Eu nunca estive tão confuso.
Minha cabeça parecia girar, uma dor aguda insuportável, eu pude ver as coisas duplicadas, meus olhos embaçados, suava frio.
Me sentia dopado.Mas tudo isso não tinha nada a ver com drogas, ou melhor, tinha sim, mas não com a presença delas, e sim com a falta.
Eu precisava dos efeitos dos remédios correndo pelas minhas veias 24 horas por dia, e quando eu esquecia ou os perdia, por exemplo, eu ficava assim.Sentia raiva, medo, muita dor de cabeça.
Levei minhas mãos até o meu cabelo molhado, e o puxei forte, na tentativa de me controlar.
Queria gritar, mas não tinha forças.
Onde ele estava?Eu só preciso de... Alívio, só isso, alívio. - forcei para conseguir pensar em algo.
Olhei em volta, sentia minha testa queimar de febre, mas mesmo assim o meu corpo continuava frio como gelo. Eu parecia morto.Eu precisava achar meus remédios, eu não os perdia há muito tempo.
Abri a geladeira, buscando qualquer coisa que conseguisse substituir o gosto amargo do anti-depressivo.
Ouvi um barulho alto, me assustando. Olhei em volta e me contrai em dor.
Eu precisava dormir, eu precisava daquilo que me mantinha estável. A cor excessivamente branca da cozinha me deixava irritado em momentos assim.Fui tremendo até o banheiro, jogando uma boa quantidade de água no meu rosto. O banheiro tinha cores frias, mas mesmo assim a dor aguda não diminuía.
Toda minha dor ainda se misturava com preocupação, onde ele estava? Por que tanta demora?
Acontece que Jeongguk é azul, e de certa forma ele me acalma, com ajuda dos remédios, claro.Essa casa toda é vermelha, mesmo que tudo pertença a ele, essa casa me estressa, e eu sei bem o por que.
Sai da casa dos meus pais, apostando tudo em Jeongguk, que mesmo tão novos, seríamos felizes.
Mas ultimamente não estava sendo bem assim.Só que eu não me importo.
Jeongguk pode chegar tarde e me fazer esperar mesmo quando estou tendo ataques assim, o que importa é que ele me ama.
Jeongguk pode me bater quando eu irrito ele, o que importa é que ele me ama.
Jeongguk pode beijar outras pessoas na minha frente, ele ainda me ama.
Tudo o que ele faz para mim, é por amor, eu sei disso.Olhei a banheira vazia no canto do banheiro consideravelmente grande, e não pensei duas vezes antes de abrir as torneiras dela.
Tirei minha roupa e entrei nela, não demorou para que eu começasse a chorar.
Eu precisava dos meus remédios, já passava da meia-noite, onde ele estava?Fiquei na banheira por uma hora, procurando me acalmar. Mas não dava, a cada segundo meu coração palpitava forte, a dor de cabeça aumentava e eu começava a soluçar.
Minha barriga roncou pela décima vez, e lembrei que eu não havia comido nada hoje. Eu não ligava, eu só queria meus remédios.
Mesmo na banheira e coberto por água, eu me sentia suando.Demorou muito até que eu escutasse o barulho fino da porta da sala sendo aberta, por um segundo fiquei assustado, com medo de ser algum invasor.
Mas logo ouvi outro barulho, da porta sendo fechada forte, era Jeongguk. Ele sempre fazia isso.- Jimin? - gritou
- E-eu estou aqui - falei tentando não mostrar que estava chorando.Vi a porta do banheiro ser aberta, e ele suspirou fundo.
- Não fique bravo, eu s-só não estava achando os remédios e tive mais uma crise. M-mas tá tudo bem, é sério. - falei, sentindo uma dor aguda na cabeça, e a imagem de Jeongguk embaçar.
Jeongguk se tornou cinza de repente, mas ele sempre foi azul. Quer dizer, Jeongguk trocava de cor quando fazia algumas coisas de repente. Mas nunca cinza, eu sequer sabia o que essa cor significava.
Ele se aproximou de mim e eu sorri. Passou a mão pela minha bochecha e pediu para que eu levantasse.
Mesmo com vergonha, pelo fato de eu estar nú, levantei.
Mas uma coisa me fez recuar um passo dele.
Jeongguk estava cheirando a álcool. Um cheiro muito forte, e vinha da sua boca.
Ele vai me bater de novo.- Você não atendeu as minhas ligações Jimin, fiquei preocupado e deduzi que estava tendo mais um desses seus ataquezinhos. - apertou meu braço, o fazendo arroxear.
- Eu preciso dos meus remédios de hoje, estou com dor - falei baixo, apertando os olhos, esperando o soco.Bufou, e então seus olhos que ainda tinham alguns resquícios do azul, se tornaram cinzas também. E o cheiro mais puro do álcool, ainda mais aparente.
- Entre no meu quarto, e ajoelhe no chão. Eu já vou. - disse e apontou para a porta, mandando que eu saísse.
Ajoelhar no chão?
Fiz o que ele mandou e esperei, olhei para o teto, e o vermelho estava sumindo, dando lugar ao preto. Eu também não sabia o que significava.Não demorou para que ele chegasse, segurando alguma coisa com uma das mãos atrás das costas.
E eu senti medo, muito medo. Eu nunca havia sentindo medo na presença de Jeongguk. Seu cinza estava mais escuro.Encarei o chão, lembrando que eu ainda estava nú, e esperei pelo soco.
Dito e feito, só que aquilo ardia mil vezes mais que um soco.
Ele estava me batendo com um cinto, junto com a fivela.
Queria gritar, mas ele estava me batendo por amor. Eram marcas de amor, eu sei.Ele me pegou pela cintura e me jogou na cama. Prendeu minhas mãos nas pontas da cabeceira da cama.
Por favor, apenas me bata. Não faça o que eu estou pensando.E ele fez.
Ali, eu estava sendo abusado por Jeongguk.
Eu não queria, eu pedia calmamente que parasse, mas ele não parava, e me batia mais forte.
O jeito que fazia era bruto e me dava medo, já sentia meus olhos embaçarem novamente, eu ia chorar.Saiu de mim uma vez só para poder pegar um chicote que havia debaixo da sua cama, e estalou ele nas minhas costas, em cima de um outra marca feita pelo cinto.
Senti o sangue escorrer.
Eu só queria que acabasse, o amor de Jeongguk estava doendo.Durante tudo aquilo, ele não disse uma palavra, enquanto eu, gritava e pedia para que parasse, o que o incentivou a me bater mais.
Jimin, por que você é tão ridículo? Ele faz isso por que te ama, tolinho.Ele acabou e teve seu orgasmo sozinho, por que eu não senti uma única gota de prazer. Apenas dor, dor insuportável.
[...]
No dia seguinte, eu acordei tarde. Fui até a cozinha mancando, e quando o pouco vento que vinha das janelas batia na minha pele, ardia. Eu estava inteiramente marcado, sorri.
Jeongguk estava cozinhando e assim que me viu, sorriu.
Ele fez uma mesa cheia de coisas gostosas, e vi que, claramente, tudo que Jeongguk faz para mim é por amor.- Quando acabar de comer, tome os remédios em cima do microondas. Eu não achei os outros, você deve ter perdido, então comprei alguns novos. - falou calmo.
Assenti com a cabeça.
Jeongguk pode até ser um pouco... Cabeça quente, mas no fundo era um doce.Uma coisa me chamou atenção. Mesmo que ele estivesse sorridente para mim, e me fazendo as comidas favoritas, ele não estava mais azul.
Não tinha um resquício do azul.
Ele estava cinza, um cinza escuro.
A casa já não era apenas vermelha, tinha uma cor puxada pro vinho. E tudo o que Jeongguk usava diariamente, como as chaves do carro por exemplo, eram pretas.
Essas cores me irritavam, a não ser o cinza.
Mesmo não sabendo o completo significado, eu sentia que o cinza era ruim, mas ao mesmo tempo eu o amava.
Mas nada comparado ao azul, que eu não via mais.♡ ♡ ♡
aaaaaaaaaaaaaa
escrever esse capítulo foi difícil, dá uma dor de imaginar essas coisas.
ficou bom???
eu não revisei nada, então qualquer erro, me avisem por favor :3
eu to bem aaaaaaaaaaaa
1bj na bunda de vcs, c a t i a u
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questions × jjk + pjm
FanfictionNo fundo, eu sabia que o meu amor era um simples passatempo para você. Mas o que eu sentia era tão verdadeiro, tão puro. Finja que me ama, Jeongguk.