Laços

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         A lua cheia brilha no céu estrelado sem nuvens, a claridade dos seus raios ilumina por entre a copa e tronco das arvores uma figura suspeita utilizando um manto negro como ébano corre por entre as arvores. A figura para atrás de um enorme tronco.
— Pelos poderes da grande mãe da noite eu invoco sua magia. Duplicem speciem corporis. — Sussurrou o estranho furtivo juntando as mãos próximas da boca e soprando o vento saindo como uma leve brisa que foi se transformando em um redemoinho que aos poucos assumia a forma corpórea humanoide até virar um reflexo de seu invocador. A réplica olha para seu criador e sai correndo pela estrada sumindo na noite.
O invocador apenas observa oculto nas sombras e aguarda em pouco tempo seus perseguidores aparecem.
— Por aqui senhor, ele veio por aqui. — Grita o rastreador.
— Dez peças de prata para quem me trouxer esse maldito ladrão vivo. — Gritou Oldric – Quebra Crânio o Meio - troll líder da Guilda dos Mercenários da cidade de Veloria. Montado em seu cavalo de guerra, Oldric faz sinal e todos seguem o rastreador e um grupo de dez mercenários a cavalo partem para a direção indicada.
O andarilho apenas observa das sombras o grupo se afastando e somente após eles sumirem da vista ele sai do seu esconderijo e corre em direção contraria, passando por um pequeno riacho para esconder seu rastro, seguindo a direção da nascente do rio. Após meia hora de corrida o andarilho para e senta sobre uma pedra na beira do rio o andarilho retira o capuz da cabeça revelando ser uma linda jovem com feições angelicais que contrasta com a máscara rubra que cobre o olho e esconde parte da sua face direita. Ela retirar do pulso esquerdo um cordão de couro e passa as mãos nos seus longos cabelos prateados prendendo com a tira fazendo um rabo de cavalo. Após isso ela abaixa a cabeça no rio para beber agua mais antes de seus lábios encostarem nas aguas límpidas do riacho algo a agarra pelo braço e a arremessa longe com extrema facilidade seu corpo voa até bater contra uma enorme pedra.
— Aaaargh! — Grita a jovem quando seu corpo e a nuca batem com toda força na pedra. Ela tenta ficar de pé mais o impacto foi forte demais sua visão está turva.
"Eu não posso desmaiar, eu não posso desmaiar..."
Mas antes que pudesse terminar o pensamento seu corpo e arremessado novamente. Dessa vez ela é jogada dentro do rio. A água gelada ajudou a recobrar os sentidos mais todo seu corpo doe, ela se levanta com um pouco de dificuldade e antes que pudesse identificar seu agressor ela é agarrada pelo pescoço e arremessada novamente na margem do Rio, caindo com o lado esquerdo do corpo, batendo com toda força com o ombro em uma pedra. A força do arremesso foi grande suficiente para deslocar seu ombro.
— Eu vou matar você! — Diz a jovem que mal consegue ficar em pé, com seu braço esquerdo deslocado. Com a mão direita ela procura o gladio que está preso em sua cintura, mais ela apenas identifica a bainha vazia.
"Pelos noves círculos infernais, minha arma deve ter caído, quando fui arremessada. O que eu faço agora? "
— Calma Garnot! Precisamos leva-la viva para o mestre. — Diz alguém de cima de uma arvore próxima a eles.
— Eu sou Brum, também conhecido como Morte Lenta. — Diz o mercenário descendo da arvore e apontando para ela uma besta de mão.
A jovem ladra observa.
"Estou na mira do Morte lenta a uma distância de aproximadamente cinco metros dificilmente conseguirei me desviar, e a dor no corpo só não é maior que a dor do meu ombro, também não terei tempo de recitar nenhum feitiço. Esse maldito Bugbear, além de forte ele é muito rápido. Como ele está usando armadura e carrega uma enorme maça lutar seria suicídio e fugir por enquanto não é uma opção. "
— Fique quietinha se não quiser ser acertada por esses dados envenenados. Garnot prenda ela. Garnot é um humanoide da raça dos Bugbear. Em nosso mundo seria confundindo facilmente com um pé grande. Garnot se aproxima da jovem ladra e a pega pelo pescoço com suas enormes garras arrastando-a para onde está Brum. A jovem que não oferece resistência. Ela apenas observa e espera a oportunidade de escapar.
Garnot a empurra com forçar contra a arvore prendendo-a de frente para o tronco, com os braços amarrados em torno da arvore.
— Arghhhhh! — Grita a ladra quando Garnot puxa a corda amarrada ao seu braço esquerdo.
— Desculpe meu amigo, ele ainda não aprendeu a tratar bem uma dama.  — Diz Brum passando a mão no rosto da jovem, que apenas olha com ódio nos olhos.
— Qual é o seu nome?
— Vai para o inferno. — Diz a Jovem e cospe no rosto de Brum.
Garnot desfere um soco no ombro deslocado da jovem, que urra de dor e cai de joelho chorando a dor é insuportável.
— Calma meu amigo, eu adoro ratinhas corajosas. — Fala Brum limpando o rosto.
— Vamos tentar mais uma vez. Qual é o seu nome? — Pergunta Brum a prisioneira apenas olha com raiva seus olhos ainda estão cheios de lágrimas de dor e ódio, Garnot levanta o punho para acerta-la novamente.
— Raposa prateada. Eu sou a Raposa Prateada. — Com a resposta Brum faz sinal para Garnot não bater novamente.

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