O orfanato

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Capítulo 1

Elena estava no seu quarto quando de repente ouve um estrondo na casa: sua mãe chegara. Quase arrombando a porta de entrada, Susan entra e já começa a discutir com a filha:

-Eu não estou vendo essa casa limpa por que? Será que só tem eu dentro dessa casa?Elenaaaaaaa!!!!! Ai mais essa menina!
-Já vou mamãe!-respondeu ela.
-O que eu te falei antes de sair?
-Eu sei mamãe, me desculpe mas é que eu tive muita lição de casa.
-Eu não quero saber! Te avisei e agora não tem desculpas. Vá já pro seu quarto, agora!! - Elena virou as costas para a mãe, foi correndo e chorando pela casa, assustada.

   Por algum motivo Susan era muito dura com sua filha, afinal a menina só tem cinco anos e já tomou o papel de dona de casa que, porque trabalhava muito, sua mãe não conseguia exercer. Desde este dia, não houve mais nenhum estrondo na porta porque Elena ficara tão assustada que de algum jeito, seu medo nunca a deixou esquecer o quanto sua mãe ficara aborrecida. Já não costumava receber muito carinho de Susan, que por sua ocupação nunca estava muito presente no dia a dia dela. Assim, quem cuidava dela era ela mesma. E quando eu digo ela mesma , quero dizer que sozinha em tudo o que fazia. Desde se arrumar à preparar sua própria comida. Não tinha amigas, não ia do portão para fora na maioria dos dias. Na escola, da sua turma ela era a única que andava sozinha. Ela tinha um certo medo dos estranhos. Desde que seu pai a abandonara com sua mãe, ela passou a desconfiar de tudo e de todos.
     Todos os dias, sua mãe chegava em casa e ia direto pra cama. Muito pouco dava atenção à ela. E assim as duas foram levando os dias. Todas as noites Elena chorava por saudade de seu pai. Faz muito tempo que ele sumiu deixando-a com Susan. Ela sentia falta da família que eles formavam, pra ela a vida era perfeita mas derepente as coisas foram mudando sem ela perceber, afinal ela é uma criança e não poderia compreender o porque dessa raiva que um passou a ter do outro. [...]

  Alguns anos se passaram e ela ia crescendo sem a atenção de sua mãe e com raiva de seu pai. Sem amigos, a não ser seu diário, o qual tratava como se fosse uma pessoa. Já fizera dez anos e era uma menina arrogante com todos, isolada. Tinha a ideia de que não tinha uma família mas apesar de se sentir sozinha, fazia de conta que não se importava. Tudo para ela era motivo de desconfiança, não se sentia segura com ninguém e pensava que todas as pessoas eram falsas. Estava começando a desconfiar do amor é desacreditado nele porque ela nunca o viu ou sentiu. Susan já havia morrido quando Elena fez oito anos em um acidente de carro muito misterioso e nos dois últimos anos ela tem vivido em um orfanato. Mas ela não aceitava a ideia de ter outra mãe muito menos outro pai que concerteza iria engana-la e deixá-la para sempre.

DIÁRIO DE ELENA

Querido diário,
Hoje, mais uma vez, eu acordei sem os gritos da Susan e tenho que admitir que foi bem estranho. Foi como acordar livre, e ao mesmo tempo presa, não sei explicar o porque dessa sensação. Não era pra eu me sentir estranha até porque ela nem ligava pra mim. Já faz um tempo e eu ainda não me acostumei. Mas eu nunca choro por isso, eu sou forte, eu vou seguir a minha vida e não preciso de ninguém pra isso. Sempre tomei minhas próprias decisões, mas aqui neste lugar eu não posso fazer isso, não por enquanto. Vou fazer de tudo para não me adotarem, não quero uma falsa família, isso será uma desonrra, eles não tem o mesmo sangue que eu, não adianta pois eles sempre vão ter pena de mim e nunca poderão me amar de verdade, se nem meus pais me amavam...Quando eu sair desse lugar eu terei liberdade. Eu estou me afogando num sentimento de prisão que eu nunca tive na vida. Quando eu crescer não vou ter família e serei livre no mundo como uma nômade. Ter dez anos e viver num orfanato não é fácil, porque você sabe que não há mais chances para você. Saber que você pode ser tirado de lá pra ir pra um lugar pior ainda (reformatório) é assustador. Dizem que é como uma prisão para os órfãos que desobedecem e que as crianças de lá não são normais, afinal nem as daqui são. Elas vivem como se fossem uma família, como se fossem irmãos, mas acontece o de sempre: eles acabam se abandonando por outras pessoas que eles nem conhecem. Por isso, e por outros motivos que eu prefiro não relembrar, que eu não me aproximo de ninguém. Porque amor é uma coisa muito idiota que eu não consigo entender porque a maioria das pessoas sentem. Mas eu como uma criança posso dizer que os adultos complicam demais as coisas por amor. Eu ainda tenho muito à descobrir mas se eu tenho certeza de uma coisa é que eu nunca vou conhecer esse tal de amor porque pra começar eu e ninguém sabe explicar nem o que ele é nem se é uma pessoa. Até porque ele nem tem corpo pra começar. Eu sei que se alguém estiver lendo isso agora vai achar que eu sou muito besta, mas é por isso que eu me desabafo só com você porque é o único que me entende, não me questiona e nem me julga. Obrigada por me ouvir e até amanhã!
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Sempre que ela punha as mãos em seu diário saia diversos sentimentos que mal ela sabia destinguir. Seus pensamentos eram tantos que causavam uma confusão que pouco a pouco ela ia ficando cada vez mais rebelde.
Os dias iam passando, e Elena aprontava uma atrás da outra: um dia ela parou de ser quieta, mas mudou para pior. Ela meio que ficou revoltada e estava tentando se vingar de todos que a tratavam mal. As "valentonas" do orfanato não a deixavam em paz. Todos os dias na hora do almoço elas faziam questão de sentar na mesma mesa dela e fazer muitas perguntas (coisa que ela odiava e elas sabiam) chama-la de estranha, de esquisita só porque era tímida. Isso a irritava demais.
Um dia estava na hora do almoço e Lyder e suas capangas já vinham.
Ela já estava pronta pra todos os insultos que viessem:

- Hora,hora se não é a esquisitona metida a marrenta! Eu tenho ância de vômito só de olhar pra cara dela- risos- Mas também ela não tem culpa de ser ridícula desse jeito: é de nascença!!! Pessoas como você nunca vão ser alguém porque quem nasce idiota tende a ficar idiota.

-Pelo aumenos eu não estou aqui porque meus pais me abandonaram!!Eles nunca gostaram muito de mim mas me aturaram até morrer. Você é tão insuportável que nem sua mãe te aguentou!!
- Sua idiota!!!! Eu prefiro ser abandonada do que ser ignorante como você!!!
- NÃO VENHA ME DIZER QUE SABE O QUE É SER EDUCADA PORQUE VOCÊ NÃO TEM MORAL NENHUMA PRA ISSO!!!!VOCÊ É UMA IMBECIL DE PRIMEIRA!!! - Gritou Elena com toda sua voz.
- NÃO LEVANTE A VOZ PRA MIM, SUA IMUNDA!!!BARRAQUEIRA!!!
- Agora você vai conhecer a verdadeira barraqueira. - disse ela com todo o sarcasmo e ironia e logo partiu pra cima de Lynder.

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Continua no próximo capítulo 😊por favor deixem seus votos se tiverem gostado!
Ps: esse é meu primeiro livro☺

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⏰ Última atualização: Jun 29, 2017 ⏰

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