Após um bom tempo Célio é atendido pelo dr. Meneguelli o responsável por dar o laudo de morte ao município, com ele terá as respostas sobre seu pai.
O médico lhe cumprimenta. Ele é baixo, não que Célio seja alguém alto e seu óculos de armação fina e dourada chamam a atenção dele.
- ... Não sei se isso vai te ajudar mesmo. - o médico diz sério.
- Mas é você que da os laudos das mortes! - Célio se irrita.
- Sim, eu assinei como sempre faço. Mas com seu pai não ouve pericia,eu somente assinei. O corpo dele já veio periciado e lacrado.
Célio o encara atônito.
- C-como... como sabia que era o meu pai?! - Que grande merda é tudo isso!
O medico respira fundo. - Seu pai teve um ataque cardíaca que por ele sofrer com os vestígios da doença Pulmor não resistiu e veio a óbito. O dr. Hollof lacrou o caixão por cisma. Essa doença recém descoberta alarmou essa cidade e concordei em não coloca-la no laudo.
- Ela já tem tratamento. E isso não é motivo para lacração total. - sabe quando alguém quer enrola-lo. Célio é um enrolão nato.
- Bom, o pessoal do Hospital psiquiátrico sempre teve boa influencia, um pedido desse não é tão grave, pode parecer meio excêntrico mas cabível, não vi mal nesse caso. Converse com o diretor Herbert, ele pode ser uma pessoa fechada mas vai te dar melhor essas respostas.
1% já é grande coisa como dizia seu editor.
A estrada de terra esta meia eslamaçada devido ao clima. Os pinheiros dão um belo ar clássico ao local, ao ver a entrada do Hospital Psiquiátrico Asilo Baoz parece que o local ainda vive no século passado, tudo isso daria um belo cenário de filme Noir.
Ele para em frente a guarita do lado esquerdo o segurança colhe seus dados, e após ter uma confirmação ele libera a guarita e o grande portão de ferro já desgastado pelo tempo se abre mostrando que realmente o lugar cheira ao século passado. Achou que nunca mais pisaria ali.
Há uma fonte no centro da rua onde dois querubins com suas trombetas tem uma figura macabra. Sempre imaginava os dois observando eles como se fossem fazer algo macabro.
A mansão da familia Baoz há séculos se tornou um asilo tratando dos doentes locais. Era um homem inteiramente voltado a seu trabalho - Coitado de sua familia sendo obrigada a conviver com malucos.
O estacionamento fica no lado direito da mansão e ao subir os degraus se vê admirando a arquitetura e a porta que uma vez era talhada. Como não reparou nela antes. A sala parece não ter mudado em nada. Os sofás de espera ao centro, o balcão de recepção foi substituído por uma guarita. Tudo indica que as visitas não são frequentes.
O "hospital que consertaria seu pai."- ele dizia alegre quando criança. Acreditava que quando fosse visita-lo ele estaria melhor a cada vez, mas como tudo na sua vida não foi como queria. Ele parecia piorar cada vez mais, até que quando tinha uns 14 anos e forçado por seu tio Henrique que achava benéfico ele visita-lo - Coitado, talvez fosse o mais inocente da familia mesmo.
Aquilo era uma tortura para ele,e como não seria para um garoto ver seu pai numa camisa de força. Não bastasse beijar sua mãe no caixão e agora isso. Como ele poderia ser alguem normal hoje em dia mesmo?
Ele olha a entrada pra ala de visitas. Ela esta mais gradeada. A segurança ali parece mais rígida do que deveria ser.
De trás daquela porta de grades ele vira seu pai pela ultima vez, ele estava normal sentado fitando o nada e respondendo as perguntas de maneira inquietante até que BOOOM! ele explodiu num surto inaudível e teve de ser contido pelos enfermeiros. Desde esse dia ele nunca mais visita-ra seu pai. Procurou esquecer dele.
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Asilo Baoz
HorrorCélio é um escritor em decadência que volta para a cidade natal pro enterro de seu pai. Isso lhe traz más lembranças e o caixão lacrado é o estopim pra ele embarcar numa aventura macabra dentro do Asilo que seu país esteve.