ú n i c o

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O seu açúcar apodrece meus dentes,
Sua amargura apodrece meu coração

Nosso amor não tem mais sentido,
Perdeu a razão, a emoção

Você não faz mais efeito em mim
Seu açúcar entope minhas artérias

A sua tragédia agridoce
Acabou com misérias

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9 meses atrás

— Você quer ir ao cinema comigo Marta?— Ele me perguntou mostrando todos os seus dentes em um largo sorriso.

Não consegui falar, não consegui respirar, não consegui me mexer, minhas pernas cambalearam.

Senti um frio estranho na barriga ao balançar a cabeça confirmando.

***

No cinema local, eu esperei ele por exatos 6 minutos, sete da noite ele apareceu.

Cobriu meus olhos com uma mão e consegui sentir o cheiro doce de seu perfume se misturando aos aromas do sabonete.

— Paulo.— Não havia dúvidas de que era ele, não perguntei, afirmei.

Me virei lentamente, observando sua gola polo e seu jeans, meu vestido, comparado com seus trajes era muito sofisticado -ou talvez digno de uma menina de 5 anos-, mas ele não pareceu se importar com minha saia rodada e meu gloss cor-de-rosa.

Ele pediu duas entradas para algum filme do qual não me recordo o nome, era uma comédia romântica, disso eu lembro.

Típico dele, ele parecia ter saído de uma tela de cinema, era perfeito. Seus cabelos loiros davam constraste aos meus escuros, seus olhos também tem tons claros, se misturam com azul e verde.

Foi em uma das cenas, aquelas engraçadas, que meus lábios encontram os doces que sua boca tinha.

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Aquele garoto encantador, tinha saído de um filme.

Ele transformou meu coração em um doce e meus sonhos em chocolates, com todas aquela palavras melosas que ele sussurava com sua voz rouca em meu ouvido.

Eu conheci meu príncipe após um pote de pipoca doce, ele parecia com elas. O sabor era especial, se misturava com o salgado e dava um toque a mais, porém aquilo acabou.

Ele segurou meu rosto como segurou meu coração. Deixei que ele me levasse para o mundo das sobremesas de seus beijos.

Não demorou muito para que tudo aquilo virasse um relacionamento, saíamos para tomar sorvete em dias quentes de verão, eu sempre pedia de limão e ele de chocolate. Acho que combinavamos bem, mas você pegou um pouco da minha amargura, ou eu peguei um pouco de sua doçura e acabou ficando insuficiente, talvez tenha sido um pouco dos dois.

Você sempre foi gentil, mas aos poucos mostrava a verdade. Seu temperamento mudava, você era agridoce.

É uma pena que começos doces tenham finais amargos.

Você escapava aos poucos das minhas mãos, assim como o açúcar derrete lentamente no café.

Eu aguentei por muito tempo.

Aguentei as brigas, as provocações e desculpas, os gritos, você.

Estou cansada de sua agridoce tragédia, quando você está sentado na minha frente e finge que eu não existo.

Não tem graça quando eu fico sozinha, mesmo quando você está por perto isso é tudo que sinto.

Solidão, um enorme vazio que preenche meu peito aos poucos e domina cada centímetro meu.

Você fala amargo comigo a noite, finge que não nos conhecemos, me fala resposta grossas e tem uma voz vaga.

Seu amor não passou de uma paixonite.

Ele acabou em pouco tempo, mas não admitimos.

Um beijo que devia ser doce, mas parecia como morder uma toranja.

Você parecia chiclete velho, eu ia logo te jogar fora e escovar os dentes. Você não era mais doce, não tinha mais sabor.

Chega dessa amargura misturada com doces, chega de coisas agridoces. Seu açúcar apodrece meus dentes, entope minhas artérias, sua merda agridoce é uma tragédia.

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EU AMO MUITO BITTERSWEET TRAGEDY.

EU AMO A MELZINHA.

EU AMEI ESCREVER ESSE CONTO.

Eu escrevia contos, mas parei, só pra relembrar os velhos tempos.

Projeto Cry Baby, não participei pois Bittersweet Tragedy é do EP Dollhouse. ProjetoCrybaby

Se deliciem com um pouco do meu novo livro: Aos desejos impossíveis.

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Bittersweet TragedyOnde histórias criam vida. Descubra agora