3.Meu primeiro amor

10 1 0
                                    


Digo que é amor platônico, por ser um amor que não deu certo e nem iria dar.

Amor platônico também pode ser um amor impossível, difícil ou que não é correspondido. Muitas vezes uma pessoa tem um amor platônico e nunca tenta sair dessa fase porque tem medo de se machucar ou medo de verificar que as suas fantasias e expectativas não correspondem à realidade.

Eu deixei que virasse esse amor, talvez eu nunca amei ninguém e era só uma atracação,  ele que desistiu de mim, por eu ter sido tão difícil, esse poema me mostrou o quanto a gente deixou que virasse esse amor. Cada um com seus pensamentos e ninguém com suas atitudes.

Eu sou apenas alguém ou até mesmo ninguém talvez alguém invisível que a admira a distância sem a menor esperança de um dia tornar-me visível e você? Você é o motivo do meu amanhecer é a minha angustia ao anoitecer você é o brinquedo caro e eu a criança pobre o menino solitário que quer ter o que não pode dono de um amor sublime, mas culpado por querê-la como quem a olha na vitrine, mas jamais te poderá-la eu sei de todas as suas tristezas e alegrias, mas você nada sabes nem da minha fraqueza nem da minha covardia nem sequer que eu existo é como um filme banal entre o figurante e a atriz principal meu papel era irrelevante para contracenar no final.

No início eu fingia que ele não existia, que o que tínhamos não existia, pois não estava preparada por aquilo que ele queria.

Mas até meus pais sabiam que havia uma química entre nós.

E esse poema reflete o lado dos dois. Eu e ele.

Tudo começou, em um dia em que minha prima estava passando o dia em casa, vi que alguém estava se mudando há dias, só via o caminhão trazendo as coisas, antes na casa onde ele mora, morava uma amiga que se foi e foi muito triste ela ter partido, então quando vi entrando na casa, fiquei revoltada que não era minha amiga e sim mais um menino pra me perturbar, queria distância e nem sabia o que viria.

Minha prima já chegou me dizendo.

-Olha prima, chegou um garoto novo, vamos falar com ele e fazer amizade, sei o quanto é difícil chegar e não conhecer ninguém. - como sempre mimha prima sempre tentando fazer eu me jogar em algum menino, mas eu não sou o tipo de pessoa que ela é.

-A não Gih ,quero falar com esse garoto não ,olha como ele olha pra nós,se quiser vai você chamar ele.

-Ta bom ,vou chamar pra conversar.

Não sei o que minha prima disse, mas foi o suficiente para eles chegarem até mim.

Apresentei-me e ele também, seu nome era Igor, um ano mais velho que eu. Novo na rua, claro, como se eu não soubesse.

Resolvemos brincar de pega-pega, não queria, não gostava de correr, mais fui, para não ser a chata como sempre. Então o menino dos olhos verdes, meu novo vizinho da frente, me pegou e meio que me abraçou, colocou meu cabelo de lado e disse no meu ouvido.

-Você é muito linda.

Pronto fiquei estática, paralisada, uma estátua, com sensações estranhas, e com medo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Pronto fiquei estática, paralisada, uma estátua, com sensações estranhas, e com medo. Ele saiu correndo, olhei pra minha prima e ela nem viu o que aconteceu ou fingiu que não viu, eu tinha que pegar alguém, mas eu não queria mais continuar a brincar.

-Prima quero mais brincar não estou com dor e sede.

Assim eu fugi, fiquei com medo de ele encostar de novo em mim e perder o meu coração, conseguia nem andar de tanto que tremia. Fomos todos tomar água, comer e remarcamos de se encontrar de novo depois.

Depois de algumas horas fomos nos encontrar novamente. Começamos a contar piadas, parecia que ele não tinha vergonha, já eu mal conversava, pois ele me deixava sem graça e com vergonha, já estava com ciúmes da amizade dele com minha prima e aqueles olhos que não paravam de me olhar, me sentia um cachorrinho pronto pra ser adotada.

Eu só ficava olhando aqueles olhos, como eram verdes e bonitos, que nem prestei atenção na piada deles, só ria quando minha prima ria, ele percebeu isso e só escutei minha prima.

-Vai sua vez de contar uma piada. -minha prima disse.

-A não gente não sei nem uma piada. -eu disse

-Mentira deve ter sim, mas talvez não lembre-ele diz

Aquele olhar me matava, aquele sorriso então, não estava entendendo nada, estou louca. É isso estou louca.

-Vai prima conta é sua vez

- Mas eu não sei como vou contar.

-Deixa, eu conto uma de novo-ele disse dando um sorriso incrível. Como não pirar?Olhos e sorrisos, sempre me conquistaram.

E quando ele disse isso e sorriu pra mim já pensei algo me diz que essa história ainda vai ser longa.

Então ele contou mais uma piada, sem graça por sinal e o resultado dela ,era que eu tinha entendido que era o pipi dele,não vou lembrar da piada,mas só sei que fiquei vermelha e sem graça e ele queria saber o motivo,mas eu inocente não iria dizer o que tinha entendido, ele era um menino.

Então eu não disse e deu a hora de entrarmos pra casa, mas minha prima teve uma ideia genial de fazer uma carta explicando o motivo da minha vergonha, para eu não falar, mas ele saber, porque ele queria saber e eu disse que iria contar depois, eu falei e ela escreveu.

Minha prima deu a carta pra mim e disse entrega pra ele, eu disse que se ela não fosse eu não iria.

Ela estava indo embora, estávamos no portão da minha casa, eu com a carta na mão, nossos pais conversando, minha prima olhou para o outro lado da rua, olhei e pensei caramba que sorte que tenho, fiquei com medo de entregar, os pais dele está do lado dele, meus pais do meu, iriam achar outra coisa. Mas minha prima não.

- Vai la Manu,entrega pra ele,essa é a chance

-Estou com vergonha

- Vou junto com você, mas você entrega.

-Tá bom

E fomos correndo, olhamos para os nossos pais para ver se estava tudo certo, atravessamos a rua e eu cheguei nele e só disse,

-preciso te entregar uma coisa, não é nada de mais, vai entender quando ler. - Só o vi balançando a cabeça e dizendo nada, coitado deve achar que é uma história de amor.

Entreguei e sai correndo de novo para onde estávamos e percebi que minha prima nem ficou muito comigo, nem chegou tão perto de mim, ela ficou na rua me olhando de longe, grande prima.

Minha mãe, claro que viu e perguntou se era nosso amigo novo e dissemos que sim, mas eu só conseguia prestar atenção nos pais dele, do outro lado da rua, olhando estranho pra mim,pois eles escutaram tudo.Que vergonha ,mas éramos apenas criança ,se aventurando um pouco.A mãe dele devia achar que eu era atirada "meu filho nem chegou e já tem essas meninas''.

Até hoje fico pensando se ele jogou a carta fora, se ainda tem e o que tinha nela, deu vontade de fazer muitas outras, mas fiquei com medo da mãe dele.

Arrependi-me literalmente de ter mandado a carta, não foi uma simples carta, quando encostei-me a sua mão e vi que estava apaixonada em apenas um dia.

Foi a pior e melhor loucura que já fiz em minha vida.

Recomeçar.Onde histórias criam vida. Descubra agora