Meu pai andava de um lado para o outro checando se não tinha esquecido de colocar nada na sua mala. Estamos indo passar férias no Hawaii, vamos passar 4 horas no avião. Ver meu pai andando de um lado pro outro já estava começando a me irritar.

-Pai – ele me olhou do banheiro – será que podemos ir ou vamos perder o voo, o que você ainda está procurando?

-A caixinha de conchas da sua mãe. – um sentimento estranho me bateu de repente.

Minha mãe morreu a 18 anos atrás quando eu nasci, e a única coisa que temos dela e uma caixinha feita de várias conxinhas, nunca soube o que tinha dentro dela, meu pai nunca ousou abri lá e sempre a esconde de mim. Nunca vi o rosto dela, não temos fotos, foram todas perdidas no furacão de 2005 quando eu tinha 6 anos de idade.

- Para que se não vai abri lá mesmo – encaro meu pai que está com metade do rosto escondido atrás da porta branca do guarda roupas.

-Você vai entender um dia meu amor – ele veio na minha direção e deu um beijo na minha testa. – vá acordar seu irmão por favor, estou pronto em um minuto, prometo.

- Tudo bem. – as vezes penso que a falta de mulher deixo meu pai com um parafuso a menos na cabeça – Joe! Anda acorda ou vamos perder o voo - bato na porta. Ele não responde então resolvo entrar, o quarto e um completo desastre tem roupas por todos lugares possíveis. Puxo os cobertores dele – Vamos Joe.

- Caralho Lígia, da pra sair do meu quarto, quem você pensa que pra entrar assim – Ele grita com raiva

- Você precisa se arrumar se não vamos perder o voo Joe.

- Não e porque você e mais velha que manda em mim. Sai! – ele me da um leve empurrão, o bastante para me colocar pra fora e bate com a porta na minha cara.

Gostava mas de quando erramos amigos e ele não gritava comigo por entrar no seu quarto ou me pedia concelhos sobre meninas. Sento na janela do meu quarto e fico olhando os carros passando apressados para chegar em casa antes do sol se pôr, enquanto as crianças aproveitam suas férias para brincarem na rua até a noite, como eu fazia com o meu irmão quando erramos mas novos, mas agora e como se nossa boa relação fosse se perdendo enquanto ficamos mais velhos.

- Lígia – Joe bate na porta – posso entra?

- Não. – Mas ele entra mesmo assim como sempre faz. – quem você pensa que e para entrar assim? – falo em tom de sarcasmo.

- Me desculpe por aquilo, eu realmente não sei o que está dando em mim.

- Tudo bem. Me desculpe por entra sem a sua permissão, acho que estou empolgada para a viagem.

- Eu também, imagina só as gatas havaianas. – ele inclina a cabeça como se tivesse imaginado.

- Meu Deus me poupe por favor – dou um soco no peito dele. – vou procurar o papai, leva minha mala? Obrigada.

- Para de se aproveitar de mim – eu dei uma risada enquanto saia do quarto.

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⏰ Last updated: Sep 17, 2017 ⏰

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