Capítulo 1

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Lá fora parece estar frio, o céu parece estar nublado e as árvores não param, uma tempestade vem por aí. A fome bate e é hora de virar lobo.

Malia

- Não irei demorar mãe, prometo. -Falo pegando meu capuz em cima da mesa.

-Malia, vem vindo uma tempestade por aí, é melhor você esperar até amanhã. - Minha mãe fala fechando a porta.

-Não posso esperar, a sopa precisa estar pronta já pela manhã. Eu irei rápido, mãe prometo! - Falo abraçando-a.

-Tudo bem, mas se você não voltar antes da chuva eu ficarei preocupada.-Fala abrindo a porta.
-E fica longe da parte escura!

-Claro. -Falo saindo.

O céu está nublado e tem algumas árvores balançando, talvez não dê tempo de voltar para casa antes da chuva, mas eu preciso ir.

Estou indo até a feira para comprar algumas verduras e frutas, tudo para amanhã, minha vó virá nos visitar e eu queria agrada-la.

Voltando da feira eu encontro o sobrinho de Shelbyan. Shelbyan é o prefeito daqui, ele é um homem muito humilde e sábio, sempre que pode nos ajuda. O seu sobrinho Luíz não é muito diferente dele.

-Precisa de ajuda? -Luíz me pergunta tentando pegar a cesta da minha mão.

-Não, obrigada. -Falo chegando um pouco para trás.

-Eu insisto. -Ele pega a cesta da minha mão. - Posso te acompanhar até em casa, vamos. -Ele fala bem confiante e sem me perguntar se queria a companhia dele.

Seguimos o caminho calados, pois eu não tinha o que conversar com ele, mas ele parecia querer falar algo, sempre me olhava e ameaçava falar alguma coisa, mas voltava a olhar pra frente.

Quando íamos chegando a minha casa, Luíz acabou encontrando com seu tio, que fez um sinal pra ele como se quisesse conversar algo sério. -Você me dá um segundo?- perguntou ele me olhando nos olhos, que olhos lindos. -Claro. - eu respondi. Eles sussurram algo que eu não consigo nem imaginar o que seria , quando Luíz volta, me entrega a cesta. -Me desculpe, sei que disse que a acompanharia até em casa, mas surgiu um imprevisto. Tudo bem se deixá-la por aqui?- Não teria problema algum.- eu respondi e acenei com a cabeça.

Quando ele se virou, pôs a mão no bolso e me deu o que parecia ser uma carta, ele sorriu e foi com o seu tio.

Eu os vi se afastarem de mim e então abri o envelope e tirei uma carta de dentro, mas um vento bem forte passou por alí e acabou levando a carta pra longe antes que eu pudesse abri-la, eu estava tão curiosa que segui a carta correndo por aí, sem me dar conta que estava me distânciando cada vez mais da aldeia. Quando finalmente a carta ficou presa num galho de árvore, e então eu olhei em volta e percebi que já estava bem longe de casa, o vento estava soprando muito forte, as folhas faziam barulho e estava bem escuro, então eu me dei conta que começaria a chover logo e eu estava na parte proibida da floresta. Aquele lado da floresta era tão sombrio e misterioso que o prefeito tinha nos proibido de chegar até alí. Cada vez ventava mais forte, a carta caiu no chão atrás de uma pedra e eu fui correndo buscar, mas não abri, tava começando a ficar assustada naquele lugar, tinha uns barulhos esquisitos e eu tinha a sensação que estava sendo observada, logo a chuva começou a cair bem grossa o que me fez correr sem nem saber pra onde estava indo, eu tinha a sensação que tinha alguém correndo comigo, mas eu não vi ninguém quando olhava para os lados, até eu tropeçar e bater com a cabeça em algo duro, tudo fica embaçado e eu só consigo enxergar o que parecem ser patas, mas o- quê? Tá tudo girando, o que tá acontecendo? Minhas pálpebras, estão tão cans...

The Bad Wolf (Atualizando)Onde histórias criam vida. Descubra agora